
Sem internacionalismo, não há revolução!
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A IV Internacional nasceu em 1938, no meio da tormenta. Perseguições, stalinismo, nazifascismo. Trotsky, seu fundador, não pôde estar na sua criação e foi assassinado dois anos depois. Ainda assim, ela surgiu como uma resposta à traição da III Internacional, como uma faísca para manter vivo o programa revolucionário diante da escuridão.
A história da IV Internacional não é fácil – é uma história de lutas, divisões e reagrupamentos. Mas é também uma história de resistência, de bandeiras erguidas, de militância que não recua. Porque sem ela, não haveria continuidade histórica entre o Manifesto Comunista de Marx e o Programa de Transição de Trotsky. Carregamos essa herança, com punhos cerrados e cabeça erguida!
Embora o movimento trotskista tenha enfrentado décadas de defensiva, fragmentações e divisões, a IV Internacional ainda carrega uma herança teórica e política essencial: a defesa do programa revolucionário. Sua história é marcada por tradições, rupturas e reagrupamentos, e é nesse espírito que o Movimento Esquerda Socialista (MES), organização fundadora do PSOL, busca formar uma nova geração de militantes conectada com esse legado, atualizando-o diante dos desafios do presente.
Como lembrou Israel Dutra na entrevista concedida para esta edição, a IV Internacional é, ao mesmo tempo, um programa, uma bandeira, um projeto e um partido. Mesmo reconhecendo suas limitações, é inegável sua necessidade.
Hoje, o mundo vive uma nova crise de contornos múltiplos e agravada pela emergência climática. O capitalismo impõe barbárie, guerras, fome e destruição ambiental. É mais que urgente formar uma nova geração de militantes enraizados no internacionalismo. O MES, com seus 26 anos de história, se lança nessa tarefa estratégica: reforçar a IV Internacional como uma âncora para o futuro, concretizando as tarefas de construção de um polo da esquerda combativa e independente, organizando lutas e disputando o PSOL pela esquerda.
Esta edição reúne uma série de contribuições fundamentais para o debate estratégico da esquerda anticapitalista e internacionalista no cenário atual. Abrimos com uma entrevista de Pedro Fuentes e Israel Dutra, que resgata o processo de reaproximação e inserção do MES na IV Internacional. A entrevista traz elementos históricos e políticos que ajudam a compreender a importância dessa organização internacional na formação de uma nova geração de militantes revolucionários.
Na sequência, apresentamos os principais documentos do 18º Congresso Mundial da IV Internacional. Seu primeiro texto, Manifesto para uma revolução ecossocialista, apresenta as linhas mestras de um programa anticapitalista para a construção de outra sociedade organizada sob moldes distintos daqueles do crescimento produtivista contemporâneo. Ela aponta, com isso, junto à resolução central do Congresso — À medida que as crises convergem, o desafio de como levar adiante os explorados e oprimidos –, publicada na sequência, os eixos programáticos e estratégicos diante do colapso ambiental, da crise do capital e da instabilidade geopolítica global.
Em meio à barbárie promovida por potências imperialistas, destacamos duas contribuições que abordam conflitos centrais da conjuntura internacional: a questão palestina, e a resolução sobre a guerra na Ucrânia, que reafirma a independência de classe e a luta pela autodeterminação dos povos.
A seção Política traz reflexões sobre desafios imediatos. Gilberto Araújo analisa o avanço da extrema-direita nos EUA com a possível volta de Donald Trump, enquanto Max Costa aborda os limites estruturais das políticas climáticas dentro do sistema capitalista, com foco nas contradições da COP-30 e na necessidade de uma resposta da esquerda à crise ecológica.
Por fim, na seção Teoria, publicamos um importante ensaio de John Ross, Partido ou fração-seita?, que problematiza a relação entre estratégia, organização e inserção nos movimentos de massas — uma reflexão essencial para aqueles comprometidos com a reconstrução de uma alternativa socialista de massas no século XXI.
Esperamos que esta edição histórica seja uma ferramenta de formação, análise crítica e fortalecimento do reagrupamento para todos os que seguem acreditando na possibilidade e na necessidade de um projeto revolucionário internacionalista.
Sabemos que nenhum partido nacional, por mais combativo que seja, se basta. A organização internacional é uma necessidade superior. Precisamos de uma casa comum, um projeto de alcance global, um programa que una os revolucionários do mundo.
A IV Internacional é essa ferramenta. Ela é necessária e é hora de fortalecê-la. Porque sem internacionalismo, não há revolução!