Contra a destruição da Amazônia, do Pantanal e do Brasil: às ruas no dia 25/9

Em defesa do meio ambiente e contra a política de destruição de Bolsonaro e Salles, estaremos nas manifestações de 25/9.

Israel Dutra e Thiago Aguiar 21 set 2020, 18:24


Uma nova onda de destruição assola o país. Além da Amazônia, agora o Pantanal está em chamas. Em agosto e setembro, registraram-se recordes de queimadas nestes biomas. No Pantanal, houve aumento de 220% de aumento nos focos de calor em comparação com o ano passado. As terríveis imagens de paisagens destruídas e de animais mortos por toda parte ilustram a tragédia ambiental pantaneira. A fumaça, que toma conta do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, espalha-se também por cidades de São Paulo e da região Sul, num fenômeno ainda pior que o do ano passado, quando se assistiu a um anoitecer causado pela fumaça das queimadas amazônicas em plena tarde na capital paulista.

A responsabilidade direta pelo aumento escandaloso das queimadas é de Bolsonaro, de Ricardo Salles e deste governo, que comanda um “ecocídio” consciente dos maiores patrimônios naturais do Brasil. O desmonte dos órgãos de fiscalização promovido por Salles tem facilitado a destruição da biodiversidade e do território. No mundo inteiro, ecoa a crítica à política de destruição do governo brasileiro por parte de ambientalistas, Estados, agentes econômicos e mesmo instituições multilateriais, que identificam Bolsonaro, Mourão e Salles como responsáveis pela depredação criminosa que toma conta dos biomas do país.

Este projeto de destruição foi vocalizado por Ricardo Salles na reunião ministerial de 22 de abril, quando propôs “passar a boiada” da destruição de normas ambientais aproveitando-se das atenções da sociedade estarem voltadas para a pandemia da Covid-19. Meses antes, ainda em 2019, a organização do “Dia do Fogo”, por fazendeiros do Pará apoiadores de Bolsonaro, mostrava como a destruição ambiental une os interesses de grileiros, madeireiros e latifundiários à agenda regressiva e reacionária do bolsonarismo. Denúncias, quase diariamente, demonstram que madeireiros e garimpeiros têm acelerado a entrada ilegal e a ocupação de áreas indígenas demarcadas. Trata-se de um modelo, sustentado por Bolsonaro e pelo grande latifúndio: a transformação do país numa imensa área de acumulação baseada no extrativismo, na mineração (legal e ilegal) e na agropecuária voltada à exportação. A alta dos preços dos alimentos é apenas um exemplo das trágicas consequências sociais de tal modelo.

Não bastasse a calamidade em curso, os bolsonaristas, diante do escândalo internacional, atacam: Augusto Heleno, sempre porta-voz da linha golpista e truculenta deste governo, atacou a APIB, Sônia Guajajara e o PSOL. Ernesto Araújo, por sua vez, em mais um capítulo da vassalagem e subserviência do governo brasileiro a Trump, levou o secretário de Estado Mike Pompeo a Boa Vista, em uma “visita” à cidade com claro objetivo de ameaçar a Venezuela, reafirmando os planos intervencionistas para derrubar Maduro.

Enquanto a “política externa” de Bolsonaro tem como eixo atentar contra a soberania nacional e conspirar com os Estados Unidos a intervenção em países vizinhos, por meio da utilização de nosso território como “porta-aviões” da extrema-direita mundial, nada é feito para conter a destruição ambiental e as queimadas. É preciso enfrentar a agenda de destruição do Brasil promovida por Bolsonaro! Como bem assinalou resolução da Executiva Nacional do PSOL,

“A Amazônia, em especial, é um componente central na manutenção da estabilidade climática de todo o planeta. Não temos outro mundo para viver (“não há planeta B”) e estamos conectados a todos os demais países em uma teia de interdependência ambiental. A preservação da Floresta Amazônica, do Pantanal e dos nossos biomas é um compromisso do povo brasileiro com toda a humanidade. Informar com transparência o que se passa no Brasil para a nossa população e a de outros países é nosso dever ético como cidadãos. E é nosso dever político estimular uma reação da sociedade à devastação em curso”.

Como parte dessa luta, estamos empenhados no parlamento e nas lutas sociais para cobrar medidas concretas para parar o fogo criminoso. No próximo dia 25 de setembro, sexta-feira, há uma nova convocatória internacional, de defesa do meio ambiente e contra as mudanças climáticas. Tal convocatória é parte do movimento mundial articulado por novas lideranças, como a jovem sueca Greta Thunberg, e terá lugar em centenas de cidades em todo o mundo.

Somamo-nos a essa manifestação e orientamos nossa militância a participar da Semana Mundial do Meio Ambiente, que compõe o calendário convocado pela Assembleia Mundial pela Amazônia e que culminará na jornada do dia 25. Nossa exigência imediata é a declaração de Estado de Emergência para conter o avanço das queimadas na região do Pantanal e da Amazônia, abrindo a possibilidade de contratos emergenciais para enfrentar a dramática crise em curso. Também nos manifestamos contra os cortes orçamentários, a perseguição de servidores públicos e o desmonte de órgãos de proteção ambiental e de monitoramento como ICMBio, Ibama e o Inpe, além da recomposição do orçamento para o controle de incêndios florestais: basta de cortes orçamentários criminosos no meio ambiente! Por tudo isso, no dia 25 é fundamental ocupar as ruas. Esta é uma luta pelo futuro do planeta e da humanidade! 


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