Vacina no Brasil: uma vitória da ciência e da saúde contra o obscurantismo

A juventude tem um importante papel nessa pressão para defender os trabalhadores da saúde e os trabalhadores de atividades essenciais, combater as fake news e, imediatamente, cobrar dos governos um plano concreto de vacinação.

A vacina Coronavac, elaborada pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, foi aplicada em mais de 12 mil profissionais da saúde voluntários em fase de testes e o resultado divulgado hoje é bastante animador. As primeiras aplicações da vacina demonstraram 78% de eficácia e 100% de proteção em casos graves. Esses resultados nos mostram que a cada 100 pessoas vacinadas, 78 não se infectam pelo vírus e as 22 restantes apresentam apenas sintomas leves quando infectadas. Nenhuma das pessoas na fase de testes desenvolveu a doença em estado moderado ou grave com necessidade de internação. O Instituto Butantan já apresentou os dados à Anvisa e iniciou os procedimentos para a liberação do uso emergencial da vacina.

O anúncio animou muito toda a população que aguarda ansiosamente pelo começo da campanha de vacinação. A produção da vacina só foi possível graças à dedicação incansável de pesquisadoras(es) e trabalhadoras(es) da área da saúde atuantes no SUS; as universidades públicas e institutos federais e estaduais que vem trabalhando sem descanso no enfrentamento à pandemia de COVID-19. No entanto, Bolsonaro segue atacando a ciência e as universidades brasileiras por meio de declarações negacionistas e cortes brutais na educação e pesquisas.

Na contramão do avanço da ciência brasileira, Bolsonaro propôs um orçamento ínfimo de 22 milhões de reais para o CNPq; cortou 1,2 bilhões de reais da Capes e 4,8 bilhões de reais do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Desde o começo da pandemia, Bolsonaro estimulou aglomerações e foi contra o distanciamento social e demais medidas sanitárias de contenção da contaminação da COVID-19. Bolsonaro ainda vetou itens da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que garantiam o não contingenciamento de verbas para compra de vacinas e insumos, assim como verbas para estruturar o enfrentamento à pandemia no Brasil. Deixando claro que não há e nunca houve nenhum planejamento e real interesse do governo em reduzir as mortes por COVID-19, e que suas medidas também não evitaram que ele mesmo quebrasse o Brasil economicamente.

Diante do atual cenário, está bem claro para nós que a pressão pela vacinação da população brasileira não virá do atual presidente da República e de seu Ministério da Saúde – atualmente chefiado por um general do exército, que quer o lucro acima da vida. Inclusive, empresários do setor de saúde privada, amigos do general, já anunciaram a compra de outras vacinas. Mas se de um lado há o governo federal conduzindo desastrosamente a pandemia, do outro tem muita resistência dos movimentos sociais pela garantia da imunização gratuita, eficaz e com segurança; e em defesa do SUS, das universidades públicas e da pesquisa.

A produção da CoronaVac se deu em parceria com o Butantan e com a USP, a qual – juntamente com as demais universidades estaduais – vem sendo constantemente atacada pelo governo Dória sofrendo com as diversas tentativas de desmonte e privatização sob ação do PSDB. Cientistas realizaram praticamente um milagre em defesa da saúde pública e da população, mesmo diante do contexto de destruição das universidades e do financiamento à pesquisa. E todo esse processo é integrado à necessidade de termos um Sistema Único de Saúde que seja capaz de distribuir a vacina para toda a população do Brasil.

Com a eficácia comprovada e o pedido de uso emergencial feito pelo Instituto Butantan à Anvisa, cabe agora, a urgente aprovação da agência, que liberou mais de um agrotóxico por dia, e a imediata operacionalização da vacinação pelo governo. A cada dia que se passa mais de 1.000 mortes poderiam ser evitadas. O futuro dos brasileiros está nas mãos da Anvisa e do governo. Por isso, chega de política genocida, chega de brincar com a vida. O Juntos, enquanto movimento social, exige e luta por saúde pública e vacina para toda a população. Devemos pressionar o governo para que reconheça, imediatamente, a vitória da ciência e da pesquisa em detrimento do obscurantismo e genocídio. Viva o SUS, viva a pesquisa brasileira!

A juventude tem um importante papel nessa pressão para defender os trabalhadores da saúde e os trabalhadores de atividades essenciais, combater as fake news e, imediatamente, cobrar dos governos um plano concreto de vacinação: com a compra, produção e distribuição de imunizantes para todos os brasileiros. Por isso, mais que defender que a vacinação seja pública no Brasil, nós queremos fazer um grande chamado a toda a juventude dos quatro cantos do país: junte-se a nós nessa jornada pela imunização! É sob a triste marca de 200 mil mortos que convocamos vocês para batalhar conosco pela vacinação para todos, organizando mutirões, campanhas virtuais e presenciais, textos, rodas de conversa para concretizar um plano de vacinação e emparedar Bolsonaro. É urgente! Vacina para todos, todas e todes já!


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