A Nova República Empalhada e os nossos desafios

A Nova República Empalhada e os nossos desafios

A reforma política encabeçada por Lira é uma tentativa de empalhar a Nova República, mantendo-a viva apenas na sua aparência. Cabe a nós lutar para que a esquerda Socialista e consequente busque enterrar de vez o cadáver da Nova República e o genocida que se apoia no fisiologismo para governar.

Bernardo Corrêa 5 ago 2021, 14:24

A reforma política pautada por Lira e seus bandoleiros na Câmara dos Deputados demonstra que o chamado “Centrão” continua a ser o principal ponto de estabilidade política de qualquer governo burguês no Brasil.

Para salvar sua pele e acenar aos “mercados” sempre ávidos por esfolar o povo trabalhador, o governo Bolsonaro favorece à possibilidade de um retrocesso enorme no terreno eleitoral. Sempre foi refém deles, apesar das bravatas e motociatas.

Até aí quase nada de novo. Collor, Itamar, FHC, Lula, Dilma, Temer…. Todos governaram com a base alugada dos partidos fisiológicos da direita e, portanto a serviço dos interesses dos ricos e o fisiologismo de seus ventríloquos parlamentares.

À primeira vista, a explicação para esta força do fisiologismo reside na forma do regime político. Há quem acredite que bastaria uma reforma para reorganizar o sistema político e defender-se dos caciques partidários, mas esta é apenas aparência do problema.

O regime liberal-periférico brasileiro foi montado em 1988 após um ascenso que derrotou a ditadura. A Constituição vigente nada mais é do que a cristalização (formal) da correlação de forças deste momento. Ou seja, a manutenção da dominação burguesa, com algumas concessões econômicas e liberdades democráticas.

A avalanche posterior de cariz neoliberal atacou na medula as concessões econômicas aos de baixo que foram conquistadas no ascenso e a cooptação do lulismo ao modus operandi do regime consolidou esta tendência. A ascensão da extrema-direita colocou em risco também as concessões no terreno das liberdades democráticas.

A Nova República foi ferida de morte após as grandes jornadas de Junho de 2013, foram expostas suas vísceras após a derrota do movimento que foi enclaustrado entre a velha esquerda e a nova direita.

Frente à ausência de uma alternativa anticapitalista e independente  que trouxesse algum sopro de vida, uma parte importante povo buscou no chorume o voto contra o cadáver e está sentindo na carne a dor de seu erro.

Após a experiência trágica de um governo da morte quando era preciso defender a vida, o cadáver da Nova República segue cercado pelos abutres que se alimentam dele. A direita fisiológica autodenominada “Centrão” já não teme que os vermes da extrema-direita de Bolsonaro, ao alimentar-se de sua putrefação ganhem força para fazê-los sucumbir.

Resta então a Lira e seus bandoleiros empalhar a Nova República. Retirar suas vísceras e aproveitar sua pele para seguir usufruindo de sua aparência da qual são os mais autênticos representantes.

De nossa parte, especialmente os que somos do PSOL, resta lutar para que a esquerda Socialista e consequente busque enterrar de vez o cadáver e apoiar-se no vigor das novas vanguardas que se movem nas ruas para derrubar o genocida na presidência apoiado no fisiologismo para terminar o mandato. Criar um corpo político vivo, legatário das melhores lutas de nosso povo para construir com ele uma saída para a crise profunda e multidimensional que vivemos. Ou se, tragicamente, optará por diluir-se na palha reformista, servir de enchimento à Nova República empalhada para, por fim, habitar seu mausoléu.


TV Movimento

O Impasse Venezuelano

Debate realizado pela Revista Movimento sobre a situação política atual da Venezuela e os desafios enfrentados para a esquerda socialista, com o Luís Bonilla-Molina, militante da IV Internacional, e Pedro Eusse, dirigente do Partido Comunista da Venezuela

Emergência Climática e as lições do Rio Grande do Sul

Assista à nova aula do canal "Crítica Marxista", uma iniciativa de formação política da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, do PSOL, em parceria com a Revista Movimento, com Michael Löwy, sociólogo e um dos formuladores do conceito de "ecossocialismo", e Roberto Robaina, vereador de Porto Alegre e fundador do PSOL.

Desenvolvimento Econômico e Preservação Ambiental: uma luta antineoliberal e anticapitalista

Assista à Aula 02 do curso do canal "Crítica Marxista", uma iniciativa de formação política da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, do PSOL, em parceria com a Revista Movimento. Acompanhe nosso site para conferir a programação completa do curso: https://flcmf.org.br.
Editorial
Israel Dutra e Roberto Robaina | 05 out 2024

O que está em jogo nas próximas eleições?

As eleições de domingo serão um momento central para combater a extrema direita e afirmar polos combativos nas cidades
O que está em jogo nas próximas eleições?
Edição Mensal
Capa da última edição da Revista Movimento
Revista Movimento nº 53
Nova edição da Revista Movimento debate Teoria Marxista: O diverso em unidade
Ler mais

Podcast Em Movimento

Colunistas

Ver todos

Parlamentares do Movimento Esquerda Socialista (PSOL)

Ver todos

Podcast Em Movimento

Capa da última edição da Revista Movimento
Nova edição da Revista Movimento debate Teoria Marxista: O diverso em unidade