Denúncia à comunidade internacional
Mulheres do Campo e da Cidade no Equador Exigem Diálogo com Resultados – Exigem Paz com Justiça Social e o Fim da Repressão.
Apelamos às organizações de mulheres, feministas, indígenas, camponesas, sindicais, estudantis, ecologistas e outras mais, a manifestarem a sua SOLIDARIEDADE nestes tempos difíceis que o Equador está atravessando.
Na segunda-feira 27 de Junho, depois de 15 dias do #ParoNacional no Equador, que manteve estradas bloqueadas e mobilizou organizações indígenas, camponesas e populares em todo o país, o movimento indígena equatoriano iniciou o processo de diálogo com representantes dos cinco poderes estatais. A vontade política de dialogar foi a resposta à atitude beligerante e hostil de Guillermo Lasso.
No primeiro dia, foram dadas as primeiras respostas aos 10 pontos que compõem a Agenda Nacional de Luta desta paralisação, o acordo era para continuar o diálogo na terça-feira 28. No entanto, a resposta do governo foi não participar, e comunicar a ruptura do processo de diálogo, após um ataque dos militares a um dos lugares de resistência das comunidades indígenas na Amazônia, que resultou na morte de um militar em condições ainda não esclarecidas.
Neste contexto, nós, organizações de mulheres do campo e da cidade, apresentamos a nossa posição à comunidade internacional:
1. Rechaçamos a ruptura unilateral do processo de diálogo por parte do governo de Guillermo Lasso.
2. Alertamos para o risco de confronto entre setores da sociedade equatoriana, uma vez que, juntamente com a ruptura do diálogo, os funcionários das instituições públicas estão sendo convocados a realizar marchas pela “paz”.
3. Responsabilizamos o governo pela segurança dos membros da comunidade que se encontram nos diferentes Centros de Paz e abrigos em Quito, e resistindo nas diferentes províncias. Exigimos que as suas vidas e o direito à resistência sejam garantidos.
Consideramos fundamental, neste momento:
1. Retomar o diálogo com resultados concretos, caso contrário é apenas mais um escárnio para com as organizações indígenas e populares. Contar com a presença de organizações internacionais para assegurar a concretização destes resultados.
2. Criar uma comissão independente que apure a responsabilidade pelos acontecimentos na província amazônica de Sucumbíos, que foram utilizados como pretexto pelo governo para interromper o diálogo.
3. Exigir, por todos os meios possíveis, que o governo de Guillermo Lasso cesse as suas ações beligerantes contra os dirigentes das organizações indígenas e camponesas que lideraram a paralisação. Isso só aprofunda o ódio e o racismo na população.
O governo deve mudar a sua estratégia, porque ao invés de conduzir a um processo de pacificação urgente e necessário no país, a única coisa que está provocando é exacerbar os ânimos, situação essa que poderia trazer resultados nefastos dentro da própria população.
#CeseLaRepresión #NoCriminalizaciónProtestaSocial