NOVA EDIÇÃO| 60 anos do golpe: o passado que nos assombra
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NOVA EDIÇÃO| 60 anos do golpe: o passado que nos assombra

Edição de março traz conteúdo inédito para marcar a memória da luta contra a repressão

Camila Souza 30 mar 2024, 11:40

Já está disponível a edição mensal de março da Revista Movimento. Lembrando que todo assinante tem direito a uma revista digital mensal e a quatro edições impressas ao ano. A edição de março é impressa e contará com o lançamento dela em diversas atividades pelo país. Em breve os assinantes também terão acesso a sua versão digital. Segue abaixo o texto de apresentação da edição. Lembrando que para você ter acesso a todo conteúdo desta e de outras edições, basta assinar nossa revista. Ao contribuir com a Revista Movimento, você ajuda a financiar uma mídia independente e anticapitalista na luta contra os grandes poderosos.

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APRESENTAÇÃO

Quem cala sobre teu corpo
Consente na tua morte
Talhada a ferro e fogo
Nas profundezas do corte
Que a bala riscou no peito
Quem cala morre contigo
Mais morto que estás agora
Relógio no chão da praça
Batendo, avisando a hora
Que a raiva traçou no tempo
No incêndio repetindo
O brilho do teu cabelo
Quem grita vive contigo

(”Menino”, de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos)

Não poderíamos iniciar esta apresentação de outra maneira senão manifestando nossa posição em defesa da luta pela memória e justiça, contra os golpistas de ontem e de hoje. A decisão do governo federal de cancelar atos, solenidades, discursos e qualquer material que relembre os 60 anos do golpe militar é um grave erro político e, no mínimo, um desrespeito aos lutadores do passado e do presente, assim como a todos aqueles que se levantaram em unidade antifascista para derrotar Jair Bolsonaro nas urnas. Mas se eles não fazem, nós teremos que fazer. A Revista Movimento se une a cada movimento e militante que mantém o punho erguido, acreditando que a derrota da extrema direita não virá da conciliação, mas sim da luta organizada que disputa consciências e faz da mobilização um processo de politização. Esperamos que nosso material seja uma contribuição que caminhe nesta direção.

Nesta edição, apresentamos o dossiê especial “60 anos do golpe: o passado que nos assombra”. O texto que abre a seção “Para que não se esqueça” é uma entrevista com Flávio Tavares, jornalista que nos traz o relato de quem viveu aqueles dias de perto, retomando suas memórias como sobrevivente daquele período nefasto. Em seguida, contamos com o texto “Na interpretação autoritária, a democracia era ingovernável do ponto de vista econômico”, uma entrevista com Pedro Zahluth Bastos, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas.

A seção segue com Melina de Lima, neta de Lélia Gonzalez, que nos presenteia com um artigo intitulado “A potência de Lélia Gonzalez”, destacando a intelectual e ativista do feminismo afro-latino-caribenho cuja história é retomada a partir da luta contra o racismo policial na ditadura, a fundação do MNU e a construção do Ile Ayê. Fechando essa seção, apresentamos o artigo “Educação Popular e memória coletiva: reconstituir a verdade sobre a ditadura militar”, escrito por Ubimara Ding e Ricardo Almeida, ambos militantes da Rede Emancipa de Educação Popular, que neste ano está promovendo aulas inaugurais nos cursinhos populares de várias periferias do país, além de escolas de formação sob o mote “Educação Popular é revolução: a única luta que se perde é a que se abandona”. O artigo retoma a luta por memória e justiça, fazendo uma homenagem aos lutadores daquele período que, ao não desistirem, nos permitiram conquistar a retomada da democracia.

Abrimos a seção “Para que nunca mais se repita” apresentando uma entrevista com Vladimir Safatle, professor da Universidade de São Paulo e autor do recentemente lançado livro “Alfabeto das Colisões – Filosofia Prática em Modo Crônico” pela editora Ubu. Conversamos sobre a memória como uma arma política para enfrentar os golpistas do passado e do presente, e também sobre a construção de uma esquerda disruptiva capaz de derrotar a extrema direita e afirmar um horizonte de direitos com igualdade radical e soberania popular. Em seguida, contamos com o texto “Não podemos seguir tendo a polícia mais violenta do mundo”, uma entrevista com Bruno Paes Manso, jornalista, pesquisador e autor do importante livro “A República das Milícias: dos esquadrões da morte à era Bolsonaro”. Na entrevista, abordamos a relação entre o processo de urbanização da ditadura, a formação dos primeiros grupos paramilitares e a lógica violenta que perdura na segurança pública brasileira.

Posteriormente, apresentamos o artigo “Saque, sangue e lucro: empresa e ditadura na Amazônia”, escrito por pesquisadores de diversas universidades do país, revelando como as empresas violaram direitos durante a ditadura no Brasil. O diretor da União Nacional dos Estudantes (UNE), João Pedro de Paula, nos traz o texto “Manter a chama acesa das lutas estudantis: pelos que tombaram, pelas demandas do hoje e pelos que virão”, destacando o papel dos estudantes na luta contra a ditadura. Por fim, encerramos a seção com o artigo de Pedro Micussi, pesquisador e doutorando do Instituto de Economia da UNICAMP, que busca refletir sobre “Por que a grande burguesia brasileira não apoiou o golpe de Bolsonaro”.

Concluindo esta edição, temos a seção de notas de leitura e teoria. Na primeira, Letícia Chagas divulga o novo livro da Editora Movimento escrito por Luciana Genro, intitulado “A Alemanha da Revolução ao Nazismo: Reflexões para a Atualidade”. E, por fim, no mês que marcaria o aniversário de Daniel Bensaid, contamos com o artigo “Barricadas, mon amour”, escrito pelo sociólogo e dirigente do PSOL, Israel Dutra, que revisita a história e as contribuições deste importante intelectual e militante da luta revolucionária da classe trabalhadora.


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