A Independência deles é o nosso Nakba
Hoje, enquanto Israel comemora aquilo a que chama de Dia da Independência, os palestinianos indígenas que sobreviveram à limpeza étnica irão realizar marchas e vigílias.
O Comité Nacional para o Boicote, Desinvestimento e Sanções Palestiniano (BNC), que é a maior coligação na sociedade civil palestiniana, emitiu a seguinte declaração:
A Independência deles é o nosso Nakba. A limpeza étnica de 750.000 a 1 milhão de palestinianos indígenas há 70 anos e fazer deles refugiados para estabelecer um estado maioritariamente judeu na Palestina não é causa de comemoração.
O Nakba não é um crime do passado, ainda está a ocorrer. Setenta anos mais tarde, Israel continua a demolir lares palestinianos, a roubar as nossas terras para construir colonatos ilegais exclusivos para judeus-israelitas, a expulsar palestinianos de Jerusalém revogando os nossos direitos de residência, a negar aos refugiados palestinianos, como muitos dos nossos membros, o direito de voltar às suas casas.
Israel também tenta criminalizar a nossa dor e recusa em aceitar o contínuo Nakba, ameaçando ações legais contra os palestinianos que assinalam este dia como um dia de luto. Mas nós insistimos em assinalar e resistir a este sistema de injustiça que dura há décadas.
Assinalamos afirmando o nosso direito a voltar a casa e a viver em liberdade e dignidade. Milhares de palestinianos em Gaza continuam a participar na Grande Marcha do Regresso, enfrentando a política militar israelita de “atirar para matar ou mutilar”.
Até Israel parar de violar os nossos direitos humanos fundamentais, pedimos às pessoas e comunidades conscientes em todo o mundo que apoiem os nossos esforços para parar a construção criminosa israelita e escalar campanhas de BDS pacíficas.
A forma mais eficaz de solidariedade para com as nossas mobilizações em massa inclui apelar a governos e instituições que banam todo o comércio e investimentos de empresas implicadas nos colonatos ilegais de Israel ou outras violações de direitos humanos palestinianos. Também deve ser feito um abrangente embargo militar contra Israel, incluindo uma proibição à colaboração em, ou partilha de, pesquisas militares com Israel.
Tradução do esquerda.net da versão publicada pelo mondweiss.net.