Acampamento Internacional das Juventudes Socialistas 2018 – Juntos! Presente

O movimento Juntos! esteve presente na edição 2018 do Acampamento Internacional das Juventudes Socialistas da IV Internacional.

Bruno Mahiques e Thais Bueno 10 ago 2018, 15:26

Entre os dias 22 e 28 de julho, ocorreu a edição 2018 do Acampamento Internacional das Juventudes Socialistas da IV Internacional, na cidade de Billund, na Dinamarca. Após o último congresso mundial da IV Internacional, que nos reconheceu como seção simpatizante, o Juntos sinalizou desde o primeiro momento a necessidade de participar deste espaço. Queremos trocar opiniões, aprender de outras experiências e, com isso, inspirar a juventude brasileira. Nossa participação pela primeira vez neste espaço, sem dúvidas, se tratou de um passo mais na organização de uma nova esquerda juvenil alternativa à situação de crise internacional. Com cerca de 300 pessoas de 4 continentes, o acampamento contou com delegações da Alemanha, Argentina, Bélgica, Dinamarca, Escócia, Espanha, Estados Unidos, França, Filipinas, Inglaterra, Itália, Kosovo, México, Suíça, Ucrânia e Zimbábue, além do Brasil. Nossa delegação do Juntos! foi composta por Thais Bueno, de São Paulo, e Bruno Mahiques, de Campinas.

O Acampamento das Juventudes da IV Internacional tem por objetivo construir uma formação e elaboração teórica comum sobre temas candentes no último período no mundo, além de possibilitar a troca de experiências políticas entre os países presentes. Dessa forma, cada dia do encontro deste ano foi norteado por um tema central da conjuntura internacional, tendo sido eles: ecossocialismo; feminismo; racismo, imperialismo e a extrema-direita; organização do movimento de trabalhadores, políticas educacionais e de juventude; auto-organização e autonomia das organizações de esquerda.

Nesse sentido, em todos os dias, mesas, oficinas, conversas entre delegações e espaços auto-organizados de mulheres, LGBTs e pessoas não-brancas (latinos, asiáticos, africanos e populações do oriente médio) possibilitaram intensos debates e evidenciaram a situação política mundial atual. Vivemos hoje um momento de interregno, em que velhas experiências estão definhando e prestes a morrer, ao mesmo tempo que o novo, a alternativa ainda não nasceu. Neste sentido, por um lado, surgem regimes autoritários de extrema-direita em algumas partes do mundo, assim como se radicalizam grupos proto-fascistas que buscam atacar os direitos humanos e promover os planos de austeridade a nível global; por outro lado, emergem movimentos que lutam por mais direitos e contestam o regime político e suas instituições, buscando reestruturar um pólo de oposição aos programas de ajuste neoliberal, à extrema-direita e à velha esquerda que traiu seus princípios, oxigenando às organizações através das lutas da juventude e das mulheres junto à classe trabalhadora.

Foi um espaço fundamental para estabelecer relações com diversas delegações ao redor do mundo, e é espantosa a semelhança entre os planos de ajuste fiscal que a elite econômica busca implantar no Brasil e nos outros lugares países, tendo como base as reformas nos direitos trabalhistas e nas aposentadorias dos trabalhadores, assim como o corte de investimentos nas áreas sociais. Por outro lado, é inquestionável o avanço mundial da luta das mulheres como um dos principais pontos de enfrentamento ao programa conservador. Não podemos deixar de destacar também o enorme espaço político para o avanço das ideias socialistas nos Estados Unidos, representados por dois companheiros no acampamento, e a necessidade de travar uma disputa política dentro dos processos amplos dos quais a esquerda participa, tendo como expressão máxima os companheiros dos Anticapitalistas na Espanha.

Por outro lado, não podemos deixar de destacar que, em função da maioria das delegações no encontro serem europeias, algumas importantes discussões como imperialismo, racismo e ecossocialismo tiveram uma abordagem majoritariamente marcada por um “olhar europeu” – e portanto parcial – da situação mundial. Faz-se necessário, portanto, para a construção dos próximos acampamentos, a ampliação das delegações não-europeias, assim como a busca por uma visão global dos temas.

A participação do Brasil nesta edição do acampamento ficou marcada principalmente com a moção apresentada por nós do Juntos! e pelo RUA exigindo justiça para Marielle Franco. Além disso, buscamos compartilhar as experiências de construção de uma juventude que se coloque na linha de frente do enfrentamento ao regime político, na relação com o movimento de educação popular através da Rede Emancipa, buscando construir um feminismo das 99% com o Juntas!, realizando a batalha das ideias por meio da Revista Movimento, e com um centro de elaboração internacional através da plataforma doPortal de La Izquierda em Movimento.

Por tudo isso, é cada vez mais necessária a construção de sólidas relações com outras juventudes revolucionárias pelo mundo. O Juntos! nasceu com um DNA internacionalista, inspirado nos ventos rebeldes da Primavera Árabe e do movimento dos indignados, e hoje está ao lado de todos que se levantam por mais direitos, junto às juventudes socialistas da Argentina às Filipinas.

Artigo originalmente publicado no Portal da Esquerda em Movimento.


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