“O feminismo é no momento a vanguarda da mobilização social a nível internacional”

Em entrevista inédita à Revista Movimento, a teórica traça um panorama do movimento feminista a nível mundial.

Cinzia Arruzza 22 nov 2018, 14:03

No dia 18 de julho, em ocasião do IX Colóquio Internacional Marx e Engels (Campinas/SP), tive a oportunidade de entrevistar a feminista italiana Cinzia Arruzza, autora do livro “Feminismo e marxismo – entre casamentos e divórcios”, atualmente professora de filosofia na New School for Social Research em Nova Iorque e signatária, ao lado de proeminentes figuras como Angela Davis e Nancy Fraser, das duas últimas convocatórias internacionais para uma greve de mulheres no 8 de março, que teve a adesão de diversos países no mundo.

Conversamos sobre o significado do que esse grupo de ativistas e intelectuais feministas têm chamado de “feminismo dos 99%”, bem como as contribuições do feminismo marxista, em especial do feminismo ligado à IV Internacional, organização da qual Arruzza foi membra formal durante anos. Além disso, pude perguntar sua opinião sobre os principais desafios que estão postos no horizonte da luta das mulheres nessa nova onda de atividade feminista internacional, que é sem dúvida valiosa para pensarmos os desdobramentos da Primavera Feminista aqui no Brasil. Confira a seguir a entrevista.

Nos últimos dois anos, o 8 de março tornou-se um poderoso dia de mobilização feminista, coordenado internacionalmente, com a participação de dezenas de países ao redor do mundo, como há anos não se via. Além de colocar em outro patamar a luta feminista, pode-se dizer que tais mobilizações representaram uma continuidade, ou mesmo um salto, no processo das lutas sociais que irromperam ao redor do mundo a partir da crise de 2008, do ponto de vista do fortalecimento de alternativas políticas de esquerda e da luta contra os governos neoliberais, machistas, racistas e xenófobos que retiram os direitos do povo. Você foi, ao lado de outras intelectuais e ativistas feministas, como Angela Davis e Nancy Fraser, uma das organizadoras do “International Women’s Strike”. Como foi criada essa articulação? Como vocês chegaram a ideia de organizar uma greve de mulheres?

Cinzia Arruzza – Antes de mais nada, deixe-me fazer um esclarecimento, pois esta é uma questão que surgiu diversas vezes nos jornais, mídia, etc. Quando publicamos o chamado para a greve de mulheres, isso significava para nós uma convocação para os Estados Unidos, que estava aderindo ao chamado que já existia para a Greve Internacional de Mulheres. É claro que tudo o que acontece nos Estados Unidos, por conta de seu poder imperialista, imediatamente adquire relevância e proeminência internacional, então todos os meios de comunicação começaram a apresentar esse chamado como “o chamado” para a Greve Internacional de Mulheres. Mas acho que é absolutamente importante reconhecer que, na verdade, a ideia de uma greve de mulheres coordenada internacionalmente não foi criada por um grupo de intelectuais feministas, mas foi lançada com base em uma série de greves e lutas, em particular a primeira greve que havia acontecido em setembro na Polônia contra a proibição do aborto, mas também as greves que aconteceram em outubro na Argentina. E eu diria que, sem as enormes mobilizações na Argentina e na Polônia, não teríamos tido nenhuma greve internacional de mulheres. Em outras palavras, não é suficiente apenas ter um chamado em um jornal famoso, assinado por grandes nomes, senão faríamos isso todos os dias!

Então, eu acho importante reconhecer que o poder da greve de mulheres nesses dois últimos anos se baseia – como na Argentina, por exemplo – no resultado de décadas de trabalho e organização feminista, e na construção de relações comuns entre o movimento feminista e o movimento de trabalhadores. Também na Polônia, deve-se notar que havia uma tradição de organização, bem como a capacidade de realmente “aproveitar o momento”, e entender que era possível lançar uma greve de mulheres contra a proibição do aborto.

Assim, quando fizemos o chamado para uma greve de mulheres nos Estados Unidos, na verdade, nós estávamos atrasadas em relação a outros países que já estavam se mobilizando para a greve. Mas achamos que era relevante ter esse tipo de chamado, em primeiro lugar, porque era importante também organizar as mulheres nos Estados Unidos, devido ao papel que os EUA desempenham no mundo. Então, mesmo que soubéssemos que poderia ser menor do que na Argentina ou na Polônia, avaliamos que, politicamente, teríamos um certo tipo de relevância, precisamente porque iria acontecer nos Estados Unidos. Dessa forma, nós estaríamos contribuindo significativamente para o movimento internacionalmente. E essa é a razão pela qual também estabelecemos o chamado, porque queríamos realmente dar uma contribuição ao movimento, dando visibilidade e reconhecimento público.

Você poderia nos contar o que significa o “feminismo dos 99%”, um dos slogans principais da convocatória internacional para o 8M? Como feministas provenientes de diferentes linhagens do pensamento feminista chegaram a essa síntese/concepção?

O termo “feminismo dos 99%” foi precisamente a fórmula que criamos para a primeira chamada da greve de mulheres nos Estados Unidos, e a ideia inicialmente era fazer eco ao movimento do Occupy. Ou seja, queríamos basicamente apropriar e usar o famoso slogan dos 99% para esse novo movimento.

Por que achamos que isso seria uma boa ideia? Em primeiro lugar, porque, especialmente nos Estados Unidos, onde o feminismo liberal é muito hegemônico, proeminente e tem poder organizacional, é absolutamente necessário esclarecer imediatamente que se trata de uma forma alternativa de feminismo. Em outras palavras, que este não é o “feminismo lean-in” que Sheryl Sandberg fala em seu livro, que é baseado basicamente na ideia de que as mulheres devem apenas “fazer acontecer” nos locais de trabalho, que diz para as mulheres não serem tímidas, para lutar por seus próprios direitos, em busca de salários iguais, e assim por diante. Então, o que esse tipo de abordagem não leva em conta é que a grande maioria das mulheres não consegue fazer isso, porque em muitos casos elas trabalham em locais de trabalho extremamente precários, onde não há possibilidade de um “fazer acontecer” individual, mas sim a necessidade de uma luta coletiva.

Assim, o feminismo dos 99% indica o fato de que queríamos recuperar o radicalismo do feminismo, o sentido do feminismo como um projeto de libertação para todas as mulheres. E isso significa começar pelas mulheres da classe trabalhadora, pelas mulheres negras, pelas mulheres migrantes, etc. Em outras palavras, um feminismo que não toma como prioridade as necessidades, desejos e condições de vida dessas mulheres, é na verdade um feminismo da elite. É um feminismo de uma classe específica, no sentido de que é um feminismo que tenta alcançar a igualdade de gênero para uma determinada classe. Assim, nosso feminismo é uma alternativa a isso, de forma que esperamos que a fórmula do feminismo dos 99% expresse que não estamos pelo 1%.

Além disso, no momento, Tithi Bhattacharya, Nancy Fraser e eu estamos escrevendo um manifesto do feminismo dos 99% que deve sair na primavera (esperamos que em janeiro, antes do 8 de março)[1]. Nesse manifesto, articulamos o que queremos dizer com o feminismo dos 99%. E o que queremos dizer, de forma sucinta, é, em primeiro lugar, um feminismo anticapitalista, de modo que estamos na realidade lutando precisamente contra o capitalismo, porque acreditamos que é impossível libertar as mulheres sem superar esse sistema. É também um feminismo que se coloca dentro do transfeminismo (ou seja, incluímos as mulheres trans como parte integrante da nossa mobilização); que luta pelos direitos das trabalhadoras do sexo; que luta contra as políticas imperialistas, sem o medo de nomeá-las imperialistas; e que leva a questão da crise ambiental muito a sério, conectando tudo isso à realidade do capitalismo, porque o que tentamos fazer no manifesto é mostrar como essas diferentes questões afetam a vida das mulheres. Dessa forma, mesmo a crise ecológica, por exemplo, é uma questão feminista. É suficiente pensar que, de acordo com algumas previsões, em meados do século, 80% dos refugiados do clima serão mulheres e crianças. E isso por uma série de razões, que tem a ver com o papel da mulher na reprodução social, que em alguns países será afetada pela mudança climática.

Então, em outras palavras, pensamos o feminismo dos 99% basicamente como um feminismo da luta de classes. Portanto, é um feminismo que se alia a outros movimentos sociais, ao movimento operário, para lutar dentro de uma perspectiva anticapitalista. É isso que dizemos no manifesto.

Frequentemente, periodizamos a história do feminismo em “ondas” como forma de identificar os momentos em que a luta das mulheres e suas demandas alcançaram peso social e político decisivos. Tendo em vista a recente efervescência de mobilizações feministas, na sua opinião, é possível dizer que estamos vivendo uma nova onda do feminismo? Ao seu ver, quais seriam as principais características desse novo momento de atividade feminista e de que forma ele difere dos momentos anteriores em relação a suas pautas, composição, formas de organização e ativismo?

CA – Comecei a falar sobre essa nova onda como a terceira onda feminista, e acho que devemos ser menos tímidas em dizer isso. Porque, se olharmos para os dois últimos anos, temos realmente uma mobilização massiva de mulheres em vários países (Argentina, Polônia, Turquia, Espanha, Itália, Chile, etc.), que são coordenadas internacionalmente (claro, em formas precárias, através do Facebook e das mídias sociais, então não é uma forma forte de coordenação, mas há claramente uma tentativa de produzir slogans, dias de ação, e assim por diante). Realmente existe uma grande participação, que tem mudado o discurso político geral. É claro que a greve de mulheres não é a única forma de mobilização feminista no momento; tivemos também o Women’s March nos Estados Unidos, o movimento #MeToo, que foi mais um movimento de mídia social, mas que teve um impacto importante.

Então, tomando todos esses aspectos juntos, eu diria que essa onda que estamos vivendo no momento é ainda mais poderosa do que o feminismo da segunda onda, em termos de mobilização de massa. Nós ainda vamos ver, é claro, como isso se desenvolverá, mas é inquestionável como já está causando impacto. Na Argentina, por exemplo, com a luta pela legalização do aborto.

Nesse sentido, o que é diferente em comparação com a onda de mobilização feminista anterior é que, em primeiro lugar, ela adquire um caráter transnacional, igualmente graças ao avanço tecnológico e das mídias sociais, ultrapassando imediatamente as fronteiras nacionais. Em segundo lugar, a ideia de usar a greve não só como uma forma de luta, mas também de autoidentificação política do movimento (como no slogan “We Strike”). Eu acho que isso já produz algumas mudanças no movimento feminista. Em primeiro lugar, porque chama a atenção para o trabalho das mulheres (tanto o pago, como o não remunerado), e, ao fazer isso, supera a vitimização das mulheres pela violência de gênero, apresentando-as como empoderadas por seu próprio trabalho. Em outras palavras, “We Strike” é um tipo de slogan muito diferente dos slogans que enfatizam o fato das mulheres serem vítimas de violência; o mote “We Strike” expressa uma forma de poder. E, em terceiro lugar, o fato da greve ter se tornado tão dominante em vários países significava que o movimento feminista teve que, em muitos casos, lidar com o movimento de trabalhadores. É claro que isso significa tensões, conflitos, contradições (que são inevitáveis), mas significa também que o movimento feminista foi, especialmente em alguns países, realmente forçado, por um lado, a lidar com as organizações sindicais e a discutir que tipo de greve era possível organizar, e isso moveu o movimento em direção à luta de classes; ao mesmo tempo, acho que essas greves feministas também desempenharam um papel importante do ponto de vista do movimento operário. Em primeiro lugar, porque elas democratizaram as greves, mostrando que elas não são propriedade dos sindicatos, mas pertencem aos trabalhadores/as. E acho que isso ficou claro por meio do movimento feminista. E também, existe um processo de democratização dos próprios sindicatos, porque eles são pressionados pela base a serem mais combativos e a incluir slogans e demandas feministas, para superar uma abordagem “corporativista” ou “economicista”, para serem mais politizados.

Desse ponto de vista, existem realmente novidades em comparação aos movimentos feministas anteriores, novidades importantes. É claro que estas são potencialidades, e nós veremos como irão se desenvolver, pois não podemos prever o que vai acontecer. Uma das dificuldades que temos em relação à segunda onda é que, de alguma forma, a situação se inverteu: o movimento da segunda onda ocorreu em um momento caracterizado por imensas lutas sociais (libertação nacional, lutas da Nova Esquerda, movimentos de direitos civis, e assim por diante). Foi, portanto, um momento de ascenso, crescimento e radicalização do movimento de trabalhadores em várias formas. Agora, estamos na situação oposta, ou seja, o movimento feminista é o único movimento a nível internacional. Não há hoje outro movimento a nível internacional.

Isso, é claro, causa alguns desafios, pois o principal problema é como expandir esses movimentos feministas, em uma situação em que você não há uma mobilização geral da sociedade. Mas isso exige precisamente que o movimento feminista expanda também suas demandas, slogans, formas de organização, porque é no momento a vanguarda da mobilização social. Mas, para fazer isso, precisa de alguma maneira endossar uma forma de abordagem universalista; em outras palavras, lutar por todos. Caso contrário, o risco é que, por causa da dificuldade da situação, ele irá esmaecer.

Como você recupera em um de seus livros, ao longo da história, marxismo e feminismo possuíram uma relação controversa, de casamentos e divórcios. Na sua visão, como essa relação se dá hoje? Qual o papel da perspectiva materialista no interior do movimento feminista atualmente? Quais as contribuições das feministas marxistas diante dos desafios do momento econômico e político em que vivemos?

A relação permanece controversa, mas devemos levar em conta que, quando falamos de marxismo, precisamos falar sobre uma pluralidade de marxismos, da mesma forma em que há uma pluralidade de feminismos. Nenhum deles é, portanto, uma entidade homogênea. E é claro que ainda existem correntes marxistas reducionistas, que vêem o feminismo em oposição à luta de classes, que tendem a pensar que feminismo e o antirracismo dividem o movimento, como se a unidade da classe fosse algo que existe por si mesmo (ela não existe). Então, há muito trabalho a ser feito.

Mas, ao mesmo tempo, acho que há agora um crescimento do feminismo marxista, especialmente nos anos recentes, e especialmente no que se refere à teoria da reprodução social, que é a principal contribuição que o feminismo marxista deu ao marxismo. Então, sou otimista quanto à possibilidade de desenvolver essa perspectiva ainda mais.[2] A teoria da reprodução social claramente precisa de muito desenvolvimento, mas acho que é uma maneira de permanecer dentro da tradição marxista, usando ferramentas marxistas para entender a relação estrutural entre o capitalismo e a opressão das mulheres.

É claro que essa é uma corrente dentre outras correntes feministas, e não é a majoritária, mas acho que existe, graças às características que os novos movimentos feministas têm hoje, algumas possibilidades de crescimento dessa perspectiva.

Além de professora de filosofia na New School for Social Research em Nova Iorque, você foi integrante da IV Internacional. Como esta organização está pensando e organizando a luta das mulheres? Como você está enxergando os rumos e desafios para o movimento feminista internacional daqui para frente?

Eu fui membra da IV Internacional por vários anos. Não sou mais uma membra formal, porque não faço parte de nenhuma seção, então eu sou uma “amiga” da IV Internacional atualmente.

Mas posso dizer que os anos que passei como ativista da IV Internacional me abriram precisamente para a ideia de que não há nenhuma contradição fundamental entre feminismo e marxismo. É claro que algumas formas de feminismo estão em contradição. Mas penso que a relação entre marxismo e feminismo não é apenas necessária, como também expressa como faz todo o sentido apoiar a luta das mulheres como algo central para a luta de classes. E acho que isso acontece porque a IV Internacional desde o início, diferentemente de outras correntes internacionais, assumiu uma posição muito forte de apoio ao movimento feminista e às mobilizações feministas. Além disso, eu acho que, embora isso nem sempre tenha sido consistente ao longo dos anos, especialmente nos últimos dez anos, houve uma recuperação justamente desses debates feministas marxistas. De alguma forma eles foram abandonados por um certo tempo, mas agora estão se tornando centrais novamente.

Então, eu acho que a IV Internacional historicamente deu uma contribuição importante para o desenvolvimento de um feminismo da luta de classes, especialmente porque evitou o tipo de sectarismo que caracterizou certas correntes que viam no feminismo apenas um tipo de movimento liberal burguês, que estava de alguma forma em oposição ou em tensão com a luta de classes.

Com relação aos desafios do movimento feminista internacional, como disse anteriormente, penso que uma questão é justamente pensar como esses movimentos podem se tornar expansivos; como, a partir de uma posição parcial (nossas condições como mulheres, mulheres trabalhadoras), podemos falar para todo mundo. E o segundo desafio, eu diria, é que devemos pensar seriamente em fortalecer a coordenação internacional do movimento, e isso significa pensar seriamente sobre a possibilidade de planejar reuniões internacionais. Verónica Gago, por exemplo, fala de uma “Internacional Feminista” e eu gosto da ideia. Em outras palavras, precisamos tentar realmente encontrar o caminho, os recursos e as ferramentas para tornar o feminismo internacional vivo. Eu acho que esse é um dos grandes desafios para o futuro.

Por fim, quais serão os próximos passos do grupo de ativistas e intelectuais feministas que se formou em torno da convocatória internacional do 8M? Vocês pretendem manter a organização do Women’s Strike para o ano que vem?

Nos Estados Unidos, no momento, estamos trabalhando para criar alguns vínculos com os professores que entraram em greve nos EUA (tivemos recentemente uma onda de greves de professores, dos quais a grande maioria são mulheres). E este é um momento histórico para os Estados Unidos, porque todas essas greves são ilegais, por conta da terrível lei trabalhista de vários estados. E é a primeira vez que isso acontece em décadas, que uma massa tão grande de trabalhadores entra em greve ilegalmente. Agora, claramente essas greves não estão diretamente ligadas às greves das mulheres, mas eu diria que o que elas mostram é o fato de que a esfera da reprodução social é uma das esferas nas quais temos atualmente mais chances de ter lutas acontecendo de várias formas. E isso tem a ver com o fato da reprodução social ter estado sob ataque nas últimas décadas.

Assim, no momento, estamos trabalhando com isso e esperamos organizar, com outras organizações, um evento público com alguns dos líderes das greves na Bay Area e na Costa Leste. Para abrir uma conversa que vá além do economicismo das demandas que normalmente caracterizam o sindicalismo norte-americano, e falar mais em geral sobre a conexão entre as greves sociais. E, claro, esperamos também mostrar a feminização do trabalho, e porque são as mulheres que trabalham constantemente nessas horríveis condições exploratórias.

Este artigo faz parte da 10ª edição da Revista Movimento. Compre a revista aqui!


[1] Ver <https://movimentorevista.com.br/2018/08/o-feminismo-dos-99-e-a-alternativa-anticapitalista-ao-feminismo-liberal/>.

[2] Para saber mais sobre a teoria da reprodução social, ver ARRUZZA, C. Funcionalista, determinista e reducionista: o feminismo da reprodução social e seus críticos. Cadernos CEMARX, n. 10, 2017.


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