Todos contra o G20 e a extrema-direita!
Participamos da mobilização continental contra o G20, para coordenar a uma guerra social contra os povos em curso.
Participamos da mobilização continental contra o G20, para coordenar a necessária luta internacionalista contra os grandes capitalistas, o ascenso da extrema-direita e o plano de ajustes. O que está em curso é uma guerra social contra os povos!
A reunião dos grandes capitalistas, chefiados por Trump, ocorre sob o signo de uma crise econômica e política mundial. A desigualdade cresce como nunca no planeta, com oito homens concentrando mais riqueza que 3,6 bilhões de pessoas no mundo. Na nova reunião dos 20 países mais poderosos do mundo, a ordem o dia é estabilizar os conflitos comerciais e manter os ganhos do rentismo internacional, com uma maior presença direta do FMI nos países dependentes, como já acontece na Argentina, sede do encontro. O mesmo governo da Argentina que mantém ativistas presos, como Daniel Ruiz, da qual a CSP Conlutas vem fazendo uma campanha internacional pela imediata libertação.
Há um conflito aberto entre Trump e a China, por conta da guerra comercial e da escalada de tensões crescentes entre as duas potências econômicas, enquanto a União Europeia se enfraquece com a hipótese do Brexit. A reunião ocorre, portanto, num cenário onde reina a instabilidade e ronda o espectro de novas quedas na bolsa e de maiores picos de crise econômica.
O ascenso da extrema-direita no mundo é real, fruto da crise social e ecônomica, alimentados pela desilusão com governos da social-democracia, do “progressismo”. Liderados por Steve Bannon, movidos pela indústria das fake news, se alinham Erdogan na Turquia, Duterte nas Filipinas, Orban na Hungria, Duque na Colombia e agora Bolsonaro no Brasil. O papel que cumpre a direita sionista, em apoiar e financiar esses movimentos, é notório, com Bibi Netanyahu articulando o translado de embaixadas dos países alinhados para Jerusálem. O músico Roger Waters, em recente turnê pela América do Sul, denunciou a conformação desse novo “eixo” de governos da extrema-direita, convocando a “resistência”.
Solidariedade e resistência entre os povos
Se a militarização e o fechamento das fronteiras é a resposta da extrema-direita a crise da ordem liberal, a esquerda renovada e radical deve responder com solidariedade e defesa dos imigrantes, se unir as mobilizações contra os ajustes e contra a repressão, feitas principalmente por Trump.
São milhares de imigrantes oriundos da América Central, em busca de trabalho e dignidade. A realidade da defesa dos imigrantes e dos refugiados é uma linha que deve ser defendida diante do discurso xenófobo da extrema-direita, nas diferentes partes do mundo.
Um chamado continental contra Bolsonaro e por justiça por Marielle
Desde o PSOL, no Brasil, agradecemos a imensa solidariedade que recebemos no segundo turno eleitoral, de movimentos sociais e partidos de esquerda em todo mundo. A luta contra Bolsonaro e suas medidas deve mover a resistência não apenas no Brasil. São várias as medidas contra as quais estamos lutando:
- Escola sem mordaça; projeto que acossa os professores, com perseguição e controle ideológico, censurando as aulas, reprimindo o ambiente educacional. Nesse momento, onde a luta pela educação encontra uma grande mobilização na Colômbia, os professores de todo continente devem se unir;
- Contra as reformas neoliberais, como a reforma da previdência, o fim dos direitos trabalhistas e a venda das estatais como a Petrobrás e outras;
- Em defesa da Amazônia, dos territórios indígenas e dos direitos dos povos originários;
- Contra a perseguição a ativistas, dirigentes sociais, como lideranças do MST e do MTST;
- E a campanha por justiça por Marielle, que junto a seu motorista Anderson Gomes, foi brutalmente assassinada, sem que se tenha esclarecido ou condenado os mandantes e assassinos.
É preciso construir uma alternativa internacionalista e anticapitalista
Precisamos combinar a ampla unidade de ação continental para barrar a extrema-direita em todo continente. Isso passa por todo tipo de ações unitárias, campanhas – para acabar com os muros e criar pontes – com todos setores. Mas também por tirar lições para a construção de alternativas de fato anticapitalistas: o anterior ciclo de governos chamados “progressistas” não alcançou resolver as contradições sociais, por sua estratégia de melhorar o capitalismo. Esse é o desafio do PSOL e da esquerda radical. Esperamos que as atividades desenvolvidas ao longo da resistência ao G20, como a confluência de movimentos sociais, possa ajudar a dar unidade para essa agenda e esse projeto.
Artigo originalmente publicado no site do PSOL.