A Netflix e o governo russo se uniram para mentir sobre Trotsky

Manifesto repudia deturpação histórica em obra vinculada à plataforma de streaming.

Vários Autores 23 fev 2019, 02:19

Recentemente a empresa norte-americana Netflix lançou a série “Trotsky”, dirigida por Alexander Kott e Konstantin Starsky. Ela havia estreado no canal russo mais popular, o canal estatal Um da Federação Russa, em novembro de 2017. Aos 100 anos da Revolução Russa, Vladimir Putin, que preside a Federação Russa e, portanto, o canal, escolheu Leon Trotsky para esta megaprodução de 8 episódios.

Levando em conta o passado stalinista de Putin como diretor da KGB, e que o mesmo não disfarça suas simpatias pela Rússia czarista, não se pode esperar uma série que refletisse honesta e objetivamente a figura e obra de quem foi, junto a Lênin, o mais importante líder da Revolução de Outubro. Qual é o objetivo de Putin ao fazer essas falsificações? Por que aviltar os revolucionários quando a Rússia concluiu a restauração capitalista e nada parece se opor à nova burguesia russa, nem a Putin, que governa há 18 anos? Por que a Netflix, que atinge milhões de pessoas no mundo, reproduz essa série?

Aqui algumas das principais falsificações da série:

1. Segundo seus autores a série não é um documentário, mas é baseada em fatos reais. No entanto, são as mesmas falsificações usadas pelos imperialistas e pelo czarismo ou stalinismo para atacar Trotsky e seus seguidores quando a burocratização da URSS avançou. Todas elas foram refutadas pela Comissão Dewey, formada especialmente por personalidades extrapartidárias, em 1937, no México.

2. Contra toda a evidência histórica, e contradizendo a visão de época tanto das pessoas próximas a ele quanto de outras que não, a personalidade de Trotsky aparece como egocêntrica, messiânica, autoritária, desumana, criminosa, competitiva, o que estaria ligado à sua origem judaica, fato sempre lembrado. Em sua velhice, ele sofre alucinações, atormentado pelo remorso de seus crimes na revolução.

3. Jackson (Ramón Mercader) é um jornalista stalinista honesto, crítico e sensível, que estabelece um extenso relacionamento com Trotsky para escrever sua biografia, o que Trotsky supostamente aceita. Mas Trotsky realmente não sabia a respeito de sua adesão ao stalinismo, e sua relação sempre foi restrita a reuniões de curta duração por iniciativa de Mercader, que, como membro da NKVD, tinha a encomenda de Stalin para assassinar Trotsky.

4. Nas revoluções russas os trabalhadores, camponeses, soldados e o povo russo são mostrados como manipulados por dirigentes ambiciosos como Lênin e Trotsky, que decidem por eles. Ao mostrar 1905, os soviets aparecem difamados como meros auditórios para seus discursos. Não há luta de classes, tudo é confronto e vingança entre os indivíduos. Mas a revolução de 1917 não foi apenas um dos movimentos de massas maiores e mais radicais da história, que se fez contra o czarismo, mas também contra o governo burguês provisório e contra Kornilov, estabelecendo o poder dos sovietes com a participação ativa de explorados e oprimidos, liderados pelo partido bolchevique. A série, por outro lado, pretende apresentar a revolução como uma luta mesquinha pelo poder e os revolucionários como psicopatas manipuladores.

5. Deturpa todas as relações de Trotsky com as mulheres. Grandes bolcheviques são afetadas por esse procedimento, como sua primeira esposa Aleksandra, que é retratada como uma dona de casa que Trotsky abandonou com suas duas filhas. Natalia, sua segunda esposa, surge conquistando Trotsky por sua beleza, e, logo depois do casamento, torna-se uma dona de casa cuidando de seus filhos (a quem Trotsky ignora e é capaz de usá-los como escudos humanos em uma suposta tentativa de assassinato durante a revolução) e sua secretária pessoal. A morte de seus quatro filhos (escondendo a participação do stalinismo nos quatro) é uma das falhas que o perseguem até sua morte. Larissa Reissner é uma “femme fatale”, companheira (especialmente sexual) e secretária de Trotsky no trem blindado. Mas a verdade é que Aleksandra Sokolovskaia foi a dirigente do primeiro círculo marxista ao qual Trotsky se juntou aos 16 anos. Os dois foram deportados para a Sibéria com suas duas filhas e ela foi quem ajudou Trotsky a fugir da Sibéria enquanto decidiu ela mesma permanecer na Rússia. Natalia Sedova pertencia ao Comissariado Soviético de Educação a partir da revolução. Suas quatro filhas e filhos apoiaram a militância de seus pais, especialmente Leon Sedov, o mais próximo colaborador de Trotsky, promotor e principal organizador da Oposição de Esquerda russa na clandestinidade. Larisa Reissner escreveu sobre a guerra civil, mas não dentro do trem blindado. Ela tinha uma posição importante no quinto exército, como na revolução em geral. Embarcou na flotilha do Volga, tomou parte nos combates e participou da revolução alemã: foi uma das mais proeminentes militantes bolcheviques até sua morte em 1926.

6. A relação com Lênin antes e durante a revolução é apresentada como uma luta de egos e acordos por conveniência, a ponto de Lênin querer jogar Trotsky de uma sacada. Stalin é o secretário de Lênin. Na época da insurreição de Outubro, Lênin permanece escondido e só aparecerá diante do interrogante Trotsky depois da revolução triunfar. A série omite que Lênin vinha lutando contra o Comitê Central do Partido Bolchevique sobre a necessidade imediata da insurreição defendendo a posição de que, coincidindo com a de Trotsky, seria o início da ditadura do proletariado. Depois da tomada do poder e da espera do Congresso dos Sovietes, os dois foram juntos descansar sobre cobertores no chão, onde conversaram sobre os últimos detalhes da conquista do poder. Com relação à verdadeira visão de Lênin sobre Stalin, pode-se ler seu testamento e suas críticas aos métodos “chauvinistas gran-russos” na questão georgiana.

7. Durante as negociações de Brest-Litovsk com o Império Alemão, Trotsky ordenou a distribuição de panfletos “subversivos” para provocar uma rebelião contra o Kaiser, que irá falhar e justificar a ofensiva alemã. Os grandes opositores à assinatura do tratado são os ex-generais czaristas e não os socialistas revolucionários, como ocorreu na realidade. Na série Jackson culpa Trotsky por não ter defendido a Rússia com os cossacos. Aqui se revela a visão pró-czarista de Putin. A série esconde que o Congresso dos Sovietes tinha aprovado o decreto de paz na Primeira Guerra Mundial (uma das principais demandas das massas) e que na ausência de resposta dos aliados, a URSS teve de iniciar as negociações com a Alemanha, onde a socialdemocracia estava apoiando a guerra do seu próprio imperialismo. Tanto Lênin como Trotsky viam as negociações de Brest como uma plataforma para impulsionar a revolução mundial, especialmente a alemã.

8. Quando é encarregado de formar o Exército Vermelho, Trotsky é apresentado dirigindo o trem blindado como uma estrela do rock, sex-symbol e assassino, que inclusive aprova um massacre de setores populares em um funeral. Em 1918, se prepara um suposto motim em Kronstadt (na verdade, ocorreu em 1921), ao qual Trotsky responde inventando acusações e testemunhas para aplicar a pena de morte ao seu líder. A série menciona apenas a ofensiva tcheca e não a dos 14 exércitos imperialistas e do exército branco czarista que o Exército Vermelho teve de enfrentar na vastidão do território soviético. Nem nomeia os anos do bloqueio econômico imperialista. Em relação a Kronstadt, devemos considerar que sua composição era totalmente diferente daquela de 1917, quando fora a vanguarda da revolução. Uma confirmação da natureza contrarrevolucionária do motim foi o surgimento das notícias, tanto na imprensa internacional quanto entre os exilados russos, duas semanas antes dos acontecimentos. Trotsky também apontará a reação ascendente do mercado quando a notícia do motim de Kronstadt foi ouvida.

9. A fundação da III Internacional em 1919 não é nomeada, mas Trotsky declara sua ambição de conquistar o mundo. Para a série, a história da revolução termina com a morte de Lênin. Ou seja, não há nenhuma Oposição de Esquerda fundada por Trotsky nem a época contrarrevolucionária de Stalin, os processos de Moscou, detenções, tortura, confinamento em campos de concentração e fuzilamentos que quase todos os líderes bolcheviques da revolução e qualquer um que fosse suspeito de oposição ao poder do regime burocrático sofreram. Falseando a história, todos estes crimes são atribuídos a Trotsky, incluindo o assassinato dos Romanov; outra mentira, já que nem Lênin nem Trotsky deram essa ordem.

10. Apenas no último capítulo o nome real de Jackson aparece em uma placa e alguém lhe pede para fazer sua tarefa naquele dia. Trotsky doente pede a Jackson que entre em sua casa. Enquanto isso, um telegrama chega da embaixada canadense avisando Trotsky sobre a identidade falsa de Jackson. Trotsky ataca Mercader, que responde de frente com um picador de gelo pendurado na parede da casa de Trotsky; a série sugere que o revolucionário russo provocou o suposto jornalista a atacá-lo. A forma como se apresenta o atentado é uma nova falsificação: oculta que Stalin queria finalizar a sentença de morte de Trotsky antes do início da II Guerra Mundial, já que sabia que as condições de guerra poderiam levar à revolução política que Trotsky havia previsto para a URSS. Por essa razão, e pela perspectiva da revolução social nos países capitalistas, Trotsky e seus seguidores fundaram a IV Internacional. Em um encontro entre Hitler e o embaixador francês Coulondre em agosto de 1939, o segundo diz: “Stalin abusou do jogo duplo” e que em caso de guerra, “o verdadeiro vencedor será Trotsky.” As burguesias imperialistas deram ao espectro da revolução um nome próprio. Mas a série é uma justificativa para o assassinato desse suposto “monstro” chamado Trotsky.

O abaixo-assinado tem como intuito repudiar essa falsificação, que busca enterrar o evento mais importante do ponto de vista da luta pela emancipação das classes trabalhadoras da exploração e opressão capitalistas, juntamente com a obra legada por seus principais dirigentes.

Esteban Volkov (neto de Trotsky) e CEIP (Centro de Estudos, Investigações e Publicações) “León Trotsky” (Argentina, México).

Assinam:

Fredric Jameson, professor, Universidade Duke (EUA).

Nancy Fraser, socióloga, professora da New School de Nova York e socialista (EUA).

Slavoj Žižek, filósofo e sociólogo.

Robert Brenner, historiador, UCLA, diretor do Centro de História Social e História Comparativa (EUA).

Mike Davis, escritor (Califórnia, EUA).

Michael Löwy, diretor emérito de pesquisas, CNRS, Paris (França).

Michel Husson, economista (França).

Stathis Kouvélakis, filósofo, King’s College (Grã Bretanha).

Franck Gaudichaud, cientista político da Universidade Grenoble Alpes (França).

Ricardo Antunes, professor titular de Sociologia da Universidade Estadual de Campinas, Unicamp (Brasil).

Eric Toussaint, historiador e doutor em Ciências Políticas, Universidade de Liège (Bélgica).

Alex Callinicos, professor de estudos europeus, departamento de estudos europeus e internacionais, King’s College (Grã Bretanha).

Suzi Weissman, professora de política, Saint Mary’s College, da Califórnia, Rádio Jacobin, coprodutora do documentário a ser lançado “Trotsky: the most dangerous man in the World” (EUA).

Sebastian Budgen, editor da Verso (Londres-Nova York).

Catherine Samary, economista, Universidade de Paris Dauphiné (França).

Isabelle Garo, filósofa (França).

Bhaskar Sunkara, editor da revista Jacobin (Nova York, EUA).

Eduardo Grüner, sociólogo e ensaísta (Argentina).

Christian Castillo, sociólogo e docente, UBA e UNLP (Argentina).

Horacio González, sociólogo e ensaísta, ex-diretor da Biblioteca Nacional (Argentina).

Gabriel García Higueras, historiador, Universidade de Lima (Peru).

Valerio Arcary, professor titular do Instituto Federal de São Paulo, IFSP (Brasil).

Alan Woods, Tendência Marxista Internacional, editor de In Defence of Marxism (Grã-Bretanha).

Jorge Alemán, psicanalista e escritor (Argentina/Estado Espanhol).

Paul Le Blanc, professor de História do La Roche College Pittsburgh, Pensilvânia (EUA).

Alejandro Horowicz, professor de Mudanças no sistema político mundial, Sociologia, UBA (Argentina).

Elsa Drucaroff, ensaísta, escritora e docente (Argentina).

Tithi Bhattacharya, professora de História da Universidade Purdue (EUA).

Andrea D’Atri, Licenciada em Psicologia (UBA), fundadora do grupo de mulheres Pão e Rosas (Argentina).

Cinzia Arruzza, professora associada de filosofia na The New School for Social Research, Nova York (EUA).

Warren Montag, Occidental College (Los Ângeles, EUA).

Gilbert Pago, professor de História, ex-diretor da IUFM Martinica, especialista em História do Caribe e Antillas francesas e em História das mulheres nesses países.

Claudio Katz, economista, docente da UBA, pesquisador do CONICET, membro de Economistas de Izquierda (Argentina).

Jaime Pastor, cientista político da Universidad Nacional de Ensino a Distância (Estado Espanhol).

Massimo Modonesi, historiador, sociólogo e politólogo, professor da Universidade Nacional Autônoma (México).

Charles-André Udry, diretor de Editions Page 2 e do site A l’encontre (alencontre.org) (Suíça).

Charles Post, sociólogo, Universidade da Cidade de Nova York (EUA). Jean-Jacques Marie, historiador (França).

Emmanuel Barot, filósofo, Universidade Toulouse Jean Jaurès (França).

Srecko Horvat, filósofo (Croácia).

Mihai Varga, sociólogo, Universidad Libre de Berlim (Alemanha/Romênia).

Pablo Bonavena, sociólogo, docente da Universidade Nacional de La Plata e Universidade de Buenos Aires (Argentina).

Jorge Gonzalorena Döll, sociólogo e historiador (Chile).

Ted Stolze, professor do departamento de Filosofia, Cerritos College, Norwalk (EUA).

Guillermo Almeyra, historiador (UNAM e UAM-X/México, UBA/Argentina).

Alejandro Schneider, historiador UBA/UNLP (Argentina).

Osvaldo Coggiola, professor da Universidade de São Paulo, USP (Brasil).

Juan Fajardo, diretor da seção em espanhol de Marxist Internet Archive.

Pablo Pozzi, historiador, Universidade de Buenos Aires (Argentina).

Hernán Camarero, historiador e pesquisador, Universidade de Buenos Aires (Argentina).

Miguel Vedda, Faculdade de Filosofia e Letras, UBA (Argentina).

Daniel Gaido, historiador, Universidade Nacional de Córdoba (Argentina).

Alicia Rojo, historiadora, Universidade de Buenos Aires (Argentina).

Edwy Plenel, jornalista, diretor de Mediapart (França).

Helmut Dahme, sociólogo, professor, Viena (Áustria).

Eric Aunoble, historiador (Genebra).

Rob Sewell, editor de Socialist Appeal (Grã Bretanha).

Samuel Farber, historiador, Universidad da ciudad de Nova York (EUA).

G. M. Tamás, filósofo, Universidade da Europa Central (Budapeste, Hungria).

Checchino Antonini, jornalista, diretor de L’Anticapitalista (Itália).

Fernando Rosso, jornalista, La Izquierda Diario (Argentina).

Iuri Tonelo, editor do portal Esquerda Diário e doutorando em Sociologia na Universidade Estadual de Campinas (Brasil).

Paula Varela, cientista política e professora da Universidade de Buenos Aires (Argentina).

David Walters, administrador da Enciclopedia de Trotskysmo on-line / Marxists Internet Archive.

Jean Batou, professor de História Internacional, Universidade de Lausanne (Suíça).

Ugo Palheta, sociólogo, Universidade de Lille e diretor de Contretemps web (França).

Francesca Gargallo Celentani, escritora e feminista (México).

Esteban Mercatante, economista, staff de Ideas de Izquierda e La Izquierda Diario (Argentina).

Ariane Díaz, licenciada em Letras, Universidade de Buenos Aires (Argentina).

Mathieu Bonzom, professor de Estudos Norte-americanos, Universidade Paris 1, Panthéon-Sorbonne (França).

Eduardo Lucita, integrante do Economistas de Izquierda (Argentina).

Carlos Rodríguez, jornalista, Página 12 (Argentina).

Juan Dal Maso, Casa Marx Neuquén (Argentina).

Leonidas “Noni” Ceruti, historiador (Rosário, Argentina).

Alma Bolón, professora titular de Literatura Francesa no Instituto de Letras de FHCE, Universidade da República. (Uruguai).

Manuel Garí, economista, (Estado Espanhol).

Bernhard H. Bayerlein, historiador e estudioso do Romance, Universidade del Ruhr (Bochum, Alemanha).

Paula Bach, economista, Universidade de Buenos Aires (Argentina).

Edison Urbano, diretor da Revista Ideias de Esquerda (Brasil).

Gabriela Liszt, pesquisadora do CEIP León Trotsky (Argentina).

Gastón Gutiérrez, revista Ideas de Izquierda (Argentina).

Andrea Robles, editora, Ediciones IPS-CEIP (Argentina).

Matías Maiello, sociólogo, Universidade de Buenos Aires (Argentina).

Brais Fernández, revista Viento Sur (Estado Espanhol).

Omar Vazquez Heredia, doutor em Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires (Venezuela)

Jean Baptiste Thomas, professor de estudos hispânicos, Escola Politécnica (París, França).

Ariel Petruccelli, História UNCo (Neuquén, Argentina).

Wladek Flakin, historiador, Berlim (Alemanha).

Jamila M.H. Mascat, filósofa, Universidade de Utrecht (Holanda).

Vera Aguiar Cotrim, pós-doutoranda em Filosofia pela USP e professora de Filosofia na Faculdade Paulista de Serviço Social de São Caetano do Sul (FAPSS-SCS) (Brasil).

Anthony Arnove, editor, Haymarket Books (Chicago, EUA).

Pablo Oprinari, sociólogo e coordenador do Ideas de Izquierda (México).

Nick Brauns, historiador e jornalista (Berlim, Alemanha).

Filippo Del Lucchese, Universidade Brunel, Londres (Grã Bretanha).

Antonio Moscato, historiador, Universidade de Salento-Lecce (Itália).

Silvia Aguilera, editora LOM ediciones (Chile).

Paulo Slachevsky, editor LOM ediciones (Chile).

Beatriz Abramides, professora da PUC-SP e dirigente de APROPUCSP (Brasil).

Renato Lemos, professor e pesquisador, Instituto de História da Universidade Federal de Rio de Janeiro (Brasil).

Bill V. Mullen, professor de Estudos Americanos e Globais, Universidade Purdue (Indiana/EUA).

Susan Ferguson, professora associada, Meios digitais e jornalismo, Universidade Wilfrid Laurier (Canadá).

Elaine Behring, professora associada de Serviço Social UERJ, Universidade do Estado de Rio de Janeiro (Brasil).

Pedro Campos, historiador e professor da UFRRJ, Universidade Federal Rural de Rio de Janeiro (Brasil).

Antonio Liz, historiador (Estado Espanhol).

Jorge Luiz Souto Maior, professor de Direito, USP (Brasil).

Josefina L. Martínez, jornalista e historiadora (Estado Espanhol).

Cynthia Lub, doutora em história pela Universidade de Barcelona (Estado Espanhol).

Sean Purdy, professor de História da Universidade de São Paulo (Brasil).

Felipe Demier, historiador e professor de Serviço Social da UERJ, Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Brasil).

Lívia Cotrim, socióloga e pesquisadora do Nehtipo da Pontifícia Universidade Católica -SP (Brasil).

Stéfanie Prezioso, professora de História Internacional, Universidade de Lausanne (Suíça).

Florian Wilde, historiador, Berlim (Alemanha).

Jean-Numa Ducange, historiador, Universidade de Rouen (França).

Pelai Pagès, doutor em História e professor da Universidade de Barcelona (Estado Espanhol).

Gonzalo Adrian Rojas, professor de Ciências Políticas da Universidade Federal de Campina Grande (Brasil).

Martín Cortés, Faculdade de Ciências Sociais, Universidade de Buenos Aires (Argentina).

Pepe Gutiérrez-Álvarez, vice-presidente da Fundación Andreu Nin (Barcelona/Estado Espanhol).

Francisco Cantamutto, economista, Sociedade de Economia Crítica (Argentina).

Diego Lotito, jornalista, IzquierdaDiario.es (Estado Espanhol).

Tatiana Cozzarelli, comitê editorial de Left Voice, membro do Grupo Feminista Socialista do Democratic Socialists of America de Nova York (EUA).

Juan Duarte, docente da Universidade de Buenos Aires (Argentina).

Lucía Nistal, pesquisadora bolsista, Universidade Autônoma de Madrid (Estado Espanhol).

Pablo Anino, economista, Universidade de Buenos Aires (Argentina).

Mercedes D’Alessandro, doutora em Economia e co-fundadora da Economia femini(s)ta (Argentina).

Gastón Remy, economista e professor FCE Universidade Nacional de Jujuy (Argentina).

Alfredo Fonticelli, jornalista cultural (Uruguai).

Demian Melo, professor de História da Universidade Federal Fluminense (Brasil). Simon Bousquet, presidente do sindicato Centro Cultural Gabriela Mistral (Chile).

Alfonso Claverías, biógrafo de Joaquín Maurín, deputado de Podemos por Huesca (Estado Espanhol).

Andy Durgan, historiador, doutor em História pela Universidade de Londres (Grã Bretanha).

Javier Maestro, historiador e professor de História na Universidade Complutense de Madrid (Estado Espanhol).

Aldo Casas, antropólogo, ensaísta, conselho de redação da revista Herramienta (Argentina).

Nora Ciapponi, militante socialista (Argentina).

Mike Goldfield, professor emérito de Relações Industriais e Recursos Humanos, Universidade Estatal Wayne (Detroit, EUA).

Hebert Benítez Pezzolano, professor e pesquisador em Letras, Universidade da República (Uruguai).

Leonardo Flamia, jornalista cultural (Uruguai).

Rolf Wörsdörfer, professor da Universidade Técnica de Darmstadt (Alemanha).

Joel Ortega Juárez, ativista de 68, mestre em jornalismo e professor retirado da UNAM (México).

Claudio Albertani, professor da Universidade Autônoma da Cidade do México (México).

Héctor Sotomayor, professor e pesquisador Benemérita da Universidade Autônoma de Puebla (México).

David Pavón Cuéllar, psicólogo e filósofo, professor da Universidade Michoacana de San Nicolás de Hidalgo (México).

António Louçã, historiador e jornalista na televisão pública portuguesa RTP. Claudia Mazzei Nogueira, docente, Unifesp-BS (Brasil).

Virgínia Fontes, historiadora e professora da Universidade Federal Fluminense (Brasil).

Raquel Barbieri Vidal, produtora do Teatro Colón de Buenos Aires (Argentina).

John Barzman, professor de História, Universidade de Le Havre (França).

Patrick Silberstein, médico, editor de Éditions Syllepse (França).

Alejandro Gálvez Cancino, professor da Universidade Autônoma Metropol,itana (México).

Sandy McBurney) membro do Partido Laborista, ,Glasgow (Escócia).

Romero Venancio, professor de filosofia da Universidade Federal de Sergipe (Brasil).

Fabiane Tejada, professora de Artes da Universidade Federal de Pelotas (Brasil).

Luciano Mendonça, professor de História na Universidade Federal de Campina Grande (Brasil).

Gabriel Eduardo Vitullo, professor de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Brasil).

Max Delupi, jornalista e ator (Córdoba, Argentina).

Joseph Serrano, doutorando em Inglês, UC Berkeley (EUA).

Diego Giacchetti, historiador (Turim, Itália).

Gloria Rodríguez, diretora NET (Núcleo de Estudios del Trabajo y la Conflictividad Social), docente da Faculdade de Humanidades e Artes UNR (Rosário, Argentina).

Laura Sotelo, professora Faculdade de Psicologia da UNR, diretora do Centro de Estudos de Teoria Crítica (Rosário, Argentina).

Jean Georges Almendras, jornalista (Uruguai).

Esteban Fernández, professor de filosofia da UCR e dirigente de Organización Socialista (Costa Rica).

Livia Vargas González, filósofa, prof. universitária e doutoranda em Historia UCV-UFOP (Venezuela/Brasil).

Eurelino Coelho, historiador da Universidade Estadual de Feira de Santana, Bahia (Brasil).

Gustavo Seferian, professor de Direito da Universidade Federal de Lavras (Brasil).

Antonio Oliva, professor da Faculdade de Humanidades UNR (Rosario, Argentina).

Ángel Oliva, professor da Faculdade de Psicología UNR (Rosario, Argentina).

Hugo Cavalcanti Melo Filho, professor de Direito da Universidade Federal de Pernambuco (Brasil).

Rosana Núbia Sorbile, professora de História no Instituto Federal São Paulo (Brasil).

Maria Silvia Betti, professora de Letras Universidade São Paulo (Brasil).

Miguel Candioti, doutor em Humanidades, professor e pesquisador da Universidade Nacional de Jujuy (Argentina).

Isabella de Faria Bretas, doutoranda da Universidade Nova de Lisboa (Portugal).

Sara Granemann, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Brasil).

Franklin Jones Santos do Amarante, articulador cultural (Brasil).

Fábio Resende, ator e diretor teatral (Brasil).

Maxwell Santos Raimundo, ator e músico (Brasil).

Ademir de Almeida, ator e diretor (Brasil).

Juliana Teixeira Esteves, professora de Direito da Universidade Federal de Pernambuco (Brasil).

Reginaldo Melhado, professor de Direito da Universidade Estadual de Londrina (Brasil).

Grijalbo Fernandes Coutinho, juiz do trabalho e doutorando em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil).

Luís Carlos Moro, advogado laboral (Brasil).

Rosa Maria Marques, economista, professora titular da PUC-SP (Brasil).

Luiz Antonio Dias, vice coordenador do PEPG em História da PUC/SP (Brasil).

Lúcio Flávio Rodrigues de Almeida, professor do Departamento de Política da PUC-SP (Brasil).

Rodrigo Quesada Monge, historiador, catedrático aposentado (Costa Rica). Yurij Castelfranchi, professor, Departamento de Sociologia, Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil).

Savana Diniz Gomes Melo, professora do PPGE FAE, Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil)

Organizações políticas:

Nicolás del Caño, Myriam Bregman, Emilio Albamonte pelo Partido de Trabajadores por el Socialismo (Argentina);

Santiago Lupe pela Corriente Revolucionaria de Trabajadores y Trabajadoras (Estado Espanhol);

Sulem Estrada y Miriam Hernandez, pelo Movimiento de los Trabajadores Socialistas (México); Ángel Arias, pela Liga de Trabajadores por el Socialismo (Venezuela);

Javo Ferreira, Violeta Tamayo e Elio Aduviri pela Liga Obrera Revolucionaria por la Cuarta Internacional (Bolivia);

Juan Cruz Ferre, por Left Voice (EUA);

Simone Ishibashi, Diana Assunção e Maíra Machado pelo Movimento Revolucionário de Trabalhadores (Brasil);

Stefan Schneider, pelo Revolutionären Internationalistischen Organisation (Alemanha);

Damien Bernard, Daniela Cobet e Juan Chingo pelo Révolution Permanente (França);

Sebastián Artigas pela Corriente de Trabajadores Socialistas (Uruguai);

Dauno Tótoro pelo Partido de Trab jadores Revolucionarios (Chile).

[Fração Trotskista pela Quarta Internacional (FT-CI) / Impulsionam a Rede Internacional de diários La Izquierda Diario em Francês, Inglês, Alemão, Português, Espanhol e Catalão].

Romina del Plá, Néstor Pitrola, Jorge Altamira, Marcelo Ramal, Gabriel Solano dirigentes do Partido Obrero (Argentina).

Rafael Fernández, Natalia Leiva, Lucía Siola e Nicolás Marrero, dirigentes do Partido de los Trabajadores (Uruguai).

Philippe Poutou, Olivier Besancenot, Alain Krivine e Christine Poupin pela direção do Nouveau Parti Anticapitaliste (França).

Gaël Quirante, Sud Poste 92 (França), Anasse Khazib, Sud Rail (França) e Vincent Duse, CGT PSA Mulhouse (França). Nouveau Parti Anticapitaliste (França).

Nathalie Arthaud, porta-voz nacional; Arlette Laguiller ex-eurodiputada; Armonia Bordes ex-eurodiputada; Chantal Cauquil ex-eurodiputada pela Lutte Ouvrière (França).

Guilherme Boulos, ex-candidato a presidente pelo PSOL e coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (Brasil).

Marcelo Freixo, deputado federal do PSOL Rio de Janeiro (Brasil).

Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL

Tarcísio Motta, vereador do PSOL Rio de Janeiro (Brasil).

Isa Penna, militante feminista, advogada e Deputada Estadual pelo PSOL em São Paulo (Brasil)

Fernando Silva, Direção Nacional do PSOL – Insurgência (Brasil)

Pelo Movimento Esquerda Socialista: Luciana Genro, ex-candidata a presidente, deputada estadual (PSOL); Roberto Robaina, direção nacional do PSOL; Israel Dutra, secretario de RI do PSOL; Pedro Fuentes, editor do Portal de Izquierda em Movimento, direção do MES (Movimento Esquerda Socialista). Fernanda Melchionna, David Miranda, Sâmia Bomfim, deputados federais (PSOL) (Brasil).

Pela Corrente Socialista dos Trabalhadores/ PSOL: Babá, vereador do Rio de Janeiro (PSOL); Pedro Rosa, dirigente do SINTUFF e da CST/PSOL; Rosi Messias, executiva nacional do PSOL e da direção nacional da CST/PSOL (Brasil).

Juan Carlos Giordano, Mercedes Petit, dirigentes da Izquierda Socialista, (Argentina); Orlando Chirino Partido, Socialismo y Libertad (Venezuela); Enrique Fernández Chacón, UNIOS (Perú); Enrique Gómez Delgado, Movimiento al Socialismo (México). [Unidad Internacional de los Trabajadores-Cuarta Internacional (UIT-CI)]

Alejandro Bodart, Sergio García, Celeste Fierro, Vilma Ripoll, Guillermo Pacagnini, Mariano Rosa por el Movimiento Socialista de los Trabajadores (Argentina) y Anticapitalistas en Red-IV Internacional.

Paula Quinteiro (deputada no parlamento galego); Raul Carmago (deputado da Assembleia de Madrid); Jesús Rodríguez (economista); Ángela Aguilera (deputada no parlamento andaluz); Ana Villaverde (deputada no parlamento andaluz); Mari García (deputada no parlamento andaluz); Sonia Farré (deputada no parlamento espanhol). [Anticapitalistas (Estado Espanhol)]

Franco Turigliatto, ex senador pelo Partido da Refundação Comunista, direção nacional de Sinistra Anticapitalista (Itália).

Thiess Gleiss, membro da direção nacional do Partido Die LINKE (Alemanha); Lucy Redler, membro da direção nacional do Partido Die LINKE e porta-voz do SAV (Alemanha).

Manuel Aguilar Mora, historiador, Universidad Autônoma de México, dirigente da Liga por la Unidad Socialista (México). Roman Munguia Huato, Ismael Contreras Plata, Liga por la Unidad Socialista e Movimiento de Reconstrucción Sindical de professores (México).

Edgard Sanchez, dirigente Partido Revolucionario de los Trabajadores (México). José Luis Hernández Ayala, Pedro Gellert, Heather Dashner Monk, Marcos Fuentes, Emilio Téllez Contreras y Héctor Valadez George, integrantes da Coordinadora Socialista Revolucionaria (México).

Coletivo Comunismo e Liberdade (PSOL, Brasil).

Comuna (PSOL, Brasil).


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Autores

Pedro Micussi