57 mortos em presídio: governo lava as mãos para o banho de sangue

Massacre é resultado de política penitenciária retrógrada e violenta.

Equipe Sâmia Bomfim 31 maio 2019, 17:18

Nos últimos dois dias, 57 homens foram assassinados dentro de quatro presídios de Manaus, capital do Amazonas. Esse massacre carcerário é o resultado horrendo de uma política penitenciária retrógrada e violenta, que só fortalece os conflitos entre facções nos interiores das unidades prisionais.

O caso é reincidente. Em janeiro de 2017, uma rebelião em Manaus, que durou quase 20 horas, também provocou a morte de 56 pessoas. Nesse mesmo ano, chacinas no presídios do Rio Grande no Norte chocaram o país. A lista, infelizmente, não tem fim, porque nos últimos anos, houve um aumento expressivo no número de massacres e torturas nas prisões instaladas no Norte e no Nordeste do Brasil.

Para investigar esses casos, foi criado, em 2013, o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura ( MNPCT ), um órgão federal cuja missão é percorrer os presídios do Brasil para averiguar denúncias de violação de direitos humanos. Só que o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos parece não estar interessado em esclarecer essas torturas.

No início do ano, questionamos a ministra Damares Alves, por ofício, sobre a dificuldade que o governo começou a impor ao trabalho do órgão. Há denúncias de que o Ministério se recusou a custear as passagens da equipe de trabalho até o Ceará.

Neste ínterim, oficiamos também a Comissão Interamericana de Direitos Humanos para que tomasse conhecimento do boicote do Ministério às ações de fiscalização nos presídios, conforme nota pública divulgada pelo próprio mecanismo de combate à tortura à época.

Diante desse banho de sangue, é fundamental que o Estado garanta assistência aos familiares dos mortos e permita que organismos como o Mecanismo de Prevenção à Tortura, entre outros, possam realizar seu trabalho para coibir novas situações de massacre entre a população carcerária.

Artigo originalmente publicado no site de Sâmia Bomfim em 28 de maio de 2019.

TV Movimento

Encruzilhadas da Esquerda: Lançamento da nova Revista Movimento em SP

Ao vivo do lançamento da nova Revista Movimento "Encruzilhadas da Esquerda: desafios e perspectivas" com Douglas Barros, professor e psicanalista, Pedro Serrano, sociólogo e da Executiva Nacional do MES-PSOL, e Camila Souza, socióloga e Editora da Revista Movimento

Balanço e perspectivas da esquerda após as eleições de 2024

A Fundação Lauro Campos e Marielle Franco debate o balanço e as perspectivas da esquerda após as eleições municipais, com a presidente da FLCMF, Luciana Genro, o professor de Filosofia da USP, Vladimir Safatle, e o professor de Relações Internacionais da UFABC, Gilberto Maringoni

O Impasse Venezuelano

Debate realizado pela Revista Movimento sobre a situação política atual da Venezuela e os desafios enfrentados para a esquerda socialista, com o Luís Bonilla-Molina, militante da IV Internacional, e Pedro Eusse, dirigente do Partido Comunista da Venezuela
Editorial
Israel Dutra | 20 fev 2025

Altas temperaturas no cenário político

A emergência climática, a crise do governo Lula e a pressão pela prisão de Bolsonaro aquecem o cenário político
Altas temperaturas no cenário político
Edição Mensal
Capa da última edição da Revista Movimento
Revista Movimento nº 55-57
Nova edição da Revista Movimento debate as "Encruzilhadas da Esquerda: Desafios e Perspectivas"
Ler mais

Podcast Em Movimento

Colunistas

Ver todos

Parlamentares do Movimento Esquerda Socialista (PSOL)

Ver todos

Podcast Em Movimento

Capa da última edição da Revista Movimento
Nova edição da Revista Movimento debate as "Encruzilhadas da Esquerda: Desafios e Perspectivas"