Novo Peru: solidariedade com o povo chileno
Esquerda peruano presta apoio às mobilizações no Chile.
Nos últimos dias, o governo do presidente Sebastián Piñera emitiu uma série de novas medidas neoliberais que, entre outras coisas, aumentara o custo das passagens no transporte público, agravando a já deteriorada economia da maioria das e dos chilenos. Ante estas medidas, a cidadania respondeu com mobilizações que incluíram evasões massivas no sistema de metrô e protestos de rua a nível nacional. O governo se viu obrigado a reverter o aumento de passagens mas já a indignação popular com um sistema político e econômico excludente havia explodido violentamente. Milhares de estudantes, trabalhadores, mulheres, coletivos e cidadania em geral protestam contra o atual regime de vida que impõe o neoliberalismo por quatro décadas, o mesmo que gera desigualdade, marginalização e precarização, beneficiando somente a pequena elite governante.
A massiva mobilização popular foi respondida com a característica brutalidade da direita chilena que ante a falta de razão recorreu à força decretando o estado de exceção, toque de recolher e militarização do país recriando os piores tempos da ditadura pinochetista. Esta repressão cobra já a vida de dez pessoas, além de centenas de feridos e detidos, denúncias de abusos em delegacias e de agressão sexual contra as mulheres que uma sociedade democrática não pode tolerar.
O ocorrido em Equador e Chile demonstra o pouco que lhe durou à direita o triunfalismo de seu projeto de restauração neoliberal. Em sua tentativa de ajustar o caixa, seu primeiro instinto foi passar a conta ao povo e aos serviços públicos. Jamais passou por suas cabeças acabar com os privilégios fiscais das grandes empresas. Hoje fica claro que a direita chilena não é nem moderna, nem liberal nem democrática, ao primeiro sinal de protesto popular, recorrem à repressão, à mentira e à imposição.
Como Movimento Nuevo Perú manifestamos nossa solidariedade com a justa mobilização do povo chileno e condenamos a brutal violência repressiva. A comunidade internacional não pode permanecer indiferente ante um presidente que lhe declarou a guerra a seu povo e que pretende restaurar a governabilidade neoliberal a sangue e fogo. Confiamos em que, como em outras vezes em sua história, o povo chileno conquistará definitivamente a dignidade e a esperança.