Declaração de emergência: por um plano de ação contra a Covid-19

Sobre as tarefas imediatas dos próximos dias e semanas.

Executiva Nacional do MES/PSOL 3 abr 2020, 19:01

No dia 18 de março, os que subscrevemos esta declaração de emergência, agrupados no Movimento Esquerda Socialista, tendência política fundadora do PSOL, protocolamos, em conjunto com intelectuais, artistas, e militantes com ou sem partido, um pedido de impeachment do Presidente da República, o fascista Jair Bolsonaro. Encabeçado por nossos parlamentares Fernanda Melchionna, David Miranda, Sâmia Bomfim e Luciana Genro, tal pedido obteve, em menos de 15 dias, mais de um milhão de assinaturas em seu apoio. Com este protocolo, afirmamos uma estratégia clara da qual não abriremos mão: Bolsonaro deve deixar de ser presidente para salvar o Brasil.

Agora, depois de apresentarmos este desafio estratégico para lutar por um novo rumo para o Brasil e estando conscientes de que tal caminho não depende, obviamente, apenas dos que subscreveram o protocolo do impeachment, queremos, com esta declaração, afirmar as tarefas imediatas dos próximos dias e semanas.

A pandemia da Covid-19 é uma tragédia em todo planeta. No Brasil, a situação piora a cada dia. As consequências sanitárias, sociais e econômicas já se fazem sentir. Estamos em uma guerra. Para se ter uma dimensão da escala que a crise pode alcançar em nosso país, pode-se mencionar que, nos Estados Unidos, 10 milhões de pessoas já solicitaram o seguro-desemprego.

A derrota da Covid-19 só pode vir da ciência, da pesquisa e da defesa do Sistema Único de Saúde (SUS). Os esforços que cientistas, pesquisadores e trabalhadores da saúde estão fazendo – colocando suas vidas para, nas trincheiras do combate ao vírus, defender a vida da população – são um grande exemplo. Se os trabalhadores da saúde não tiverem condições de salvar vidas, pela falta de equipamentos e pelo próprio risco de contágio, a tragédia pode ser ainda maior.

Enquanto Bolsonaro segue minimizando a gravidade da situação e colocando o povo brasileiro em risco, defendemos os trabalhadores da saúde e a necessidade do isolamento social com um direito de todos. Por isso é tão importante que Bolsonaro pague imediatamente a renda básica emergencial, além de medidas econômicas de urgência. As universidades estão produzindo soluções e a saúde está voltada para evitar a catástrofe, mas infelizmente o presidente atrapalha. Nesse momento, é hora de nos apoiarmos no mais forte laço com o qual podemos contar: a solidariedade. O dia 7 de abril – dia mundial da saúde – deve ser marcado como um dia de lutas e panelaços em defesa da vida, do SUS e dos profissionais da saúde.

Propomos sete medidas para ser imediatamente implantadas:

1. Exigência de que Bolsonaro pague já a renda básica para garantir que o isolamento social seja um direito de todos, especialmente dos trabalhadores informais e precarizados;

2. Defesa da vida, do SUS e dos trabalhadores da saúde. O governo tem dinheiro: precisamos já de equipamentos de proteção individuais (EPIs) e respiradores;

3. Testes rápidos em massa, apoiando-se na inteligência das universidades públicas. Pelo pagamento das bolsas CAPES e CNPq aos pesquisadores e mais investimentos em pesquisa contra a Covid-19;

4. Reconversão industrial para que a indústria nacional atenda às necessidades trazidas pela crise. Por exemplo, a Petrobrás e a indústria sucroalcooleira devem produzir álcool em gel e as montadoras devem concentrar-se na produção de respiradores;

5. Defesa da vida dos trabalhadores em serviços essenciais como caminhoneiros e trabalhadores do transporte público; atendentes de farmácias e supermercados; trabalhadores da saúde; entre outros;

6. Nenhuma redução salarial! Manutenção dos direitos! Contra a “MP da Morte” e o corte de salários dos servidores públicos e trabalhadores formais! Estabilidade no emprego, a exemplo de medida tomada pela Argentina;

7. Dinheiro para quem precisa! Taxação das grandes fortunas para que os ricos paguem pela crise!

Encerramos esta declaração convocando todas e todos para um panelaço geral e nacional no dia 7 de abril, dia mundial da saúde, às 20 horas e 30 minutos. Participe do panelaço em defesa da vida e do SUS! Por plenas condições de trabalho para os profissionais da saúde! Fora Bolsonaro!


TV Movimento

Balanço e perspectivas da esquerda após as eleições de 2024

A Fundação Lauro Campos e Marielle Franco debate o balanço e as perspectivas da esquerda após as eleições municipais, com a presidente da FLCMF, Luciana Genro, o professor de Filosofia da USP, Vladimir Safatle, e o professor de Relações Internacionais da UFABC, Gilberto Maringoni

O Impasse Venezuelano

Debate realizado pela Revista Movimento sobre a situação política atual da Venezuela e os desafios enfrentados para a esquerda socialista, com o Luís Bonilla-Molina, militante da IV Internacional, e Pedro Eusse, dirigente do Partido Comunista da Venezuela

Emergência Climática e as lições do Rio Grande do Sul

Assista à nova aula do canal "Crítica Marxista", uma iniciativa de formação política da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, do PSOL, em parceria com a Revista Movimento, com Michael Löwy, sociólogo e um dos formuladores do conceito de "ecossocialismo", e Roberto Robaina, vereador de Porto Alegre e fundador do PSOL.
Editorial
Israel Dutra | 21 dez 2024

Braga Netto na prisão. Está chegando a hora de Bolsonaro

A luta pela prisão de Bolsonaro está na ordem do dia em um movimento que pode se ampliar
Braga Netto na prisão. Está chegando a hora de Bolsonaro
Edição Mensal
Capa da última edição da Revista Movimento
Revista Movimento nº 54
Nova edição da Revista Movimento debate as Vértices da Política Internacional
Ler mais

Podcast Em Movimento

Colunistas

Ver todos

Parlamentares do Movimento Esquerda Socialista (PSOL)

Ver todos

Podcast Em Movimento

Capa da última edição da Revista Movimento
Nova edição da Revista Movimento debate as Vértices da Política Internacional

Autores

Pedro Micussi