Genocida e corrupto: é preciso derrubar Bolsonaro já!
As acusações de corrupção na compra de vacinas colocam o governo contra a parede. Faltavam vacinas enquanto os operadores do governo organizavam o roubo. Basta! Todos às ruas em 3 de julho: Fora, Bolsonaro!
O depoimento dos irmãos Miranda na CPI da Covid-19 abriu uma nova crise no governo. A acusação de que houve superfaturamento na negociação de compra da vacina Covaxin, intermediada pelo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), abriu espaço para novas denúncias e investigações. Ontem (29), a Folha de S. Paulo publicou reportagem segundo a qual o representante de uma empresa propôs-se a vender 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca ao governo e o responsável pela área de logística do Ministério da Saúde, Roberto Farias, indicado por Ricardo Barros, teria pedido um dólar por dose como propina. A resposta defensiva do governo foi demitir Farias. A crise ampliou-se.
Ao mesmo tempo, caiu Ricardo Salles. Sai pela porta dos fundos, como o último dos porta-vozes da reunião que celebrou “passar a boiada”. A demissão, no mesmo momento em que apareciam as denúncias de corrupção na compra de vacinas, mostra a tentativa impotente do governo de lançar cortina de fumaça e, ao mesmo tempo, o medo de Salles ser preso por conta das investigações no STF sobre a venda de madeira contrabandeada e o apoio ao garimpo ilegal em terras indígenas.
O negacionismo das vacinas era fachada para a corrupção
No governo Bolsonaro, sobram crimes. Apesar de ser eleito alegando querer mudar “tudo o que está aí” e combater a corrupção, o histórico de Bolsonaro era conhecido: eleição de familiares, rachadinha em gabinetes, enriquecimento inexplicável e relações de toda ordem com as milícias do Rio de Janeiro. O escárnio da família mostrou-se plenamente quando Flávio Bolsonaro comprou uma mansão de R$ 6 milhões no início deste ano enquanto seguiam as denúncias de enriquecimento ilícito contra o senador.
Mas, agora, o discurso anticorrupção de Bolsonaro foi totalmente desmoralizado. Quando o país soma mais de meio milhão de mortos, a CPI da Covid-19 revela que o descaso criminoso na compra de vacinas não era por razões ideológicas ou negacionismo. Era roubo. Enquanto o governo negava comprar as vacinas envasadas pelo Instituto Butantan e rejeitava dezenas de contatos da Pfizer, num Ministério da Saúde ocupado por militares e indicados pelo centrão, ocorriam as negociações com intermediários para comprar as vacinas Covaxin, CanSino e Sputinik V. Segundo os denunciantes, a compra de vacinas deveria atender aos pedidos de “um grupo” no ministério que pretendia roubar, como afirmaram os irmãos Miranda.
Depois das denúncias envolvendo a Precisa Medicamentos, segundo as quais houve superfaturamento da Covaxin e tentativa de antecipação de pagamento de US$ 45 milhões para uma empresa de fachada em paraíso fiscal, começam a surgir novas acusações contra o governo Bolsonaro. Agora, Luiz Dominguetti Pereira, representante de outra intermediária, acusa o governo Bolsonaro de pedir propina de 1 dólar por dose, numa proposta de venda de 400 milhões de doses de vacina. Um roubo, que se concretizado, estaria na casa dos bilhões.
Enquanto o governo debochava dos milhões de brasileiros que choram a perda de familiares e amigos, seus operadores atrasavam a compra de vacinas para negociar propinas. O próprio Bolsonaro afirmava, ao justificar o atraso na oferta de vacinas ao povo brasileiro, que o país é um mercado muito grande e que as empresas interessadas é que deveriam procurar o governo. Agora, sabe-se o porquê.
Colocar o impeachment na boca do povo: Fora, Bolsonaro!
As novas denúncias encontram o governo debilitado. Atordoado, o fascista Bolsonaro ainda não se manifestou sobre as denúncias dos irmãos Miranda. Talvez porque o deputado Luís Miranda, até então um bolsonarista, prometeu divulgar “provas”, possivelmente uma gravação, caso o presidente negue as denúncias. Para piorar, ontem (29), a revista Crusoé publicou reportagem afirmando que Ricardo Barros e o lobista Silvio Assis teriam oferecido 6 centavos de dólar por cada dose do contrato da Covaxin aos irmãos Miranda caso calassem sobre as denúncias de corrupção. Levariam R$ 6 milhões se tivessem aceitado.
É evidente que há uma divisão na burguesia muito profunda. As condições para o impeachment começam a avançar. Com as denúncias que se avolumam, a continuidade dos trabalhos da CPI e as manifestações crescentes nas ruas, é possível derrubar Bolsonaro. Ao mesmo tempo, as novas acusações terminam de desmontar o discurso criminoso de Bolsonaro sobre a pandemia. É possível deslocar novos setores sociais para essa luta. Hoje (30), foi protocolado um novo pedido de impeachment, reunindo pedidos anteriores e reforçado pela adesão de distintas organizações, partidos, parlamentares e entidades. Tudo isso é um combustível para as manifestações de 3 de julho em todo o Brasil.
Todos às ruas em 3 de julho contra a política assassina do governo e a corrupção das vacinas!
Os últimos acontecimentos reforçam a mobilização para o próximo sábado, 3 de julho, nas manifestações em todo o país antecipadas pela frente “Fora, Bolsonaro” por conta da enorme indignação e agitação diante das denúncias. A indignação que já tomava o país pode ampliar-se, com as acusações de roubo na compra de vacinas, inclusive para bases bolsonaristas que acreditaram no falso discurso de combate à corrupção. É o momento de mobilização ampla para derrubar Bolsonaro!
Diante da crise das representações burguesas, não é hora de calculismo para 2022 e de buscar extrair “benefícios” eleitorais do desgaste do governo. Bolsonaro deve cair já! Basta de mortes, de golpismo e de entreguismo! No dia 3 de julho, vamos ampliar a mobilização de rua. Cadeia para os ladrões de vacinas e assassinos do povo brasileiro! Fora, Bolsonaro!