No dia nacional do agricultor, governo Bolsonaro celebra o latifúndio e a violência no campo

No dia nacional do agricultor, governo Bolsonaro celebra o latifúndio e a violência no campo

Basta de Bolsonaro e da sua política de desprezo e violência aos trabalhadores e trabalhadoras do campo. Reforma agrária, já!

Nathália Bittencurt 28 jul 2021, 18:45

No dia 28 de julho, é lembrada a importância do trabalho dos agricultores brasileiros. A data de homenagem foi instituída em 1960, em alusão ao aniversário de 100 anos de fundação do Ministério da Agricultura no Brasil. Sem surpresas, o governo Bolsonaro reforçou nas redes sociais da Secretaria de Comunicação o seu compromisso com os grandes latifundiários do país e ratificando a violência na exploração de terras.

O governo se orgulha de ter supostamente repassado R$ 251 bilhões de reais aos produtores rurais, no entanto, o investimento público nos pequenos e médios agricultores é o que menos foi feito em quase três anos de mandato. A agricultura familiar é a responsável pela garantia de alimentos em grande parte das casas brasileiras, e a falta de incentivos e programas nacionais que alcancem os agricultores empenhados em produzir alimentos com baixo teor ou sem agrotóxicos é o que agrava a situação das famílias agricultoras sem recursos e sem terra própria.

Para ilustrar sua péssima homenagem aos agricultores, o governo utilizou um homem armado andando por um campo, o que lembra os jagunços dos latifúndios do interior brasileiro, que utilizam métodos violentos para intimidar e até matar pessoas, sob o pretextos de proteger grandes faixas de terras, muitas vezes abandonadas.

Desde a campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro nunca escondeu sua afinidade com a exploração indiscriminada dos recursos naturais do território brasileiro, bem como sua oportunista relação com os representantes da bancada do boi e da bala. Não à toa, o ex-ministro do meio ambiente Ricardo Salles permaneceu tanto tempo em um dos principais postos do governo federal, mesmo após colecionar investigações por suspeita de facilitar a exploração irregular das florestas brasileiras. Ex-conselheiro da Sociedade Rural Brasileira, Salles será sempre lembrado como o ministro sincericida melhor resumiu a política de proteção ao meio ambiente durante a pandemia, o momento propício para “passar a boiada” de desmonte de leis e marcos regulatórios ambientais. Salles saiu do governo, mas a política de intensificação da exploração do território nacional permaneceu em curso, somada à paralisação da reforma agrária.

O toque final da homenagem torta e desrespeitosa aos agricultores é o elogio aos grandes produtores “que não pararam durante a crise de Covid-19 e garantiram comida na mesa de milhões de pessoas no Brasil e ao redor do mundo”. Bolsonaro segue aproveitando todas as oportunidades de distorcer a caótica realidade brasileira, incentivando a narrativa política de que as medidas de isolamento e distanciamento social foram equivocadas e desnecessárias, o que teria agravado a crise econômica. Tal confusão contribui para a tentativa de confundir a população brasileira, apontando a conta da crise sanitária e econômica para parte dos governadores, dos prefeitos e demais setores da sociedade que ouviram as recomendações da Ciência e preferiram não ignorá-las por completo, tal qual o governo federal.

O coordenador da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), Zé Rainha, reafirmou a importância de lutar pelo impeachment do governo, como saída para impedir mais ataques à agricultura familiar:

“Nós repudiamos esta ofensiva fascista dos bolsonaristas, que querem retratar a luta digna dos nossos agricultores familiares e da classe trabalhadora do meio rural como se fôssemos os milicianos da pistolagem assassina dos latifúndios. O bolsonarismo já matou mais de 552 mil pessoas no Brasil, com suas práticas negacionistas e corruptas! Ao invés de comprar as vacinas ou investir na preparação do Butantã e da Fiocruz para produzir as vacinas, se articulou com os empresários e políticos mais corruptos do país, e seguiu as orientações erradas do imperialista Trump. A FNL vai continuar ocupando terras no campo e na cidade. Continuará nas ruas  e nas trincheiras da luta popular contra as ofensivas nazistas deste Bolsonaro ladrão e genocida, na certeza que um dia as senzalas vão destruir a casa grande”.

Para quem planta alimentos, semeando também um futuro mais igualitário, uma pessoa de arma na mão jamais faria qualquer sentido. Neste dia nacional dos agricultores, se mostra cada vez mais necessária a reforma agrária para distribuição de terras públicas osciosas, e o fortalecimento das políticas de incentivo aos pequenos e médios agricultores.


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