Alerta máximo em Minas Gerais: é preciso dar um basta no capitalismo predatório!
Para evitar enchentes e alagamentos, rompimento de barragens e a destruição da natureza, o governo Zema, as mineradoras e as grandes empresas devem ser responsabilizadas.
A situação em Minas Gerais é gravíssima: 145 cidades em situação de emergência, dezenas de rodovias paralisadas, risco de rompimento de barragem da Usina do Carioca em Pará de Minas, Dique Lisa da mina Pau Branco da empresa francesa Vallourec transbordando e atingindo a BR 040, cidades inteiras debaixo d’água, desmoronamento de bloco de pedra em Capitólio, vidas perdidas. Essas são algumas das tragédias vivenciadas pelo povo mineiro apenas nos primeiros dias de 2022.
Assim como em 2020, parte do estado de Minas Gerais vem, nesse início de ano, sendo tomada por chuvas torrenciais, o que faz com que os principais rios e represas do estado transbordem, aumentando o risco de rompimento de barragens e deslizamentos de terra. Tais chuvas parecem se tornar cada vez mais frequentes, reflexo direto das mudanças climáticas provocadas pela ação do homem, sobretudo das grandes corporações empresariais.
Brumadinho, cidade palco do último grande rompimento de barragem da Vale tem, nesse exato momento, seu centro tomado pelas águas contaminadas do Rio Paraopeba. No mês em que se completam 3 anos do crime da Vale, os atingidos têm, novamente, as suas casas submersas. No restante da região central do estado a situação é igualmente devastadora: cidades que cresceram sem planejamento, ora motivado pela pobreza e falta de políticas públicas de moradia, ora pela ganância de grandes imobiliárias e prefeituras, vivem agora situação de calamidade, com milhares de pessoas desabrigadas sem ter onde morar e o que comer.
As mineradoras, por sua vez, tanto defendidas pelas mídias e governos burgueses, vêm transformando toda a região em uma verdadeira zona de guerra. Muros colossais como o de dezenas de metros de altura construído em Macacos, distrito da cidade de Nova Lima, para barrar rejeitos de minério, passam a fazer parte do atual cenário das montanhas mineiras, além das rotas de fuga e testes de evacuação que são cada vez mais comuns para a população. Quando chove o alerta é máximo, é a vida do povo que já não Vale mais nada.
Essas empresas extrativistas seguem seus planos ambiciosos de expansão das minas, elevam barragens, mineram serras inteiras, rasgam montanhas com máquinas cada vez mais potentes e destroem aquíferos, colocando em risco o equilíbrio do nosso ecossistema e do clima. Tudo com o aval dos conselhos e secretarias do governo de Romeu Zema (NOVO), que tem Bolsonaro como aliado, que seguem aprovando licenças a toque de caixa, como também ocorria em governos anteriores como o de Pimentel (PT) e de Anastasia (PSD).
Para a juventude, fica cada vez mais evidente que, se não agirmos com rapidez e emergência, não teremos possibilidade de um planeta habitável no futuro. Enquanto bilionários seguem lucrando com o capitalismo predatório e a exploração da natureza, as ondas de frio e calor extremo, as secas e as chuvas torrenciais serão cada vez mais frequentes em nossas vidas. Não restam dúvidas que uma ação coletiva e popular é necessária para barrar a ganância do lucro sobre as nossas vidas.
No momento, é essencial fortalecer redes de solidariedade ativa em todos os cantos de Minas Gerais para oferecer apoio às famílias que perderam suas casas, seus bens e seus familiares pelas enchentes. Além disso, precisamos apontar os verdadeiros responsáveis pelas tragédias que estamos vivendo, apesar das chuvas serem fenômenos naturais, o volume de água que nos atinge não deve ser naturalizado: que os bilionários paguem pela crise climática que estamos vivendo.
Uma saída ecossocialista desponta como alternativa para a construção de um outro futuro em que mineradoras não coloquem em risco a vida de nossas serras, de nossas matas, dos nossos rios e do nosso povo. É momento de criar um novo mundo e ele virá das nossas mãos.