O campo que defende a mobilização e independência vence na FENAMETRO
Entre os dias 11 e 13 fevereiro foi realizado o 8° Congresso da FENAMETRO em SP.
MOBILIZAÇÃO E INDEPENDÊNCIA VENCEM NA FENAMETRO
A atual gestão do SINDIMETRO-RS esteve presente com 5 delegados no evento, nele apresentamos um manifesto que contava com apoio de alguns grupos organizados além de vários delegados independentes.
Foi definido, anteriormente em assembleia, por proposta da atual gestão a paridade de gênero entre os delegados escolhidos para irem ao congresso, portanto das 8 vagas destinadas ao SINDIMETRO, 4 foram ocupadas por mulheres, sendo 3 da atual gestão e 1 da oposição.
No congresso foram debatidos temas como conjuntura nacional e internacional, machismo, racismo e lgtbfobia, balanço financeiro e político da gestão da FENAMETRO e a eleição para nova gestão da Federação.
No painel de opressões, foi debatido a discriminação que ainda acontece no ambiente de trabalho, dos assédios que as mulheres metroviárias sofrem e do apagamento LGBT que ainda acontece dentro das estatais.
No tema de conjuntura já se notou as diferenças programáticas e políticas entre os grupos presentes, e que se acirrou durante o processo de eleição da entidade. O grupo liderado pelo PC do B alinhado ao Petismo/Lulismo deixava evidente que queriam usar a entidade para fins de atrelamento, ou seja, caso fossem eleitos para a gestão, uma das primeiras atitudes seria fazer com que a mesma declarasse apoio total a candidatura Lula. Nos discursos se viu um tom de torcida e fé na eleição de Lula, que por si só não é problema. Porém, isso não será a resolução de todos os problemas da categoria. Claro que sabidamente o eixo é Fora Bolsonaro e Não as Privatizações.
Entendemos o processo eleitoral de maneira mais crítica, isto é, uma possível e provável eleição do Lula, não basta, se não tiver um programa claro e que atenda a classe trabalhadora. É necessário que vise o rompimento das praticas neoliberais com os trabalhadores. Há uma série de medidas que precisam ser feitas. Além de parar com a escalada de ataques ao povo brasileiro. Por isso é necessário: a revogação da reforma trabalhista e previdenciária, o fim do teto de gastos, políticas publicas para aumento do emprego e renda. Exigimos a reestatização dos serviços públicos de transporte já privatizados e o fim dos processos de privatizações como um todo. A privatização resultará em aumento, da já cara, passagem, precarização na manutenção e assim um aumento dos acidentes nesses serviços e um aumento do subsidio publico para as empresas privadas que controlarão os sistemas de transporte.
Portanto, defendemos no Congresso através de um manifesto, uma audiência com o ex-presidente e candidato Lula, com a participação de todos os sindicatos do sistema metro ferroviário do país. Pois, o que queremos, não é torcer para ele tomar as medidas, mas, sim queremos um compromisso publico e político com a nossa categoria.
Essas divergências ficaram expostas na eleição da Federação, em que se apresentaram duas candidaturas, cada uma defendendo uma postura diversa. Nós apoiamos a candidata Alda do SINDIMETRO-MG e nossa plataforma defendia a independência e autonomia da Federação perante governos, pois entendemos que subserviência não resolverá nossos problemas e assim colocaremos a frente nossas demandas. Já o outro campo, encabeçada pelo Wagner Fajardo do SINDMETRO-SP, que defendia que a Federação apoiasse a candidatura Lula já no primeiro turno, o que resultaria num enfraquecimento e daria caráter de correia de transmissão para a entidade.
O campo Por uma FENAMETRO Autônoma e Independente venceu por 58 votos a 44, de um total de 108 delegados presentes no congresso, que ocorreu de maneira hibrida.
Esse resultado permitiu que tirássemos do controle de SP a gestão da FENAMETRO e pela primeira vez na história elegemos a primeira mulher presidente da Federação, o que nos orgulha muito.
Secretário Jurídico – Sindimetrô-RS