É preciso partir para o ataque para nocautear Bolsonaro no 1º turno
Pesquisa, debates e ruas indicam a necessidade de aprofundar a campanha contra o líder da extrema direita.
A pesquisa Ipec divulgada ontem (29/08) demostrou que a polarização segue cristalizada, Lula 44% x 32% de Bolsonaro. Paralelamente, Ciro e Tebet cresceram 1%. O que é natural, uma vez que a campanha eleitoral começou com todo seu aparato e ultrapassou 1/3 das voltas em jogo.
Todavia, essa pesquisa ainda não é capaz de medir os efeitos do debate da Band. Esse dado deve ficar para a pesquisa Datafolha da próxima quinta-feira (01/09). Mas, o que já pode entrar na balança são os efeitos do Auxílio Brasil bolsonarista e a repercussão positiva de Lula no JN.
De tal maneira, não creio que o debate em canais de baixa audiência nacional pode alterar sensivelmente o tabuleiro eleitoral nos próximos dias. Porém, está cristalino que o caminho utilizado por Lula na TV Bandeirantes conduzirá a eleição para um perigoso 2º turno.
Esse é o ponto fundamental que precisa entrar na mesa. Portanto, não é hora de gastar tempo e energia com ilusões programáticas de um futuro governo Lula/Alckmin. Este será um governo de colaboração de classes e ponto final. No entanto, para derrotar Bolsonaro, mesmo eleitoralmente, é preciso mais do que a mera comparação morna de governos. A orientação do “quem fez mais e roubou menos” leva a disputa para o terreno escolhido pelo bolsonarismo. Por isso, Lula e a campanha como um todo deve esquentar o tom, fazer da derrota do fascismo um plebiscito, denunciar que Bolsonaro é contra as mulheres, negros, os pobres, as esquerdas e é um genocida, corrupto e que possui uma estratégia golpista. Tudo isso combinado com um chamado aos movimentos sociais, partidos, sindicatos e centrais tomarem as ruas, como o dia 10 de setembro.
Essa orientação básica é suficiente para desencadear um movimento democrático de massas como as Diretas de 1984? Creio que não. Porém, coloca a campanha num patamar de combate e em melhores condições para conquistar votos decisivos de Ciro Gomes e de Bolsonaro no norte e no nordeste, para que a fatura seja decidida no 1º turno.