Centenas de militantes do PSOL se reuniram, no último sábado (6), na Casa das Caldeiras, em São Paulo, para acompanhar o lançamento da candidatura da deputada federal Sâmia Bomfim, para a renovação do mandato na Câmara dos Deputados. O evento foi pontuado por apresentações artísticas de apoiadores, como o grupo de maracatu Baque Delas e do músico Edgar Scandurra, que é filiado ao PSOL. Por vídeo, artistas como Margareth Menezes, Paulo Betti, Nando Reis, Luiz Thunderbird e Fernando Caruso declararam apoio e voto na parlamentar, por sua postura feminista, humanista e coerente.Outro destaque do evento foi a presença de dirigentes sindicais, grupos feministas, LGBTQIA+, lideranças indígenas, coletivos e familiares de vítimas do massacre de paraisópolis. Parlamentares do PSOL, como a vereadora Luana Alves, de São Paulo, e Mariana Conti, de Campinas, usaram o microfone para defender a reeleição da companheira de sigla.

“Precisamos eleger Sâmia porque o momento é de urgência. Porque as consequências nefastas desse projeto genocida, antipovo estão doendo. Está doendo na pele, está doendo no estômago, tá doendo no corpo e tá doendo na alma desse povo, e a gente vê muita indignação popular percorrendo Brasil afora. É uma indignação legítima de quem está perdendo tudo, de quem perdeu direitos, viu seus parentes morrerem, de quem está perdendo suas casas”, observou Mariana Conti, que é pré-candidata a deputada estadual.

Mariana também destacou a luta de Sâmia pela taxação de grandes fortunas em busca de uma redução da desigualdade.“É um escândalo que nesse país, onde povo passa fome, onde mais de 650 mil pessoas morreram pelo Covid, em que os direitos trabalhistas foram arrebentados, os bilionários brasileiros tenham ficado mais ricos e a gente tenha mais bilionários. E a agente sabe que quem aponta o dedo e falha dos bilionários é Sâmia Bomfim.

Samia defende taxar as fortunas como forma de financiar a saúde pública e os direitos sociais. Ela tem sido um farol no meio dessa tempestade que a gente vive, ela orienta e que organiza essa indignação, que também está sendo disputada pelo Bolsonarismo. Precisamos de Sâmia para que a gente possa avançar no processo de conscientização de trabalhadores e trabalhadoras, de consciência de classe, porque vai ser necessário não só para derrotarmos Bolsonaro, e nos vamos derrotá-lo, mas também porque o futuro exige”, disse a vereadora.

Política e afeto

Deputado federal pelo PSOL e companheiro de Sâmia, Glauber Braga destacou a postura aguerrida da parlamentar, que desafia autoridades institucionais na defesa de suas pautas. “Na luta política, não posso deixar de dizer que ter a Samia um mandato de deputada federal, é uma necessidade que se impõe exatamente pelo caráter de uma construção coletiva que não fica prisioneira do espaço institucional. Que se articula de maneira permanente com os movimentos sociais, e que se insubordina com o que é a representação dessas estruturas que querem impor um projeto de morte”, afirmou.

Em seguida, Glauber lembrou de um episódio em que Sâmia, quando vereadora, desligou o microfone do presidente da sessão, que queria calá-la, como exemplo simbólico de sua coragem,“A gente precisa de representações que não aceitam o script pré-estabelecido que eles tentam impor”, disse ele.

Sobre a relação afetiva, Glauber, que com ela e pai de Heitor, buscou uma passagem de José Saramago:“Há muitos anos, vi um documentário em que ele dizia que, quando conheceu Pilar, ele tinha rejuvenescido não sei quantos anos. Para mim, era uma expressão bonita, mas pouco palpável até então. A partir da relação de amor com Sâmia e com Hugo eu, que tenho uma neurose que procura contabilizar tudo, consegui descobrir e entender o que é algo que não se pode contabilizar nos anos e no tempo cronológico. Uma relação que se torna, a partir do encontro, de fato, uma relação infinita Te amo, e nós precisamos de você na Câmara Federal desligando muitos microfones ainda daqueles que tentam impor um projeto de morte”.

Garra contra o golpismo

Em seu discurso, Sâmia destacou que as eleições de 2022 serão históricas. Não apenas pelo contexto pós-pandêmico, mas pelo aumento da fome, da miséria e da ameaça constante dos golpistas.“Qual deve ser a nossa resposta, a nossa postura diante de tantas ameaças? É responder em dobro. Dizer que não vamos aceitar nenhuma ameaça a vontade soberana popular que é de tirar esses fascistas do Planalto e poder voltar a sonhar e construir um outro país. Estaremos lá, nos próximos quatro anos, com a ajuda de todas e todos vocês, defendendo com a mesma coerência todas as pautas que nós sempre defendemos. E pra eles, que tentam nos fazer calar, nosso recado é: jamais nos farão retroceder um milímetro sequer das nossas lutas”, afirmou a deputada.

Sâmia defendeu a união da militância para a conquista de um novo mandato, para a retirada de Bolsonaro do poder, retomada de direitos perdidos e por um Congresso mais feminino nos próximos quatro anos.“É para que a gente possa imprimir esse tom de mobilização para as eleições e para os quatro anos que serão de muita luta. Com o nosso mandato, com o PSOL Independente, e com o protagonismo das mulheres que nunca pediram licença para chegar no Congresso Nacional e que, mais uma vez, vão demonstrar que não precisam da licença de ninguém para chegar com muita força, com muito voto, para poder ter a legitimidade necessária para seguir enfrentando os bolsonaristas de plantão”, declarou a pré-candidata.

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