A quadra da Imperadores do Samba, em Porto Alegre, foi o cenário do lançamento da candidatura à deputada federal de Fernanda Melchionna. Mais de mil pessoas – entre militantes, servidores públicos, representantes de movimentos sindicais, feministas e de juventude – participaram do ato, na tarde de sábado (20).

A parlamentar recebeu o público com um discurso potente nos quais se dispôs a seguir atuando em prol das pautas do feminismo, dos LGBTQIA+,  da educação pública, da cultura, da luta antirracista e antifascista, e em defesa da moradia popular e dos servidores públicos. Também faz parte de sua plataforma a luta para taxar grandes fortunas e um país que se afunda num quadro de miséria e fome.

“Nós, que lutamos desde 2003 pela postulação de um projeto alternativo de poder que tenha lado e compromisso com os interesses da maioria do povo, defendemos a taxação das grandes fortunas de um país que tem cinco bilionários, que tem a renda de 100 milhões de brasileiros. Em um país que é o maior produtor de carne do mundo, e em que a carne virou artigo de luxo. Nesse país em que o povo come osso, não tem dinheiro para comprar arroz e feijão, embora sejamos um dos maiores produtores de arroz. Porque a política é voltada aos interesses dos grandes, do agronegócio, para vender para fora lastreado no dólar. Nesse país, em que 100 milhões estão em insegurança alimentar e 33 milhões não sabem o que vão comer essa noite e amanhã de manhã. Por isso, sempre defendemos a reforma agrária sob controle dos trabalhadores, a agricultura familiar e sempre defendemos um modelo em que os grandes paguem a conta da crise”, argumentou.

Fernanda ainda destacou os danos do favorecimento aos rentistas e ao sistema financeiro, enquanto a população enfrenta dificuldades para pagar aluguel e assume dívidas no cartão de crédito ou cheque especial, sob juros abusivos, o que garante lucro extremo a meia dúzia de banqueiros.

“Nós, que temos um projeto político independente, que defende a reforma urbana, que sabe que tem mais casa abandonada do que gente que não tem onde morar, sabemos que há várias comunidades que quem deu vida foi o povo, organizando a luta por direito à moradia”, acrescentou.

A candidata ainda acrescentou a necessidade de derrotar Jair Bolsonaro nas urnas como primeiro passo para a melhoria das condições de vida dos brasileiros.

“Sabemos que esse é um dos momentos mais graves da nossa história, em que o povo está numa situação defensiva, no qual o filho mais podre desse sistema político se vendeu como antissistema em 2018. Nos últimos três anos, vivemos os piores momentos da nossa história, com um presidente delinquente, genocida e negacionista, com agenda econômica voltada para os ricos, e com uma agenda reacionária para tentar calar as liberdades democráticas, a cultura, a arte, o movimento de mulheres e os sindicatos. Um presidente que se aliou ao vírus enquanto o povo brasileiro morria de covid. Um presidente que debocha da cara do povo, com gastos no cartão corporativo e sigilo de 100 anos, porque a direita autoritária é inimiga da informação e quer esconder sua corrupção, as suas maracutaias e o que há de mais podre, como as milícias organizadas do Rio de Janeiro”, afirmou.

Fernanda conclamou sua militância a fazer um levante antifascista e derrotar bolsonaro no primeiro turno.

“Por isso, vamos estar com Lula, que é um instrumento poderoso para tentar derrotar Bolsonaro no primeiro turno, se possível. Mas além de tirar o delinquente do Palácio do Planalto e colocá-lo na cadeia, vencer o bolsonarismo é um processo ainda mais largo. É preciso tirar a caneta para que parem de prejudicar o serviço público, o meio ambiente. É  preciso fazer uma luta política para um novo #EleNão, que foi responsável por termos segundo turno em 2018”, disse.

Presidente do PSOL no Rio Grande do Sul e candidata à reeleição à Assembleia Legislativa, Luciana Genro fez um discurso que destacou a história de luta, enfrentamento e construção de Fernanda Melchionna.

“A Fernanda, além de ser uma ótima deputada federal, é uma lutadora, que não se intimida diante do patriarcado, diante do machismo, diante dos fascistas, e é  uma construtora do PSOL. Nessa condição de presidente estadual do partido eu quero dizer a vocês o quanto a Fernanda é importante nessa construção partidária que nós temos feito aqui no Rio Grande do Sul e no Brasil, porque ela nunca se nega a ajudar a construir o PSOL em outros estados”, elogiou Luciana.

O lançamento da candidatura de Fernanda Melchionna teve a participação dos candidatos ao governo do Estado, Edegar Pretto (PT) e Pedro Ruas (PSOL), e da chapa de mandato coletivo ao Senado, formada por Olívio Dutra (PT), Roberto Robaina (PSOL) e Fátima Maria (PT).

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