Congresso no Panamá: o avanço do neoliberalismo educacional e saídas para a crise
A utopia de uma educação de qualidade, presencial, laica, emancipatória vem sendo atropelada por um projeto de redução da responsabilidade do Estado, de parceria de ongs e PPPs
O 2º Congresso Mundial contra o Neoliberalismo Educacional, que ocorreu no início do mês de junho no Panamá, teve um papel fundamental para trabalhadores e trabalhadoras da educação de toda a América Latina. As contribuições de diversos sindicatos e agremiações de experiências bem-sucedidas (apesar do capitalismo), da escalada de retirada de direitos trabalhistas, da presença cada vez mais evidente da mercantilização na educação e de uma política de desmonte daquilo que é público foram essenciais para a elaboração de estratégias necessárias para colocar a classe trabalhadora em movimentado no combate ao neoliberalismo educacional.
Ao longo dos muitos debates ficou muito evidente que o que ocorre aqui no Brasil, na educação pública no estado de São Paulo e nos diversos municípios em que atuamos é fruto de um projeto global que tenta cercear o direito elementar do ser humano que é a educação pública. A utopia de uma educação de qualidade, presencial, laica, emancipatória vem sendo atropelada por um projeto de redução da responsabilidade do Estado, de parceria de ongs e PPP na educação, e por ataques e criminalização dos profissionais.
A delegação da Apeoesp contribuiu de forma contundente nos debates: aprovamos moções de apoio à greve dos camaradas da prefeitura de Florianópolis; apoiamos a greve dos professores do estado do Rio de Janeiro, iniciada em 17 de abril; e um documento que aponta todos os problemas da Reforma do Ensino Médio e a urgência da sua revogação. Também aprovou-se que o 3º Congresso Mundial de Educação será sediado no Brasil em outubro de 2024.
Em uma das mesas de exposição tivemos a satisfação de ter a professora Eliane Garcia (TLS-MES) fazendo uma breve exposição da importância de uma educação antirracista no interior das escolas públicas para a construção de uma sociedade menos desigual.
Saímos desse segundo congresso com a certeza de que somente a organização dos trabalhadores e trabalhadoras da educação, dos estudantes e demais setores sociais será suficiente para conter avanço do neoliberalismo educacional. É necessário ocuparmos as escolas e as ruas com todos que compreendem que a Educação Pública não se vende e nem se negocia.