O medo da esquerda olhar o passado
Uma reflexão sobre o papel do PSOL na nova conjuntura brasileira
Seja na trajetória militante, na vida pessoal ou profissional, erros e acertos são parte da trajetória humana. Mais comum ainda do que admitir nossas falhas, é a capacidade materialista e histórica de aprender com o passado e com os próprios erros.
Portanto, o início do 8° Congresso Nacional do PSOL é uma surpresa, no sentido de que não se tem um compromisso definitivo, de boa parte das forças que disputam o congresso, com a trajetória independente do PSOL.
O PSOL foi um partido fundado de um racha do PT, essa pode parecer uma lembrança amarga para alguns, mas é necessário lembrar. Que o governo Lula fez uma reforma da previdência tão dura, que nem o governo de FHC foi capaz de dar cabo de tal tarefa.
Mas o mais degenerado dos métodos, não é somente o esquecimento da história, como se já não tivéssemos vivido 14 anos de governo do PT. Mas é igual aos métodos da direita, de falsificação da realidade, das mentiras convenientes, tais quais os piores bolsonaristas.
Afinal, o petismo vai dizer que junho de 2013 foi o início do golpe, mas quem esteve na rua naquela ocasião, sabe muito bem que a agenda era bastante progressiva. E quem buscava desesperadamente aplicar ajustes contra a população, infelizmente, era o governo Dilma.
Isso não é diferente de qualquer outra falsificação histórica cometida pela extrema direita. Não podemos nos igualar nesses métodos escusos, mas infelizmente, isso é largamente difundido.
Portanto, cabe a pergunta: o que o PSOL ganha com a subserviência ao petismo? Até onde vai a nossa leniência com esse governo do arcabouço fiscal, da reforma tributária e da futura reforma administrativa?
Então volto a perguntar: qual é o medo de olhar seriamente para o passado? O PSOL não foi fundado para ser mais um apêndice do petismo. A necessidade histórica da classe trabalhadora, está muito além do que esse modelo de governança pode oferecer. Isso independe da conjuntura.