No 8 de Março, deputada realiza congresso antifeminista em SC
Assembleia Legislativa de Santa Catarina será palco de evento promovido pela bolsonarista Ana Campagnolo
Foto: Câmara dos Deputados/Divulgação
O 8 de Março é Dia Internacional de Luta das Mulheres, mas a deputada estadual Ana Campagnolo (PL-SC) é muito “afrontosa”. Ela despreza a data. E para provar isso (novamente) para suas equivocadas fãs, ela usará um espaço público. Hoje, será realizado na Assembleia Legislativa de Santa Catarina o 1º Congresso Antifeminista. Como se não bastasse, o evento deve acontecer no Auditório Deputada Antonieta de Barros, uma das primeiras mulheres eleitas no Brasil.
Campagnolo é autora de livros enviesados que deturpam a história e as conquistas do feminismo sendo ela própria beneficiária delas. Talvez, sem cota de gênero ela – que foi catapultada para a “fama” por instar estudantes a gravar e denunciar manifestações político-partidárias dos professores -, não se elegesse nem ocupasse vaga no Legislativo.
A colunista Dagmara Spautz, do jornal NSC Total, qualificou a iniciativa como “um tapa na cara de quem trabalha por um mundo menos hostil para as mulheres”. A jornalista acrescenta que o evento vexaminoso é especialmente cruel porque em Santa Catarina, 2024 vem cumprindo a triste marca de uma mulher morta por feminicídio a cada cinco dias.
“Só nesta semana, marcada pelo Dia Internacional da Mulher, Santa Catarina registrou cinco feminicídios. É um problema multifatorial, sistêmico, que passa invariavelmente pelo machismo e a misoginia – e que merecia estar em debate neste 8 de Março no Legislativo”, pontua Dagmara.
Contudo, no estado mais bolsonarista do país, o congresso tem tudo para ser sucesso. Entre as convidadas do evento, está Pietra Bertolazzi, ex-comentarista da Jovem Pan que acumula condenações por fake news no TSE, além de indenizar a primeira-dama Janja da Silva em R$ 30 mil por ofensas à sua pessoa.
A Alesc informou que não censura eventos e que cede o espaço conforme a demanda. Mas, como diz Dagmara, talvez seja hora “de avaliar se a Casa Legislativa deveria se prestar ao retrocesso e ao deboche”.