Sob protesto, Prefeitura de São Paulo aprova aumento irrisório para servidores municipais
Prefeito Ricardo Nunes e aliados na Câmara Municipal atacam as diversas categorias do funcionalismo na cidade
Foto: SIMPEEM
Na noite da última terça-feira, sob fortes protestos, a Câmara dos Vereadores de São Paulo aprovou o projeto enviado pela prefeitura de Ricardo Nunes que prevê o aumento de 2,16% para os salários e aposentadorias de todos os servidores municipais de São Paulo. Este valor não repõe sequer as perdas com a inflação, que chegaram a 4,5% no último ano, muito menos as perdas acumuladas de todos os últimos anos, que para serem repostas exigiriam um aumento de 39% nos salários, de acordo com os sindicatos das categorias.
Além disso, o projeto aprovado também amplia o confisco das aposentadorias dos servidores ativos, fazendo com que seja descontada a contribuição previdenciária sobre os abonos complementares dos servidores, mas que este desconto não some ao valor final da aposentadoria. Ou seja, se trata de mais uma iniciativa de ataque aos servidores públicos enquanto a Prefeitura possui o maior orçamento da sua história.
No momento em que São Paulo vive um estado de emergência para a dengue, a prefeitura escolhe por atacar profissionais de saúde, agentes comunitários, assistentes sociais, professores, entre tantas outras categorias, alegando manter uma suposta “responsabilidade fiscal”. Ao mesmo tempo, São Paulo possui mais de R$34 milhões em caixa, e o que temos visto é uma verdadeira operação por parte de Ricardo Nunes para gastar boa parte desse valor refazendo ruas, calçadas e túneis na reta final de seu mandato, visando a reeleição.
Contra a proposta aprovada, a bancada do PSOL protocolou um Projeto de Lei substitutivo que atendia às demandas dos servidores públicos por valorização e salário digno.
Apesar da aprovação do PL, o funcionalismo municipal segue em luta. Nas últimas semanas, assistimos a uma forte greve e grandes manifestações por parte dos servidores, e essa energia não será dissipada para as próximas batalhas. A mobilização segue em defesa de salários dignos, contra o confisco das aposentadorias, por melhores condições de trabalho, contra a implementação dos pagamentos por subsídios para os profissionais de educação, e pela convocação dos mais de 2000 profissionais de saúde aprovados no concurso de 2017, e que ainda não foram chamados.
A luta segue!