Dossiê “Trabalho em um Mundo em Transformação”
Nesta edição da Revista Movimento apresentamos o dossiê Trabalho
em um Mundo em Transformação por ocasião do Primeiro de Maio
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Nesta edição da Revista Movimento apresentamos o dossiê Trabalho em um Mundo em Transformação por ocasião do Primeiro de Maio. Abrindo o dossiê, temos o prazer de publicar o artigo de Fabiana Scoleso sobre as condições de trabalho no interior do agronegócio brasileiro. O texto traça um panorama das características laborais deste setor que, apesar de ser um dos polos dinâmicos da economia brasileira contemporânea, ainda é pouco analisado sob a perspectiva do trabalho, como bem aponta a professora da Universidade Federal do Tocantins. Nele, vemos como o desenvolvimento desigual e combinado brasileiro se expressa de modo cristalino no dito “agro” nacional, capaz de fazer conviver agricultura de precisão e superexploração da força de trabalho.
Na sequência, Gabriela Soares Schmidt entra em um dos temas mais quentes da conjuntura socioeconômica mundial: o avanço da inteligência artificial. No texto, a pesquisadora da Universidade de São Paulo adota uma perspectiva pouco convencional para aqueles que acompanham os debates sobre o tema a partir da mídia tradicional, ao desmascarar as relações de dominação entre seres humanos no interior do desenvolvimento desta tecnologia. Diogo Dias, a seguir, com base em clássicos do pensamento marxista, faz uma reconstituição histórica do lugar do trabalho no Brasil desde uma perspectiva racial, escancarando como a questão racial é inerente às problemáticas de classe em nosso país.
Os textos de Samara Ferrazza e Paulo Neves tratam da situação do trabalho no interior do Estado brasileiro no âmbito do provimento de serviços básicos para a população. Ferrazza, a partir das condições de trabalho dos servidores da saúde no estado do Rio Grande do Sul, e Neves, desde um olhar de dentro da luta dos professores em São Paulo, expõem as contradições de governos que desinvestem em saúde e educação, precarizando as condições de trabalho nesses setores e piorando os serviços oferecidos. A contribuição de Adriana Herz, por sua vez, analisa a teoria da reprodução social no interior do feminismo considerando a centralidade dos trabalhos de cuidado no interior do capitalismo.
Concluindo o dossiê, na entrevista concedida a Júlio Pontes, o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte César Sanson faz uma análise crítica do projeto de lei apresentado pelo Governo Federal de regulamentação do trabalho dos motoristas por aplicativos. Conforme defende o sociólogo, se aprovado, o projeto, muito celebrado pela Uber, representaria um grande retrocesso para o conjunto da classe trabalhadora no país.
Já na seção de homenagens, publicamos texto de Pedro Serrano sobre o legado intelectual e militante de Antonio Candido. Nele, o sociólogo resgata o vigor do pensamento anticapitalista de um dos maiores intérpretes do Brasil, morto neste mesmo mês há sete anos. Inspirados no mestre, que não dissociava a dimensão cultural e artística da crítica social, inauguramos ainda, nesta edição, a seção de charges de nossa revista. Convidamos nossos leitores a contribuir com ela, enviando suas ilustrações para nossos próximos números. Por fim, temos a honra de estampar na capa desta edição a obra Empreendedores, do grande artista brasileiro Christiano Siqueira, a quem agradecemos publicamente a colaboração.
Boa leitura!