Sem anistia para golpistas
Plano de atentado contra Lula, Alckmin e Moraes reforça a necessidade de punição dos envolvidos
Foto: Valter Campanatto/Agência Brasil
A Polícia Federal prendeu preventivamente, na manhã desta terça-feira (19), quatro militares das Forças Especiais, conhecidos como “kids pretos”, e um policial federal suspeitos de participação em um plano de golpe contra o resultado das eleições de 2022. O esquema incluía a execução do presidente e do vice-presidente eleitos, Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, além do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que foi alvo de monitoramento na época.
Os militares presos são Hélio Ferreira Lima, Mario Fernandes, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo. Também foi detido Wladimir Matos Soares, policial federal. O ministro Alexandre de Moraes derrubou o sigilo da decisão judicial que autorizou a operação da PF, trazendo à tona detalhes sobre o caso.
De acordo com as investigações, o general Walter Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, desempenhou um papel relevante no planejamento do golpe, que previa assassinatos de líderes eleitos e do ministro do STF. Braga Netto chegou a oferecer sua residência para reuniões golpistas, que contaram com a participação de outros militares e aliados políticos.
A Polícia Federal detalhou que o monitoramento das autoridades começou logo após um encontro realizado na casa de Braga Netto, em 12 de novembro de 2022. O plano incluía a criação de um “Gabinete de Crise”, composto majoritariamente por militares, com comando de generais como Augusto Heleno e Braga Netto, além da participação de figuras como Filipe Martins, assessor especial da Presidência durante o governo Bolsonaro.
Ainda segundo o relatório, os conspiradores levantaram informações detalhadas sobre as rotinas, equipes de segurança e armamentos utilizados pelos responsáveis pela proteção do presidente Lula e do ministro Alexandre de Moraes. As minúcias da preparação revelam a gravidade e a extensão do plano.
Diante da gravidade dessas revelações, é imprescindível reforçar que não é possível conceder anistia a quem articula assassinatos e planeja golpes de Estado para subverter a democracia brasileira. Atos dessa natureza violam os pilares fundamentais do Estado Democrático de Direito e devem ser enfrentados com todo o rigor da lei, como defende a deputada federal Sâmia Bomfim.(PSOL-SP).
“Sem anistia para quem atenta contra a democracia! As investigações indicam que o plano para executar Lula e Alckmin após o resultado eleitoral de 2022 teria sido discutido na residência do general Braga Netto em 12 de novembro daquele ano. É preciso que o maior responsável pelo alastramento e banalização da violência em nosso país seja punido também: Jair Bolsonaro. Esse plano macabro em investigação, os atentados de 8 de janeiro e as explosões de bombas na semana passada não são casos isolados!”, afirmou a parlamentar.