Tensão diplomática agrava crise política na Venezuela
O presidente venezuelano Nicolás Maduro - Reprodução

Tensão diplomática agrava crise política na Venezuela

Desde sábado, forças policiais do governo Maduro cercam Embaixada Argentina em Caracas

Tatiana Py Dutra 26 nov 2024, 11:07

Foto: Fotos Públicas

A crise política na Venezuela ganhou novos contornos de tensão neste fim de semana, com acusações de fraude nas eleições presidenciais e conflitos envolvendo sedes diplomáticas. Pedro Uruchurtu, coordenador internacional da campanha de Edmundo González e María Corina Machado, usaram as redes sociais para denunciar a interrupção do fornecimento de energia na embaixada argentina em Caracas, onde seis membros da equipe de campanha da oposição estão asilados.

“Cortaram novamente o serviço de energia elétrica na residência oficial da Embaixada da Argentina em Caracas, protegida pelo Brasil, enquanto continua o cerco de agentes de segurança fora do complexo diplomático”, afirmou Uruchurtu em postagem feita na rede social X na noite de sábado (25).

Desde o último dia 23, a sede diplomática tem sido cercada pela Polícia Nacional Bolivariana, cenário que, segundo Uruchurtu e outros líderes opositores, é uma tentativa de intimidação por parte do governo de Nicolás Maduro. O episódio ocorre em meio à rejeição do governo argentino aos resultados eleitorais anunciados, alegando falta de transparência por parte do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que não apresentou dados detalhados por estado ou centro de votação.

A ruptura diplomática entre Argentina e Venezuela agravou-se quando o governo argentino recusou-se a reconhecer Maduro como vencedor das eleições presidenciais. Paralelamente, organizações internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA), através do secretário-geral Luis Almagro, e a Embaixada dos Estados Unidos na Venezuela, condenaram os atos de intimidação.

Esse não é o primeiro cerco à embaixada argentina. Em setembro, forças de segurança venezuelanas já haviam sido acusadas de cercar o local, situação que foi denunciada pela oposição.

María Corina Machado, que integra a chapa opositora, convocou no domingo (24) um protesto global contra o governo de Maduro. Em vídeo divulgado nas redes sociais, Machado afirmou que o regime está “cada dia mais isolado e mais fraco”. Ela defendeu a posse de Edmundo González como presidente, alegando que a contagem de votos realizada pela Plataforma Democrática Unitária (PUD) comprova sua vitória na eleição de 28 de julho.

“Em 1º de dezembro, nós, venezuelanos, vamos nos reunir dentro e fora do país, exigindo que o Tribunal Penal Internacional avance como o resto do mundo avança, acompanhando os venezuelanos em nossa causa”, declarou Machado, ressaltando a importância da mobilização internacional.

A situação reflete a crescente instabilidade na Venezuela, com disputas sobre a legitimidade do governo e o futuro político do país em um cenário de isolamento diplomático e pressão interna.


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