Deputadas visitam escolas no RS e destacam desafios na reconstrução pós-enchentes
Luciana Genro e Fernanda Melchionna acompanham retomada das aulas e reforçam a necessidade de investimentos em infraestrutura e bem-estar dos estudantes
Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini
A deputada estadual Luciana Genro e a deputada federal Fernanda Melchionna, ambas do PSOL, visitaram escolas da rede pública do Rio Grande do Sul para compreender quais são as demandas de maior urgência que devem ser atendidas para possibilitar o bom andamento do ano letivo de 2025. As instituições de ensino visitadas, o Colégio Estadual Cândido Godoi, a Escola Municipal de Educação Infantil Miguel Granato Velasquez e a Escola de Ensino Médio Cristóvão Colombo, foram severamente afetadas pelas enchentes e passaram meses recuperando não só suas instalações e prédios, mas também buscando constantemente pelos retorno dos alunos que também foram atingidos pela tragédia de maio do ano passado.
Apesar dos mais de três meses de aulas remotas em razão das enchentes, a evasão de alunos foi considerada pequena graças ao intenso trabalho de diretores, vice-diretores e professores que trabalharam em conjunto para evitar o distanciamento dos jovens da escola. Com o retorno das atividades presenciais, o trabalho não parou. Junto com a comunidade e os alunos, foi possível trazer muitos estudantes de volta para a sala de aula. Hoje, as escolas atendem respectivamente 250, 170 e 560 pessoas, desde bebês até adultos.
No caso da Escola Miguel Granato Velasquez, que atende bebês e crianças, o esforço foi redobrado para recuperar o prédio, que ficou quase totalmente submerso. Graças ao trabalho da diretora e professora Sabrina Garcez e da sua equipe, foi possível realocar os alunos mais jovens em salas adaptadas para recebê-los o mais rápido possível, facilitando assim a vida dos pais da região, que não precisaram alterar sua rotina de trabalho em meio à reconstrução do bairro após a calamidade climática.
Já no Colégio Estadual Cândido Godói, a comunidade escolar foi a primeira a se dispor a ajudar na reconstrução da escola. Entretanto, por razões de saúde e segurança, a comissão diretiva optou por alocar seus funcionários para a difícil tarefa. Hoje, ainda em meio à reforma, a instituição aguarda a instalação da refrigeração das salas, pauta de maior importância no momento. A última medição, realizada durante a semana, que promete ser a mais quente do ano de 2025, marcava uma variação entre 32ºC e 34ºC na maioria das salas de aula.
“Enfrentamos sérias mudanças climáticas. A sensação térmica em Porto Alegre, por exemplo, atinge a casa dos 40°C. Já a temperatura é de 35ºC ou mais. Por isso, é essencial que as nossas salas de aula tenham condições adequadas para que os estudantes possam aprender com conforto e saúde. A refrigeração não é um luxo, mas uma necessidade para garantir o pleno desenvolvimento dos estudantes e evitar prejuízos à saúde. A educação de qualidade passa também pela criação de ambientes propícios ao aprendizado”, defendeu Luciana Genro durante a visita.
A Escola de Ensino Médio Cristóvão Colombo se prepara neste ano para receber novamente os alunos do projeto Educação de Jovens e Adultos (EJA). Junto com ao Colégio Estadual Cândido Godói, as instituições instalaram refeitórios nas suas dependências para atender aos alunos em turno integral em 2025. O objetivo dessas mudanças, para além de possibilitar melhores condições para os estudantes, é também aumentar o número de alunos que serão atendidos.
“O turno integral nas escolas não é apenas uma oportunidade de aprendizado, mas também uma forma de garantir que crianças e adolescentes tenham um ambiente seguro e estável de convivência. Para muitos, a refeição fornecida pela escola é a única do dia, e garantir essa alimentação é um compromisso com a dignidade e o bem-estar dos estudantes que devem ser assegurados pelo Estado”, pontua Luciana.