EUA iniciam remoção de militares trans e ampliam restrições à população transgênero
Governo Trump reforça medidas contra direitos trans, alegando necessidade de fortalecer as Forças Armadas e limitar políticas de diversidade
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Os Estados Unidos darão início à remoção de soldados transgêneros das Forças Armadas nos próximos 30 dias, conforme anunciado pelo Pentágono nesta quarta-feira (26). A decisão ocorre em meio à implementação do decreto assinado pelo presidente Donald Trump, que restringe a presença de pessoas trans no Exército e limita a realização de procedimentos de afirmação de gênero.
De acordo com um memorando divulgado pelo Departamento de Defesa, militares com diagnóstico atual, histórico ou sintomas de disforia de gênero estarão sujeitos a afastamento. O documento também estabelece que, em casos excepcionais, os militares poderão recorrer e solicitar isenções, desde que apresentem estabilidade de gênero por 36 meses consecutivos e atendam a critérios de interesse governamental para manutenção no serviço.
A medida faz parte de uma série de ações do governo Trump contra políticas voltadas à população transgênero. Ainda em sua primeira semana no cargo, o presidente assinou uma ordem executiva proibindo transições de gênero para menores de 19 anos e bloqueando recursos federais para assistência médica relacionada. Além disso, determinou que apenas mulheres cisgênero podem ser detidas em prisões femininas, medida criticada por especialistas devido ao alto índice de violência contra pessoas trans no sistema penitenciário.
Trump justificou as mudanças afirmando que pretende eliminar a “ideologia transgênero” das instituições militares e governamentais, reforçando sua promessa de campanha de restringir direitos para essa população. Seu governo também determinou que os Estados Unidos reconheçam apenas os gêneros masculino e feminino e encerrou programas federais de diversidade, consolidando uma política de retrocesso nos direitos trans no país.