Política imperialista de Trump fortalece liderança de Sheinbaum no México
Popularidade da presidenta atinge impressionantes 85% em meio a tensões comerciais com os EUA. Esquerdista reuniu multidão em assembleia pública neste domingo
Foto: @Claudiashein/Fotos Públicas
Quando Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos em novembro, muitos alertaram que o México estaria entre os países mais afetados por sua agenda ultranacionalista. Alguns chegaram a prever que a nação vizinha seria a principal vítima das políticas protecionistas e anti-imigração do republicano.
A postura imperialista de Trump, com sua retórica agressiva e medidas draconianas, parecia um golpe severo para um país profundamente interligado aos interesses de Washington. No entanto, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, não apenas enfrentou os impactos dessa política hostil, como também soube usá-los a seu favor, convertendo desafios em oportunidades estratégicas.
Na última quinta-feira (6), Sheinbaum e Trump chegaram a um novo acordo que suspende, por um mês, as tarifas dos EUA sobre as exportações mexicanas – uma vitória crucial para a economia mexicana. Além disso, ambos concordaram em colaborar no combate ao tráfico de fentanil e à migração ilegal, dois temas centrais na agenda do ex-presidente norte-americano.
O resultado dessa hábil gestão? A popularidade de Sheinbaum disparou, alcançando um impressionante patamar de 85% entre os mexicanos. O que poderia ter sido uma tempestade perfeita se transformou em um trampolim político para a presidente, que soube transformar a ofensiva imperialista de Trump em um reforço à sua liderança.
Uma das provas da notoriedade da presidente foi a realização de uma imensa assembleia popular na Praça do Zócalo, na Cidade do México, neste domingo (9). Em meio a uma multidão entusiasmada, Sheinbaum demonstrou liderança firme e habilidade política ao enfrentar a decisão unilateral dos Estados Unidos de aumentar as tarifas sobre produtos mexicanos.
Com um discurso contundente, a presidente reafirmou o compromisso do México com o respeito e o diálogo, mas deixou claro que a soberania do país não será negociada.
“Não somos extremistas, mas há princípios inegociáveis. Não abriremos mão de nossa soberania nem permitiremos que nosso povo seja prejudicado por decisões de governos ou hegemonias estrangeiras”, declarou Sheinbaum.
O evento representou um marco de união popular sem precedentes. Em um cenário de crescente tensão comercial, a líder mexicana mobilizou diversos setores da sociedade – sindicatos, empresários e movimentos comunitários – para reafirmar que o México está pronto para defender seus interesses.
“O México não está sozinho. Estamos juntos, e juntos defenderemos nossa dignidade”, disse Sheinbaum, antes de emocionar a multidão com sua declaração mais forte: “Estou disposta a dar a vida pelo México”.