Vereadora do PSOL recorre ao MPT para cumprimento do piso do magistério
Bruna Biondi protocolou representação denunciando a discrepância de 39% entre o salário previsto em lei e o efetivamente pago aos professores de São Caetano do Sul
Foto: Agência Brasil
Na sessão desta quinta-feira (29) da Câmara Municipal de São Caetano do Sul (SP), a vereadora Bruna Biondi (PSOL) anunciou que seu mandato protocolou uma representação no MInistério Público do Trabalho (MPT) para mostrar o descaso que a prefeitura tem tido com o pagamento do salário dos professores da rede municipal.
“Desde o último reajuste do piso do magistério em 2023, a gente tem uma discrepância muito grande entre o valor indicado pela legislação federal e o valor que é colocado em prática e pago pela prefeitura de São Caetano. No ano de 2025, o piso salarial dos professores fixado pela lei federal era de uma hora-aula e R$ 30,42. A hora-aula dos professores de São Caetano está em R$ 18,50”, denunciou a parlamentar.
Bruna qualifica como “uma vergonha” que a cidade que se diz a mais referenciada em educação não pague sequer o piso salarial de seus professores. O Ministério Público deve analisar o pedido em breve e Bruna crê que a justiça será feita.
É preciso que o piso do Magistério seja cumprido imediatamente”, diz.
Dissídio dos servidores
Os vencimentos dos servidores públicos do município é outra bandeira que a vereadora defende. Nas últimas sessões da Casa, Bruna tem cobrado com veemência a prefeitura pela negligência no pagamento do dissídio de 4,50% dos servidores municipais. Aprovado pelos vereadores, por unanimidade, no ano passado, a reposição deveria ter sido aplicada em março, mês da data-base. Até agora nada.
Segundo a parlamentar, a gestão do prefeito Tite Campanella (PL) adota uma postura de descaso com os trabalhadores, ignorando o reajuste salarial.
“A prefeitura sequer apresentou qualquer estudo, proposta ou indicativo de valores. Nossos servidores estão desamparados e sem respostas. Já estamos em maio e, mais uma vez, o prefeito Tite repete a velha cartilha do ex-prefeito Auricchio, empurrando o reajuste com a barriga e desrespeitando quem sustenta os serviços públicos dessa cidade”, afirmou.
A demora no anúncio do percentual de reajuste não afeta apenas os trabalhadores, mas também ameaça o funcionamento de serviços essenciais, já que cresce a possibilidade de mobilizações e paralisações como forma legítima de pressão por direitos básicos. Para a vereadora, esse comportamento reflete uma lógica de governo que prioriza interesses privados e ignora a valorização dos servidores públicos.
“A pauta dos trabalhadores não pode ficar em segundo plano. São eles que garantem que a cidade funcione. Exigimos respeito, valorização e o cumprimento da data-base, que é um direito garantido. Não é favor”, reforçou.
Bruna Biondi segue pressionando a gestão municipal e convocando a categoria a se mobilizar para enfrentar o sucateamento dos direitos trabalhistas dentro da administração pública de São Caetano do Sul.