A comitiva brasileira na nova rota da dependência: o verniz verde da subordinação
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A comitiva brasileira na nova rota da dependência: o verniz verde da subordinação

Comitiva recente do governo brasileiro à China expôs desinformação e limitações da política externa do país no tema ambiental

Bianca Valoski e David Deccache 16 jun 2025, 11:11

Foto: Comitiva brasileira em viagem recente à China. (Ricardo Stuckert/PR)

Nas últimas semanas, setores da esquerda governista passaram a celebrar com entusiasmo os acordos recentemente firmados entre Brasil e China durante a visita oficial do presidente Lula ao país asiático. Um exemplo emblemático desse esforço é o artigo publicado na Carta Capital pela deputada federal Talíria Petrone (PSOL), integrante da comitiva presidencial na missão oficial, cujo título – O que vi na China com Lula – sugere uma prestação de contas pública, mas que, na prática, cumpre antes o papel de desinformar e desmobilizar.

O artigo atende, ao menos, a três propósitos. O primeiro é prestar contas e justificar-se diante das críticas recebidas de militantes do PSOL, incomodados com a celebração pública de um pacote de acordos marcados por destruição ambiental e aprofundamento da dependência. O segundo é reforçar a caracterização oficial do petismo sobre o governo Lula 3 como “social-desenvolvimentista”, ainda que moderado e contido por uma suposta correlação de forças desfavorável no Congresso. Por fim, o texto sugere que, sob a condução do atual governo, estaria em uma inflexão programática na relação comercial Brasil-China, orientada à construção de um modelo de desenvolvimento que combine sofisticação estrutural, inclusão social, transição energética e, por fim, superação da dependência. Nesse horizonte, os investimentos chineses são apresentados como vetores estratégicos de reindustrialização, de ruptura com o padrão primário-exportador e de avanço rumo a uma transição energética ‘justa’. Em outras palavras, a China deixaria de ser um dos pilares da nossa condição dependente para assumir o papel de agente da sua superação — como se fosse possível converter, por afinidade geopolítica, o instrumento da dominação em motor de emancipação.

No entanto, uma análise minimamente rigorosa do conteúdo dos acordos firmados revela uma realidade completamente distinta dessa narrativa idealizada. A principal ideia-força divulgada foi o anúncio de R$ 27 bilhões em investimentos chineses no Brasil. Contudo, o artigo traz apenas alguns memorandos e parcerias – a maioria ainda no plano das intenções – e, no que se refere aos valores efetivos, omite literalmente cerca de 99% do total anunciado, distorcendo o 1% restante ao focar em termos genéricos e anúncios protocolares. Mesmo a imprensa burguesa, com todos os seus conhecidos limites, foi mais honesta e completa ao detalhar minimamente os acordos assinados. Talíria afirma:

“Durante a missão, foram firmadas parcerias em áreas cruciais: inovação em equipamentos para combate ao câncer, redes 5G, energias renováveis e reindustrialização com base em novas tecnologias. Essa retomada da indústria não pode ser pensada apenas com lógica de mercado – ela precisa gerar empregos de qualidade, fortalecer a soberania nacional e respeitar os limites do meio ambiente. É nesse ponto que a parceria com a China também se mostra estratégica. Os Estados Unidos têm sabotado a COP30, que acontecerá aqui no Brasil, em Belém (PA).”

Basicamente, o texto sugere que os acordos seriam ambientalmente responsáveis, fundamentais para o desenvolvimento econômico nacional e marcos de uma mudança na posição do Brasil na divisão internacional do trabalho. Porém, a realidade dos números, dos setores envolvidos e dos modelos de negócios aponta exatamente o oposto.

Se examinarmos concretamente o conjunto dos investimentos anunciados com pompa vemos com nitidez o aprofundamento da dependência econômica predatória do Brasil em relação à China. Fortalece-se a lógica da precarização das relações trabalhista via plataformas digitais, reforça-se a especialização periférica baseada em mineração, agronegócio, serviços não sofisticados e montadoras, e consolida-se um modelo de dependência travestido de “capitalismo verde” que é, ao mesmo tempo, ambientalmente destrutivo, economicamente subordinado e socialmente espoliativo. Não há qualquer perspectiva real de transferência tecnológica, construção de soberania industrial ou transição energética sob controle social e voltada ao interesse público.

Longe de representar qualquer ruptura, os acordos Brasil-China consolidam as duas pragas centrais da atual especificidade do neoliberalismo: a uberização da economia e a destruição ambiental travestida de economia verde. Somada a uma terceira para o nosso caso específico: a dependência econômica que implica superexploração do trabalho

O artigo de Talíria, mesmo que contivesse elementos factuais corretos, já partiria de um rebaixamento teórico e político inaceitável, ao consentir como horizonte possível um capitalismo verde com pinceladas desenvolvimentistas — abandonando, assim, qualquer perspectiva enraizada na ecologia marxista, no ecossocialismo e na crítica radical da dependência e do imperialismo. Trata-se de um discurso que, em vez de disputar o sentido da transição ecológica, se acomoda ao verniz sustentável de um modelo estruturalmente destrutivo e subordinado.

Mapa setorial dos investimentos: especialização regressiva e subordinação verde

Para irmos além da retórica embalada em slogans de transição energética e cooperação sul-sul, organizamos uma tabela com os investimentos firmados durante a visita oficial à China, incluindo os valores anunciados, os setores envolvidos, as empresas participantes e uma breve descrição dos projetos. A leitura atenta desses dados desfaz qualquer ilusão remanescente sobre o conteúdo real dos acordos: em vez de projetarem um “novo ciclo de desenvolvimento verde”, os aportes apenas atualizam os mecanismos clássicos da dependência — agora com revestimento tecnológico e linguagem ambiental — e reposicionam o Brasil como plataforma subordinada de extração e exploração: da natureza, da força de trabalho e do próprio Estado.

Tabela 1 – Investimentos anunciados no acordo Brasil-China

EmpresaSetorInvestimento (R$ bi)% do TotalResumo
GAC MotorMontadora7,4022,42 %Ampliação de planta automotiva.
GWMMontadora6,0018,18 %Expansão de operações e linha de montagem automotiva.
Meituan (Keeta)Plataforma digital de exploração do trabalho5,0015,15 %Plataforma de entregas via aplicativo.
EnvisionEnergia (“verde”)5,0015,15 %Construção de Parque Industrial Net-Zero (SAF, hidrogênio verde e amônia).
CGNEnergia Renovável3,009,09 %Implantação de HUB de eólica, solar, termosolar e armazenamento no Piauí.
MixueFast Food3,209,70 %Rede de ultraprocessados/ Fast-Food
Baiyin Nonferrous GroupMineração2,407,27 %Aquisição da mina de cobre Serrote (Alagoas), reforçando exportação de minério primário.
DiDi (99 Táxi)Plataforma de exploração do trabalho1,003,03 %Investimento em delivery
LongsysSemicondutores0,000650,00 %*Expansão de capacidade produtiva de chips em São Paulo e Amazonas (valor muito inferior ao total agregado).
Nortec QuímicaFarmacêutico0,000350,00 %*Parceria para plataforma de IFAs (insumos farmacêuticos) no Brasil, ainda de pequeno porte frente aos outros aportes.
TOTAL33,001100 %

Um único dado já deveria acender o alerta: quase 76% dos R$ 33 bilhões anunciados concentram-se em setores diretamente ligados à destruição ambiental, à precarização do trabalho e à especialização primário-exportadora — mineradoras, rede de fast food, plataformas digitais de exploração laboral e montadoras em regime maquilador. Se somarmos os investimentos em projetos “verdes” sob controle externo, voltados à mercantilização da crise climática, esse percentual ultrapassa os 99%.

O caso da mineradora Baiyin Nonferrous Group, por exemplo, é uma expressão de saque ambiental e subordinação econômica. A aquisição da mina de cobre Serrote, em Alagoas, reproduz a lógica de enclave: extração voltada à exportação, sem agregação de valor local, com impacto ecológico massivo, consumo intensivo de água e energia, e geração de passivos ambientais permanentes. Tudo isso em nome da “transição energética” dos países centrais — uma ironia cruel, já que os custos sociais e ambientais dessa transição ficam integralmente com a periferia. As mulheres do MST de Alagoas já denunciaram a atuação da empresa no estado, em um ato cujo mote foi “Agronegócio é violência e crime ambiental. A luta das mulheres é contra o capital.

Ainda mais vultosos são os aportes das plataformas Meituan e DiDi, que somam R$ 6 bilhões. Essas empresas representam o que há de mais brutal na reorganização do trabalho sob o capitalismo contemporâneo: a uberização estrutural. Prometem “empregos”, mas entregam postos de hiperexploração algorítmica, sem direitos, sem estabilidade e com total vigilância digital. Não há geração de tecnologia, tampouco fortalecimento de capacidades nacionais — o que se importa é precarização.

No mesmo registro de espoliação disfarçada de modernidade, a rede Mixue anuncia R$ 3,2 bilhões para expandir seu modelo de fast food ultraprocessado no país. Apesar do discurso sobre compras de insumos locais e geração de empregos, o que se promove é a consolidação de um mercado baseado em alimentos baratos, de baixíssimo valor nutricional, voltados ao consumo de massas empobrecidas. Trata-se de uma expansão regressiva, com impactos severos sobre a saúde pública, a cultura alimentar e a soberania nutricional brasileira. A renda, os lucros e o controle permanecem do outro lado do planeta.

As montadoras GAC Motor e GWM, por sua vez, anunciam mais de R$ 13 bilhões — o maior bloco de investimentos. Mas não há qualquer indício de ruptura com a lógica maquiladora tradicional. O modelo é o de sempre: importam-se peças, montam-se carros, exportam-se os veículos e repatriam-se os lucros. A transição para veículos elétricos, ao contrário de subverter esse modelo, o aprofunda. Pressiona ainda mais cadeias extrativistas, consome energia de forma crescente e reforça uma lógica de mobilidade urbana individualista, excludente e ecologicamente insustentável.

Os investimentos da CGN e da Envision em energia dita “verde”, que somam R$ 8 bilhões, representam talvez o exemplo mais claro do que pode ser chamado de “novo ciclo verde da dependência”. Instala-se infraestrutura “sustentável” sem soberania tecnológica, sem controle público, sem coordenação com um projeto nacional. A energia gerada não será usada para fortalecer serviços públicos ou abastecer uma transição socialmente justa — servirá à mineração, a data centers de big techs ou à exportação de “créditos de carbono” para os países ricos. O colapso ecológico vira oportunidade de negócio, e o Brasil assume o papel de território de compensação da crise climática global. Em vez de salvar o planeta, esses projetos o mercantilizam — e isso sob o rótulo de “energia limpa”.

Além desses aportes diretos, foram anunciados 20 acordos bilaterais, grande parte deles simbólicos. Outros têm consequências práticas concretas — principalmente no agronegócio. Seis desses acordos estão ligados ao setor agroexportador, que tem aprofundado sua dependência da China. Um dos mais relevantes foi a autorização para exportar cinco novos produtos: carne de pato, carne de peru, miúdos de frango (coração, fígado e moela), grãos da indústria do etanol de milho e farelo de amendoim. O Ministério da Agricultura estima um potencial comercial de até US$ 20 bilhões — ou seja, mais de R$ 110 bilhões. Mas, ao contrário do que se poderia supor, isso não se traduziu em manchetes ou celebrações entusiasmadas. Afinal, o efeito é conhecido: mais concentração fundiária, mais lucros para o agro, menos alimentos no mercado interno.

Houve, sim, um ou outro anúncio pontualmente positivo — como o acordo para produção local de insulina glargina entre a Fiocruz, Biomm e Gan & Lee. No entanto, mesmo esse caso já estava fechado desde abril. É a exceção que confirma a regra.

E para quem insiste em comemorar memorandos vagos sobre energias renováveis, vale lembrar que o governo Bolsonaro, em 2019, também assinou acordos semelhantes com a China. Falava-se em bioenergia, distribuição eficiente, cooperação internacional e até centros de pesquisa em energia limpa. A diferença é que, agora, o mesmo tipo de protocolo virou suposta prova de soberania e desenvolvimento.

Além disso, é importante destacar que a criação de indústrias não pode ser vista como um fim em si mesma. Quando se limita a reproduzir empregos precários e se subordina às cadeias globais de valor – mantendo os países periféricos na posição de meros fornecedores de matérias-primas e mão de obra barata –, ela acaba por aprofundar as desigualdades estruturais em vez de superá-las. O verdadeiro desafio atual consiste em construir um modelo alternativo de industrialização, que articule desenvolvimento produtivo com justiça social, ambiental e intergeracional.

Em resumo, a análise concreta dos investimentos desmonta por completo a narrativa governista: não há reindustrialização, nem transição justa, nem qualquer avanço rumo à superação da dependência. O que há é a intensificação de um modelo já conhecido — agora com selo ESG e discurso sul-sul. A dependência é reciclada, a soberania é encenada e a destruição ambiental se traveste de inovação verde.

Portanto, longe de representar uma alternativa ao domínio imperialista tradicional, a atuação da China no Brasil reproduz — com seus próprios instrumentos e interesses — a lógica estrutural da dependência. O padrão se repete: exportamos bens primários de baixo valor agregado e importamos tecnologia, equipamentos e patentes sob controle de conglomerados estrangeiros. Mesmo nas áreas mais “sofisticadas” que são instaladas por eles por aqui como se fosse um surto de altruísmo, o comando segue externo — as decisões estratégicas, os lucros e o poder tecnológico permanecem no centro, enquanto o trabalho, o território e os recursos naturais se concentram na periferia.

Essa lógica não apenas reafirma o papel histórico do Brasil como economia subordinada e extrativista, como aprofunda os mecanismos de superexploração do trabalho. A posição ocupada pelo país na divisão internacional da produção — como fornecedor de energia barata, insumos minerais e agropecuários, e mão de obra precarizada — não se transforma. Apenas se reveste de novas tecnologias e novos discursos. A tão celebrada multipolaridade não rompe com o modelo de dominação: apenas desloca os centros de comando, enquanto a estrutura de subordinação se mantém — e, em certos aspectos, se intensifica. Em vez de soberania compartilhada — como querem alguns cínicos ou convertidos — o que se desenha é uma nova rodada de inserção dependente, agora com selo verde, capital chinês e gerenciamento algorítmico da espoliação.

O abandono do ecossocialismo e a farsa do capitalismo verde

Como vimos, o conteúdo concreto dos acordos firmados entre Brasil e China não apenas contradiz a narrativa celebratória de setores do governo e da esquerda liberal, como aprofunda os traços mais perversos de nossa condição periférica. O que se vendeu como um “novo ciclo de cooperação verde sul-sul” revela-se como mera atualização da dependência: muda-se a origem do capital, não sua lógica. Os termos mudam, a estrutura permanece — com suas consequências já conhecidas: superexploração do trabalho, devastação ecológica e subordinação tecnológica. As supostas benesses do acordo no fundo são mais do mesmo de como o capitalismo se articula para a superação dos problemas que ele mesmo gera: mais capital, mais expansão com devastação.

Os dados são claros: mineração voltada à exportação, montadoras em regime maquilador, plataformas digitais fundadas na informalidade e destruição de direitos trabalhistas, redes de fast food que degradam a segurança alimentar e um setor energético “verde” voltado ao lucro e sob controle externo. A “transição energética”, nesse contexto, opera como cortina de fumaça: encobre a reprodução do extrativismo subordinado e do uso predatório dos territórios com o vocabulário da sustentabilidade. O capitalismo se sustenta na produção incessante de necessidades artificiais, moldadas por sua lógica fundamental: a valorização do valor. Nesse contexto, a imposição das chamadas energias “verdes” — organizadas sob a lógica do consumo individual, como no caso dos carros elétricos — disfarça o núcleo do problema: a crise climática não decorre de escolhas individuais, mas da própria dinâmica capitalista que trata a natureza como mera fonte de extração para fins de acumulação privada.

A partir desse quadro, torna-se ainda mais evidente o papel do chamado “capitalismo verde” — cuja violência se manifesta com ainda mais brutalidade nas periferias do sistema — como forma histórica por meio da qual o capital busca recompor sua hegemonia em tempos de colapso ambiental. Não há ruptura. Há adaptação discursiva. O capital se apropria da linguagem da sustentabilidade para deslocar o conflito social, despolitizar a crise ecológica e naturalizar a continuidade da pilhagem. A devastação se apresenta como inovação. A espoliação, como transição. A emergência ambiental, que exigiria reorganização radical das formas de produzir e viver, é convertida em ativo financeiro e peça publicitária.

Nesse rearranjo, antigas vozes de oposição passam a ocupar os espaços da legitimação. Trata-se de uma operação de greenwashing político: em tempos de colapso ecológico, essa se tornou uma das táticas mais eficazes do capital. Não apenas contorna a crítica, mas a reapresenta sob a forma de promessa modernizadora — como se a mesma lógica que produziu a catástrofe pudesse agora redimir seus efeitos. O social-liberalismo opera precisamente nesse terreno, convertendo agendas de ruptura em instrumentos de gestão adaptativa da crise. Lideranças e organizações forjadas na luta ecossocialista — justamente por sua legitimidade — tornam-se alvos preferenciais desse movimento. O risco, sempre presente, é que sejam gradualmente incorporadas como consciência crítica integrada a um novo regime que, longe de enfrentar as causas estruturais do colapso, termina por legitimá-las. A destruição, então, não apenas continua: segue adiante, reembalada em vocabulário técnico, aparentemente progressista e promessas verdes.

Essa tendência expõe o risco que atravessa o PSOL. Um partido fundado para romper com a lógica da dependência e do pacto com a ordem não pode se permitir ser absorvido por ela. Quando a direção do partido comemora protocolos com mineradoras, plataformas de entrega e cadeias de fast food como marcos de soberania, está — mesmo que de forma inconsciente — se afastando de seu horizonte socialista. A chamada “nova industrialização verde” é apenas o novo palco da velha subordinação. Não existe capitalismo verde, muito menos na periferia. O que existe é um vocabulário técnico-ambiental sofisticado, colocado a serviço da continuidade da pilhagem.

Não se trata de recusar a cooperação internacional. Trata-se de afirmar que nenhum processo baseado na reprodução do produtivismo destrutivo, na dependência tecnológica e na lógica de mercado serve à maioria social. O papel histórico do PSOL era — e ainda pode ser — o de disputar outro caminho. Mas isso exige romper com a função de gestor racional da barbárie que o setor majoritário quer impor ao partido.

Um discurso honesto sobre a crise ecossocial imposta pelo capitalismo deve partir de uma premissa incontornável: não existe capitalismo verde. O capital, diante dos impasses que ele próprio engendra, só sabe responder com mais capital — mais mercadorias, mais consumo, mais exploração. A saída, portanto, não está em versões “sustentáveis” do mesmo modelo, mas na ruptura com a lógica sistêmica que transforma a natureza em recurso supostamente inesgotável para alimentar necessidades artificialmente criadas. Carros elétricos e soluções afins são apenas doses renovadas do mesmo veneno que nos trouxe até aqui.

Se o PSOL continuar a deslizar para o papel de gestor periférico do colapso — digitalizado, verde e disciplinado — não será apenas um partido que se desfaz. Será a ruína de uma alternativa histórica que ainda poderia fazer diferença. E, com ela, abre-se o caminho para o avanço do fascismo, alimentado pelo desencanto popular, pela devastação ambiental e pela impotência de uma esquerda domesticada.

Ainda é tempo de romper. Ainda é tempo de reatar com a história.


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Autores

Camila Souza