Declaração de organizações independentes iranianas contra a guerra
06e76b64-2e62-40b9-a1e1-eecfa98d232a_16x9_1200x676

Declaração de organizações independentes iranianas contra a guerra

Sindicatos e associações iranianas condenam à agressão imperialista ao país

Vários Autores 23 jun 2025, 16:55

Foto: Mobilização de trabalhadores iranianos. (Al Arabiya/Reprodução)

Via Viento Sur

Dada a situação instável e perigosa que reina atualmente no Irã e na região, as organizações signatárias desta declaração consideraram que é seu dever adotar uma posição coletiva.

Os trabalhadores iranianos — operários, professores, enfermeiros, aposentados e outros assalariados — nunca tiveram nem terão qualquer interesse na guerra, na expansão do militarismo, no bombardeio do país e nas políticas autoritárias e de exploração.

Os ataques militares israelenses e o bombardeio de centenas de alvos em várias regiões do Irã, em particular infraestruturas, locais de trabalho, refinarias e áreas residenciais, fazem parte de um projeto belicista cujo preço é pago com suas vidas e seus meios de subsistência pelos cidadãos, e em particular pelos trabalhadores.

A afirmação de Israel de que não tem nenhuma hostilidade em relação ao povo iraniano não passa de uma mentira e propaganda política. Ontem mesmo, o ministro da Defesa israelense [Israel Katz] ameaçou “queimar Teerã”. As repetidas ameaças de Trump e de outros responsáveis americanos, bem como o apoio incondicional dos governos ocidentais a tais ações, não fizeram mais do que aumentar as tensões, a insegurança e a destruição na região.

Os governos israelense e estadounidense são os principais responsáveis pelo genocídio que está sendo cometido em Gaza e por muitos outros crimes na região e no mundo. As Nações Unidas e as instituições internacionais, que se apresentam hipocritamente como defensoras da paz enquanto permanecem em silêncio diante dessas atrocidades, fazem parte do mesmo sistema de dominação. O sistema capitalista mundial como um todo, sua lógica baseada no lucro e as potências imperialistas estão entre as principais causas das guerras, das catástrofes humanas e da destruição do meio ambiente.

A classe trabalhadora iraniana não só não se beneficia da guerra, como estas guerras atentam diretamente contra sua vida e sua segurança. A manutenção das sanções econômicas, a alocação de orçamentos maciços para assuntos militares e a restrição das liberdades provocam um agravamento da pobreza, maior repressão, fome, morte e deslocamento de milhões de pessoas.

Nós, organizações sindicais e populares independentes e militantes iranianos, não temos ilusões sobre a vontade dos Estados Unidos e de Israel de nos trazer liberdade, igualdade e justiça, assim como não temos ilusões sobre a natureza e as práticas repressivas, intervencionistas, aventureiras e anti-operárias da República Islâmica.

Durante muitos anos, para conseguir direitos mínimos e condições de vida básicas, os trabalhadores e trabalhadoras do Irã pagaram um alto preço na forma de prisões, torturas, execuções, demissões, ameaças e espancamentos, e continuamos privados do direito de nos organizar, nos reunir e nos expressar livremente.

Os trabalhadores e trabalhadoras do país estão, com razão, indignados e descontentes com o regime da República Islâmica e com os capitalistas que, durante mais de quatro décadas, acumularam riquezas astronômicas às nossas custas e nos mantiveram na privação de direitos e na insegurança perpétua. Todos os responsáveis e instituições que participaram na repressão e assassinato de trabalhadores, mulheres, jovens e oprimidos do Irã devem ser julgados e punidos pelo próprio povo oprimido.

Nossa luta, a dos trabalhadores e trabalhadoras, é uma luta social e de classe. Essa luta continuará apoiando-se em nossas próprias forças, na continuidade dos movimentos dos últimos anos, em particular por “Pão, Trabalho, Liberdade” e “Mulher, Vida, Liberdade”, e em conexão com o apoio internacional da classe trabalhadora e das forças humanistas, amantes da liberdade e em busca da igualdade.

A continuação da guerra atual não terá outras consequências além de novas destruições, danos ambientais irreversíveis e a repetição de catástrofes humanas. A classe trabalhadora e as populações desfavorecidas do Irã, assim como os oprimidos de outros países da região, estão entre as principais vítimas dessa situação.

As organizações signatárias desta declaração apelam a todas as organizações sindicais, organizações de defesa dos direitos humanos, grupos pacifistas, ativistas ecologistas e forças de paz de todo o mundo para que se unam para exigir o fim imediato da guerra, dos bombardeamentos, dos massacres de inocentes e da destruição do meio ambiente, e para apoiar as lutas do povo iraniano e da região para pôr fim ao genocídio, o belicismo e a opressão.

Os povos do Oriente Médio precisam pôr fim às tensões e confrontos devastadores entre as potências regionais e mundiais e instaurar uma paz justa e duradoura; uma paz que lhes permita determinar seu próprio destino por meio da organização, dos movimentos de massa, da ampliação das manifestações e da participação direta e universal.

Não à guerra, não às políticas belicistas.

O cessar-fogo imediato é nossa reivindicação imediata.

Assinam:

– Sindicato dos Trabalhadores da Companhia de Ônibus de Teerã e seus subúrbios (Vahed)

– Sindicato dos trabalhadores da cana-de-açúcar de Haft Tapeh

– Trabalhadores aposentados de Khusistão

– Aliança dos aposentados (Ettehad Bazneshastegan)

– Comitê de coordenação para ajudar na criação de organizações sindicais

– Grupo da Aliança dos Aposentados


TV Movimento

A história das Internacionais Socialistas e o ingresso do MES na IV Internacional

Confira o debate realizado pelo Movimento Esquerda Socialista (MES/PSOL) em Porto Alegre no dia 12 de abril de 2025, com a presença de Luciana Genro, Fernanda Melchionna e Roberto Robaina

Calor e Petróleo – Debate com Monica Seixas, Luiz Marques + convidadas

Debate sobre a emergência climática com a deputada estadual Monica Seixas ao lado do professor Luiz Marques e convidadas como Sâmia Bonfim, Luana Alves, Vivi Reis, Professor Josemar, Mariana Conti e Camila Valadão

Encruzilhadas da Esquerda: Lançamento da nova Revista Movimento em SP

Ao vivo do lançamento da nova Revista Movimento "Encruzilhadas da Esquerda: desafios e perspectivas" com Douglas Barros, professor e psicanalista, Pedro Serrano, sociólogo e da Executiva Nacional do MES-PSOL, e Camila Souza, socióloga e Editora da Revista Movimento
Editorial
Israel Dutra | 12 ago 2025

O plebiscito popular é uma ferramenta para defender os interesses do povo

O Plebiscito Popular responde às necessidades estratégicas de disputa do centro da agenda na sociedade e incentivo ao trabalho de base
O plebiscito popular é uma ferramenta para defender os interesses do povo
Edição Mensal
Capa da última edição da Revista Movimento
A ascensão da extrema direita e o freio de emergência
Conheça o novo livro de Roberto Robaina!
Ler mais

Podcast Em Movimento

Colunistas

Ver todos

Parlamentares do Movimento Esquerda Socialista (PSOL)

Ver todos

Podcast Em Movimento

Capa da última edição da Revista Movimento
Conheça o novo livro de Roberto Robaina!

Autores