Carta ao Diretório Municipal do PSOL Curitiba
Uma chapa conformada por Letícia e Giana terá a capacidade de sintetizar um programa radical e plural em sinergia com as demandas populares e com nossas bandeiras.
Viemos, por meio desta carta aberta ao Diretório Municipal do PSOL Curitiba, expor nossa opinião referente ao processo de indicação e formação da chapa majoritária que irá disputar as eleições municipais de 2020 no nosso município, bem como reivindicar espaço para debate e composição de chapa, visando não só a democratização das decisões do partido, bem como unificação do PSOL Curitiba.
Compreendemos o momento de pandemia em que nos encontramos e as dificuldades de se fazer um debate amplo a respeito dos nomes e programa que iremos apresentar. Porém, também entendemos que é de extrema importância que nossa candidatura reflita os acúmulos que tivemos, garantindo a pluralidade do PSOL na construção da candidatura que apresentaremos.
Avaliamos como negativa a possibilidade dessa decisão se dar única e exclusivamente pelo campo político que hoje dirige nosso partido em Curitiba. Se queremos um PSOL forte e unificado, é preciso compor!
Breve contextualização:
Em novembro de 2019 tivemos uma importante atividade partidária onde, além da apresentação de um calendário de construção programática, muitas companheiras e companheiros se lançaram como pré-candidatas e pré-candidatos à prefeitura e a vereança.
Algumas atividades que eram parte desse calendário, embora bastante esvaziadas por conta do período de recesso, ocorreram e foram bastante qualitativas. Parte das discussões a respeito das táticas eleitorais também aconteceram nas nossa plenárias congressuais e também acumularam sobre o perfil que queremos para o PSOL Curitiba.
Porém, no meio disso, fomos surpreendidos pela pandemia que paralisou as movimentações congressuais e se tornou o centro de nossa atuação via campanhas de solidariedade quanto partido e movimentos.
No entanto, hoje nos encontramos em meio a um momento de decisões sobre táticas e nomes a serem apresentados. Embora tenhamos que ampliar, já temos uma bela chapa de companheiras e companheiros dispostas a ocupar a Câmara de Vereadores. Todavia, na tarefa majoritária a história é diferente. Dos camaradas que haviam se colocado em novembro à disposição de encarar a tarefa de defender o PSOL na chapa majoritária, apenas uma se manteve até os dias de hoje: Giana De Marco.
O que já temos?
Nas reuniões organizadas entre as correntes políticas na tentativa de criar sínteses e caminhar para resoluções sobre o tema da nossa candidatura à prefeitura de Curitiba, algumas hipóteses foram levantadas.
– A Resistência retirou o nome do companheiro que havia se lançado em novembro, e não apresentou uma nova alternativa.
– A Primavera, além de retirar o primeiro nome que havia proposto em novembro, não obteve êxito na formalização de outros nomes que aventaram.
– O MES, além de manter a proposta de nome da companheira Giana para construção e composição de chapa, aventou e consultou possibilidades de outras importantes camaradas de diferentes correntes. Apresentou acordo em compor com nomes de militantes da Primavera e da Insurgência. No entanto, não obteve êxito nas propostas de composição.
Nos últimos dias tivemos o informe de que o campo político PSOL de Todas as Lutas (Primavera, Insurgência, Resistência e Subverta) fecharam questão em torno do nome da companheira Letícia Lanz, mulher trans, psicanalista e referência na militância LGBTQI+. Na nossa opinião, trata-se uma ótima proposta para representar e afirmar com qualidade o PSOL nessas eleições.
De forma alguma temos desacordo com o nome de Letícia, muito pelo contrário; porém, uma candidatura majoritária não se faz com apenas um nome.
O PSOL Curitiba precisa ter chapa e programa
Uma chapa majoritária de um partido socialista como o PSOL, além de 2 nomes como porta-vozes, precisa ter um programa radical de enfrentamento à burguesia local; que reflita a pluralidade de lutas que carregamos, defenda a classe trabalhadora e afirme as nossas bandeiras históricas. Além, é claro, de apresentar um programa de emergência para a crise política, econômica e sanitária que estamos enfrentando.
Por isso, queremos apresentar ao conjunto da militância o que já foi colocado em algumas reuniões bilaterais aos dirigentes das correntes: precisamos urgentemente estabelecer uma mesa permanente de debates eleitorais que seja mais ampla do que a atual direção conformada há mais de 2 anos, com membros de todas as correntes e militantes independentes que estejam dispostos a se debruçar sobre o tema e ajudar o partido. Só assim poderemos encarar o desafio eleitoral com qualidade e pluralidade.
COMPOR E OUVIR
Entendemos que para caminharmos no sentido da unificação partidária nas eleições deste ano precisamos que decisões sejam tomadas pelo conjunto, e não apenas pelos companheiros que hoje ocupam a direção municipal.
Nossa chapa só será forte se for referenciada pela base e tendo acordo entre os grupos que constroem o partido.
A possível indicação de Letícia, na nossa avaliação, caminha nesse sentido. Porém, ainda precisa ser formalizada.
Apesar de Letícia ser uma companheira independente (sem corrente política internamente), é uma indicação política do campo PSOL de Todas as Lutas. Logo, defendemos que outros campos políticos, correntes e militantes independentes também possam indicar nomes para a composição dessa chapa.
GIANA DE MARCO
Por fim, queremos reforçar mais uma vez aqui o nome de Giana De Marco para essa construção, dialogando com o nome de Letícia e ocupando a vaga de pré-candidata a vice prefeita.
Giana é uma mulher jovem, advogada, feminista, combatente pelos direitos da comunidade LGBTQI+. Filiada ao PSOL desde janeiro de 2016, candidatou-se à vereadora naquele mesmo ano, e em 2018 foi candidata à Deputada Federal, tendo sido a segunda candidata do partido com o maior número de votos entre todas as candidaturas proporcionais naquele ano. É uma valorosa e qualificada companheira que se colocou desde novembro de 2019 a disposição do partido para encarar a tarefa majoritária.
Uma chapa conformada por Letícia e Giana terá a capacidade de sintetizar um programa radical e plural em sinergia com as demandas populares e com nossas bandeiras. Temos a chance e o privilégio de apresentar dois novos rostos de mulheres que alavancarão nossa chapa de vereadores e irão contestar a velha política curitibana.
Assinam as correntes:
MES – Movimento Esquerda Socialista
Alicerce
Comuna
Assinam as/os militantes:
– Alana Landal
– Alice Valoski
- Alexandra Maciel Veiga
– Alina Angelica Prochmann
– Amanda de Oliveira Lara
– Angela Machado
– Bianca Valoski
– Bruna Marcela de Oliveira
– Edmar Almeida de Macedo
- Edson Lucas Cardozo
– Gabriel Feltrin Batista
– Gabriela Mafra
– Giana De Marco Vianna da Silva
– Giovana Vilela Silva
– Giovanna Silveira
– Gustavo Paris
– Kamila Anne Carvalho da Silva
– Lawrence Estivalet de Mello
– Leticia Faria
– Leonardo Piccini
– Lucas Finger Schmidtke
– Lucas Guilhermo
- Lucas Siquieri Gracia
– Luis Otávio Mendonça Fiori
– Luiz Felipe Bergmann
– Mateus de Albuquerque
- Marcos Vinicius da Silva
– Rhayane Lourenço
– Thiago Guterres de Andrades
- Valéria Fiori da Silva