PRF gastou mais de R$ 1,3 milhão com blitze durante as eleições
Segundo investigações da Polícia Federal, verba foi usada para pagamento de diárias de agentes que tentaram atrapalhar deslocamento de eleitores
Foto: PRF/BA
Os bloqueios nas estradas que dificultaram o deslocamento de eleitores no segundo turno das eleições tiveram um alto custo para os cofres públicos. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) gastou mais de R$ 1,3 milhão com pagamentos e diárias de agentes destacados para a ação.
Os dados, obtidos pelo UOL por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), mostram que a superintendência da PRF em Minas Gerais foi a que mais usou recursos, R$ 107,1 mil. A da Bahia ficou em segundo, pagando mais de R$ 93,6 mil.
A Polícia Federal investiga a influência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres com a realização dos bloqueios para favorecer a reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro. A apuração indica que o setor de inteligência do Ministério da Justiça fez um mapeamento do desempenho do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno. Com base nesses resultados, foi feito um planejamento prévio das regiões onde haveria bloqueio de veículos – a maior parte, no Nordeste do país, reduto eleitoral de Lula.
Os bloqueios – que contrariavam decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu operações que afetassem o transporte de eleitores – culminou com a queda do então diretor-geral da PRF. Silvinei Vasques. O bolsonarista foi indiciado por improbidade administrativa. Torres, por sua vez, está preso desde os atos golpistas de 8 de janeiro acusado de omissão como secretário da Segurança Pública do DF, cargo que assumiu após o fim do governo Bolsonaro.