Metroviários gaúchos mantêm estado de greve
Categoria retoma atividades nesta terça-feira. Nova paralisação foi marcada para o dia 23 de maio
Foto: Sindimetrô-RS
Após uma paralisação de 24 horas, os metroviários gaúchos voltam às atividades normais nesta terça-feira. Mas a mobilização continua. Entre as reivindicações que a categoria deseja ver atendida, a principal segue pendente: a retirada da Trensurb da lista de privatizações do governo federal.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários e Conexas do RS (Sindimetrô-RS), Luis Henrique Chagas, adiantou que o plano é ir a Brasília exigir o fim do risco de desestatização.
“Agora a pressão em cima do governo federal, do presidente Lula e dos parlamentares da base do governo. Eles têm que explicar o porquê de a Trensurb não sair do rol das privatizações, sendo que na campanha do ano passado foi prometido acabar com as privatizações”, justificou.
As demais demandas da categoria, de certa forma foram contempladas – senão pela Trensurb, pela Justiça. Decisão liminar do desembargador Fabiano Beserra, do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), determinou que a empresa volte a pagar valor adicional de periculosidade aos trabalhadores do setor de segurança até que o caso seja julgado em última insistência. O pagamento, conquista histórica da categoria obtida por acordo coletivo, havia sido em abril. Nosso acordo coletivo também foi prorrogado, e os direitos da categoria ficam assegurados até que a nova direção da empresa seja nomeada pelo governo Lula.
Outro fator positivo do dia de paralisação: o TRT4 não julgou a greve abusiva como pleiteava a Trensurb. Em reunião de mediação, ao meio-dia de segunda, o desembargador Ricardo Martins Costa declarou que o movimento não inviabilizou o transporte público, com trens operando a cada 20 minutos.
O dia de paralisação
A mobilização dos metroviários começou ainda na madrugada de segunda-feira, em frente à sede da Trensurb, na zona norte de Porto Alegre – onde houve um protesto de manhã. Nenhum funcionário foi impedido de entrar no local, mas o Sindimetrô-RS estima que 90% dos trabalhadores cruzaram os braços na segunda-feira.
Os sindicalistas tiveram apoio de partidos políticos e movimentos de trabalhadores como PSOL, UP, CSP-Conlutas, CUT, Sindisaúde, ASERGHC, ASSUFRGS, Simpa, MRT, Juntos!, FNL e Faísca Revolucionária.
Às 10h, houve a reunião de mediação no TRT-4, e seu resultado foi apresentado à categoria em assembleia, às 12h30min. Os profissionais decidiram manter a paralisação até a meia noite e o estado de greve. Uma nova paralisação foi marcada par o dia 23 de maio.