Delegado que investiga atos terroristas em Brasília é ouvido na CPI da CLDF
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Delegado que investiga atos terroristas em Brasília é ouvido na CPI da CLDF

Leonardo de Castro confirmou que ação criminosa foi protagonizada por bolsonaristas acampados em frente ao QG do Exército

Mandato Fábio Felix 21 ago 2023, 12:00

Foto: Rinaldo Morelli/Agência CLDF

A CPI dos Atos Golpistas da Câmara Legislativa do Distrito Federal ouviu, na última quinta-feira, o delegado da Polícia Civil Leonardo de Castro. Ele é responsável pelas investigações dos atos terroristas dos dia 12 de dezembro, quando radicais espalharam caos e terror na área central de Brasília, e do dia 24 de dezembro, ocasião em que houve a  tentativa de ataque à bomba no Aeroporto de Brasília. Ambos os casos ocorreram no ano passado, após o resultado das eleições presidenciais.

O deputado distrital Fábio Felix (PSOL), membro titular da Comissão Parlamentar de Inquérito, destacou a importância de a CPI ter conhecimento em detalhes das investigações sobre os atos terroristas em questão, para elucidar diversos fatos  – como a trama golpista que resultou no 8 de janeiro.

O delegado afirmou que o vínculo entre os dias 12 de dezembro, 24 de dezembro e 8 de janeiro, dia dos atos golpistas na Praça dos Três Poderes, é o de que as pessoas que participaram desses eventos estavam no acampamento localizado no Quartel General do Exército.

“Essa informação é muito relevante porque existe nesta CPI tentativa recorrente de relativizar o que foram os acampamentos que, na minha opinião, são inconstitucionais porque pediam intervenção militar para não reconhecer o resultado das eleições”, frisou Fábio Felix.

Em seguida, o parlamentar questionou sobre o fato de após toda a depredação do dia 12 de dezembro, quando bolsonaristas queimaram carros, ônibus e delegacias, ninguém ter sido preso pela Polícia Militar. O delegado respondeu “não poder avaliar a atuação de uma outra corporação, mas que no dia seguinte houve uma reunião na qual foi exposto que as forças de segurança estavam pressionadas pela imprensa e sociedade no dia”. Além disso, ele disse que “foi definido que o Decor [Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado] ficaria a cargo de investigar os crimes comuns que ocorreram naquela noite”. O fato de ninguém ter sido preso não foi citado na reunião, segundo ele.

O delegado explicou, então, como foi a identificação dos participantes dos ataques terroristas do dia 12 de dezembro. 

“Nessa apuração inicial, na tentativa de identificar essas pessoas, os policiais buscaram as redes sociais e detectaram que, se não todas, a maioria dessas pessoas postaram vídeos ou fotos no acampamento do QG ou em manifestações próximas ao Palácio da Alvorada”, afirmou.

Sobre a bomba encontrada no aeroporto de Brasília, o delegado citou que George Washington, Wellington Macedo e Alan Diego, diretamente envolvidos com o crime, também estavam acampados no QG do Exército. 

“Através de dados extraídos do celular do George Washington, nós detectamos vínculo entre ele e o Allan Diego desde o dia 12, no dia dos atos no centro de Brasília. Também encontramos mensagens e fotos que comprovam o envolvimento deles na tentativa de atentado com artifício explosivo no aeroporto”, expôs Leonardo.

George Washington e Alan Diego estão presos. Wellington Macedo está fora do país, está inserido no alerta vermelho da Interpol, mas não foi localizado, informou o delegado.

CPMI

Também na quinta-feira, depôs na CPMI do Congresso Federal o hacker Walter Delgatti, que afirmou ter recebido ordens de Carla Zambelli e de Jair Bolsonaro para atuar expedindo mandado de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, entre outras ações para impedir e invalidar o resultado das eleições.

O deputado Fábio Felix solicitou a oitiva de Delgatti também na CPI da Câmara Legislativa do DF para “para compreender a articulação de agentes públicos, entre os quais Bolsonaro, e privados que deu ensejo aos atos golpistas ocorridos”. O requerimento será submetido à aprovação da CPI da CLDF na próxima reunião.


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Pedro Micussi