ONU vê Oriente Médio ‘por um fio’ após ataque a hospital em Gaza
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ONU vê Oriente Médio ‘por um fio’ após ataque a hospital em Gaza

Autoridades estimam que mais de 500 civis morreram. Israel e Jihad Islâmica negam responsabilidade pelo crime

Redação da Revista Movimento 17 out 2023, 18:50

Foto: Wikimedia Commons

“Gaza está de joelhos”, afirmou o chefe da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, ao desembarcar no Cairo, capital do Egito, na tarde desta terça-feira (17).

Não foi a única declaração forte do executivo das Nações Unidas. Demonstrando estupefação pelo ataque que matou mais de 500 pessoas no Hospital Batista Al-Ahly Arab, localizado no centro da cidade de Gaza, ele afirmou que o Oriente Médio está “por um fio” e que há risco de escalada na violência entre países da região após o episódio. A Palestina estima 3 mil civis mortos em bombardeios e milhões de desabrigados desde o início do conflito.

“As pessoas estão sendo despojadas de sua dignidade”, comentou. 

Conforme informações preliminares da Autoridade Palestina, a maioria dos mortos no hospital eram mulheres e crianças. Em entrevista à emissora Al Jazeera, um médico que atuava no local relatou que parte das vítimas eram moradores que se refugiaram na unidade por considerá-la segura contra ataques – uma vez que atacar edifícios dedicados à saúde, religião, educação, arte, ciência ou fins de caridade são considerados crimes de guerra pelo Estatuto de Roma.

Israel, o mais óbvio perpetrador desse ato de barbárie, nega a autoria do ataque. O Exército do país acusa a Jihad Islâmica de atacar seu próprio povo após errar o alvo. À Reuters, o porta-voz da organização chamou a acusação de “mentira” e “invenção”.

Morte em escola

A explosão no hospital não foi o único ataque registrado em Gaza nesta terça-feira. Mais cedo, uma escola mantida pela ONU foi atingida por um bombardeio. Seis pessoas morreram e dezenas ficaram feridas, conforme o comissário geral da agência da ONU para Refugiados Palestinos, Philippe Lazzarini. Para o representante das Nações Unidas, “nenhum lugar é mais seguro em Gaza, nem mesmo as instalações da ONU”.

“Pelo menos 4 mil pessoas se refugiaram nesta escola que virou abrigo. Elas não tinham e ainda não têm para onde ir”, contou.

Mais terras

Enquanto os palestinos se desesperam, Israel anuncia o plano de se apropriar de mais territórios. O ministro Gideon Sa’ar, que faz parte do grupo de líderes de oposição e situação criado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, anunciou no Twitter que “Gaza tem de ser menor depois desta guerra”.

“Primeiro, porque é uma questão de segurança nacional. Tanto no Leste quanto no Norte, eles terão que perder esse território. Em segundo, porque a perda de terras é o preço que os árabes entendem”, disse.

Para países parceiros de Israel no Ocidente, como Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia, as declarações de  Sa’ar podem causar certo constrangimento. Além do fato de os territórios controlados pela Autoridade Nacional Palestina (ANP) serem muito menores que o estabelecido pelos tratados chancelados pela ONU em 1967, o trio ocidental é aliado da Ucrânia no conflito contra a Rússia e defendem que o país deve ser combatido por querer tomar territórios do país vizinho.

Pior para John Biden que marcou para esta quarta-feira (18) um encontro com líderes árabes na Jordânia. Vai ser difícil manter a conversa sem reconhecer que Israel tem agido de forma desproporcional após o ataque do Hamas que originou o conflito, 11 dias atrás. Segundo o governo israelense, mais de 5 mil alvos militares foram atingidos desde o início da guerra.


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Pedro Micussi