Eleições do SINDIMETRÔ/RS | Vitória da concepção classista e independente!
Trabalhadores e trabalhadoras do metrô gaúcho dão exemplo de combatividade nas eleições do sindicato
A Chapa 1 União e Luta para Avançar venceu as eleições do sindicato dos metroviári@s do Rio Grande do Sul com 56,26% contra 43,73 votos da Chapa 2 Frente Ampla. A categoria manteve o projeto de luta que tem como programa: defesa da Trensurb pública e estatal; avançar na democracia; transparência financeira; independência do sindicato frente ao governo e aos patrões; solidariedade e apoio a todas lutas da classe trabalhadora.
Assim a Chapa 1 agradece a categoria:
VITÓRIA!
O resultado da nossa luta, empenho e compromisso com a categoria metroviária se refletiu nas urnas: Vitória da Chapa 1!
Seguiremos ainda mais mobilizad@s e fortalecid@s com uma certeza: a nossa defesa incansável por uma Trensurb pública, estatal e de qualidade.
Aos trabalhadores e trabalhadoras da Trensurb, nosso agradecimento por escolherem uma gestão independente de governo e de patrões para o Sindimetrô RS.
Para construir o nosso futuro, dependemos do empenho não só de parte, mas de toda a categoria para conquistarmos avanços coletivos!
Duas concepções se enfrentaram: um sindicato independente versus um sindicato atrelado
A concepção vencedora da Chapa 1 União e Luta para Avançar, liderada pelo Luis Henrique Chagas, teve apoio do SINDISAÚDE/RS, ASERGHC, por militantes do MES/PSOL do Sindicato dos Municipários e da juventude JUNTOS. A concepção é de um sindicalismo classista que desenvolve sua luta através da mobilização independente e autônoma para defender os interesses da categoria. A gestão do sindicato representada na Chapa 1 esteve na vanguarda nas campanhas para derrotar Bolsonaro e, para tanto não mediu esforços em unidade com outros sindicatos e, em particular com o SINDISAÚDE. Neste processo exigiu do candidato e atual Presidente da República Lula, o compromisso de não privatizar a Trensurb. Esse “compromisso” está sendo quebrado.
Vejamos: Em audiência o Ministro da Casa Civil Rui Costa foi demagogo ao informar que retiraria a empresa do Plano Nacional de Privatização (PND). Esta audiência teve a presença das deputadas federais Fernanda Melchionna (PSOL), Daiana Santos (PCdoB), Maria do Rosário (PT) e Reginete Bispo (PT), e os deputados Elvino Bohn Gass (PT), Alexandre Lindernmeyer (PT) e Marcon (PT). Entretanto, a retirada da Trensurb não se efetivou. O sindicato não se acomodou e foi a Brasília para uma audiência pública convocada pela Deputada Fernanda Melchionna. Neste evento o ministério da casa civil não compareceu, e para surpresa da categoria, nenhum dos deputados do PT se fizeram presentes ou representados. Por sua vez, o Ministério das Cidades (Jader Barbalho Filho – MDB) enviou representante para justificar a manutenção da TRENSURB no estudo do BNDES para a possibilidade de concessão. Portanto a luta continua contra qualquer forma de privatização, seja concessão ou seja parceria pública privada. Os metroviári@s majoritariamente entenderam que o sindicato deve ser independente do governo e da gestão. Dessa forma construir sua própria mobilização autônoma e que seja eficaz para derrotar o projeto neoliberal privatista.
Por sua vez, a Chapa 2 da Frente Ampla, apoiada pela CUT – material e politicamente – representava a gestão da empresa e, sem qualquer crítica ao governo que mantem a empresa na lista do PND. As propostas de campanha se mantêm dentro dos marcos das reivindicações específicas que são comuns a toda categoria, desde melhoria nas condições de trabalho e salário. A concepção acrítica à gestão foi nítida, pois tinham os FG’s adesivados e atuando como verdadeiros cabos eleitorais nos locais de trabalho. Isso demonstrava de forma flagrante o atrelamento que viria numa gestão no sindicato. Porém a categoria, em sua maioria, não se intimidou e escolheu um sindicato que não seja correia de transmissão de políticas do governo e nem um sindicato subordinado aos interesses dos gestores.
A categoria pode contar com dedicação e trabalho da direção eleita
O maior desafio após a eleição será unir e mobilizar a categoria em torno da defesa da Trensub pública. Passado o processo eleitoral sindical os novos dirigentes já apontam o caminho e o espirito que vai vigorar. Vejam o que disse a vice-presidente Ana Paula Almada: Contem com minha dedicação e empenho! Nossa luta é grande e pesada, precisamos nos esforçar! E complementada por Keity Goularte: Só queria dizer que agora o trabalho começa de verdade! O Secretário Geral Vinícius faz um balanço e aponta o caminho: o trabalho foi recompensado, conseguimos derrotar a direção da empresa nessa eleição, foram dias de muito trabalho, muita luta e prometo a todos que serão 3 anos de muita dedicação. Esse é o sentimento e a vontade do grupo que se formou em torno da Chapa 1 União e Luta para Avançar.
Os números por setor de trabalho
A Chapa 1 União e Luta para Avançar venceu na administração e manutenção por uma larga vantagem com aproximadamente mais de 50 votos em cada uma das urnas. Venceu no SEOPE (setor de operações) por muito pouco, o que mostrou a divisão da categoria. A Chapa 2 Frente Ampla venceu no SETRA (pilotos) com uma diferença de mais de 20 votos. Também, é necessário levar em consideração que o Chagas está conquistando seu quarto mandato no comando do sindicato. A categoria precisa de um plano político e organizativo em que leve em conta o empenho de todos no processo de mobilização e, com isto fortaleça a formação dos novos dirigentes.
A leitura do resultado demonstra a necessidade de unir a categoria. A Chapa 1 União e Luta para Avançar entendeu claramente e, assim resume: Para construir o nosso futuro, dependemos do empenho não só de parte, mas de toda a categoria para conquistarmos avanços coletivos!
Avançar na unidade da categoria com participação da base, ampliando os fóruns e valorizando a organização por local de trabalho serão os caminhos a serem perseguidos.
A vitória foi muito importante e deve ser valorizada, pois se enfrentou a estrutura de cargos de confiança da empresa indicados pelo PT e o apoio da CUT. Agora, é hora de exigir da direção da empresa e da CUT para que sejam consequentes na defesa da Trensurb pública e estatal. O SINDIMETRÔ deverá realizar um plano de lutas para enfrentar a assombração da privatização. Para tanto, é necessário reverter a terceirização, pois são estes setores (privados) que fragilizam a empresa.
Um episódio que deve ser repudiado
A Maria Silveira, metroviária, representante na Comissão Eleitoral do SINDIMETRÔ foi colocada num episódio constrangedor e abominável. Ela durante o processo eleitoral foi abordada de forma autoritária, machista e opressora por um experiente mesário da CUT. Ele afirmou que ela não deveria fazer parte da comissão porque estava na atual gestão. Maria explicou que fora eleita em assembleia e não estava concorrendo à reeleição por nenhuma das chapas. No entanto, o mesário não ficou satisfeito com a resposta e levou o “suposto problema” para o conjunto da comissão eleitoral. Em outras palavras, não reconheceu a explicação e os argumentos da Maria, que tinha os mesmos atributos de toda comissão eleitoral. Portanto, ficou demonstrado o desrespeito com uma mulher, negra e jovem, que representava a comissão e que já lhe havia oferecido explicações. Ademais, o questionamento não deveria ser realizado por nenhum mesário, que sequer eram da categoria. Maria lhe respondeu por educação. Portanto, condenamos e repudiamos o ato realizado pelo militante da CUT. Deixamos aqui registrado toda nossa solidariedade à Maria Silveira, nossa companheira Mariazinha!