Uma semana de lutas importantes
Nesta semana, duas lutas são centrais: a greve contra as privatizações da SABESP, do Metrô e da CPTM em São Paulo; e a solidariedade à causa palestina
O ano caminha para seu final. Os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros sofrem com a crise ambiental, as dívidas e os ataques às categorias, contando os dias para as festas de fim de ano. Antes disso, contudo, existem lutas e processos que pautam a agenda política. Duas delas, em curso, são centrais, exemplares e merecem nosso apoio, atenção e solidariedade: a luta contra a privatização da SABESP, do Metrô e da CPTM em São Paulo; e a solidariedade à causa palestina.
Trata-se de uma luta política e ideológica, como mostra a vizinha Argentina, onde o reacionário Javier Milei une as duas pautas para dar base programática a seu governo de extrema-direita: é vanguarda no apoio a Netanyahu e sua principal bandeira é “privatizar tudo”. O calendário de lutas tem na próxima semana um importante calendário envolvendo essas lutas.
Dia 28: São Paulo vai parar contra as privatizações
Encabeçada pelos sindicatos que representam as categorias centrais como SABESP, Metrô, CPTM, Fundação Casa e professores estaduais, a jornada de greve unificada no estado de São Paulo se fortalece. Na próxima terça (28), os trabalhadores realizarão um dia de luta, com greves e manifestações em todo estado, tendo como epicentro a greve do metrô na maior cidade do país.
A jornada do dia 28 promete superar a greve de 3 de outubro, que pautou politicamente a conjuntura de São Paulo. Em seguida, houve um ataque importante à organização dos trabalhadores do metrô, com a demissão de 7 lideranças da categoria, o encaminhamento para a ALESP da privatização da SABESP, a crise da ENEL – que resultou na queda do seu presidente – e a reta final de mobilizações. Tudo indica que a greve terá força e pode se converter num pronunciamento geral contra a linha de Tarcísio de Freitas, inclusive colocando a hipótese de obstruir a venda da SABESP, aproveitando as contradições do próprio parlamento.
Uma vitória em São Paulo, como já escrevemos antes, teria impacto sobre todo país. Estamos diante de um ciclo duro de enfrentamentos, em toda linha. O governo federal não afrouxa a linha fiscalista; patrões buscam demitir como a tentativa frustrada no ramo metalúrgico; ou na demissão de trabalhadores do Hospital de Cardiologia em Porto Alegre. Em Minas Gerais, segue a campanha contra o ajuste de Romeu Zema e o funcionalismo público federal também se mobiliza.
Dia 29: a solidariedade nos une, Palestina livre!
Ainda nesta semana, na quarta-feira (29), os comitês de solidariedade à Palestina em todo o mundo preparam um dia unitário de marchas e manifestações. A data é alusiva ao dia internacional de solidariedade ao povo palestino no âmbito internacional. No Brasil, estão organizadas concentrações em diversas capitais, como Natal, Rio de Janeiro, Curitiba, Manaus, além das duas cidades onde tem se reunido um maior número de manifestantes, Porto Alegre e São Paulo, vanguarda na recente luta contra a agressão à Gaza.
A data se insere no contexto de impasse, em que cresce o clamor mundial para parar o genocídio, unindo artistas, intelectuais, movimento operário, juventude, entre inúmeros setores para pedir o imediato cessar-fogo. O impasse segue, após os primeiros passos da troca de reféns entre Hamas, Israel, mediada pelo Catar e pelos Estados Unidos. A chamada trégua humanitária não evita a escalada do genocídio, mas obriga o mundo inteiro a ecoar ainda mais alto a bandeira de parar a agressão.
No Brasil, Lula precisa passar das palavras aos atos: é insustentável manter as relações com o Estado de Israel, enquanto segue massacrando o povo palestino; bem como aceitar no Brasil o atual embaixador que segue articulado com a oposição golpista e o bolsonarismo para sabotar a diplomacia brasileira. O novo e imediato passo a ser dado é a ruptura de relações comerciais e diplomáticas. Com essa compreensão, a militância do MES estará com centralidade nas lutas dessa semana em todo o Brasil.