Não nos intimidarão! Contra as ameaças de Bolsonaro! Em defesa de Glenn Greenwald!
Diante das ameaças à liberdade de expressão e de imprensa, é preciso cerrar fileiras em defesa de Glenn Greenwald.
O governo entra em campo para intimidar opositores. Para aprovar seu plano antipopular, que prevê a liquidação da educação pública, a venda das estatais estratégicas, além de consolidar o ataque às aposentadorias, Bolsonaro e seu entorno mais direto partem para ameaças autoritárias. A mais grave foi a declaração, que fere qualquer princípio de liberdade democrática, ameaçando prender ou deportar Glenn Greenwald.
Após semanas de revelações pela imprensa das manipulações dos procuradores encabeçados por Deltan Dallagnol e de Sergio Moro, o governo atua de forma autoritária para constranger e confundir a opinião pública. O caso dos “hackers de Araraquara” beira ao ridículo, mas na verdade é gravíssimo. Moro e Bolsonaro querem construir uma versão dos fatos que livre o ministro da Justiça de questionamentos sobre suas práticas reveladas pelos vazamentos, apelando para uma escalada de medidas autoritárias. Moro, além disso, editou na mesma semana da operação policial a “portaria 666”, que permite deportar rapidamente estrangeiros que “atentem contra os princípios da Constituição”. Trata-se de uma clara ameaça a Glenn Greenwald e à imprensa que tem divulgado os vazamentos das conversas entre Moro, Dallagnol e procuradores que atuaram na força-tarefa da Lava Jato.
Os contatos de Sergio Moro a diversos parlamentares e juízes para “alertá-los” de que seus celulares foram objeto de invasão mostram a disposição do ministro de chantagear autoridades, forçando-as a silenciar diante das revelações contra sua atuação como juiz. Ao mesmo tempo, sua afirmação de que as provas coletadas na operação contra os “hackers” seriam destruídas mostra como Moro extrapola suas funções, imiscuindo-se no trabalho de investigação da Polícia Federal e nas decisões judiciais, num caso em que é parte diretamente interessada.
Com a aprovação da reforma da previdência em primeiro turno na Câmara, Bolsonaro parece ter decidido dar um passo adiante em seus ataques às liberdades democráticas e a todos os que lhe façam oposição. Após a ameaça de censurar ou fechar a Ancine e de suas ofensas contra o povo nordestino, Bolsonaro declarou de forma repugnante que poderia contar ao presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, como seu pai, Fernando Santa Cruz, foi assassinado pela ditadura. Trata-se de uma canalhice inominável, que deve alertar todas as forças democráticas do país a cerrar fileiras contra o governo de Bolsonaro.
É preciso resistir, apoiando Glenn Greenwald das ameaças de Bolsonaro e de Sergio Moro, e organizando a luta contra este governo, que ataca as liberdades fundamentais, a ciência, os direitos dos trabalhadores, a população indígena e o meio ambiente. É hora de cerrar fileiras com a juventude que ocupará as ruas do país em 13 de agosto contra os ataques à educação.
Um governo autoritário, racista, xenófobo e preconceituoso
O roteiro da escalada autoritária do governo inclui uma combinação entre perseguição política, como se vê de forma flagrante contra Greenwald, mas também a intimidação a movimentos sociais, como se viu na presença de homens fardados filmando a intervenção de Sidarta Ribeiro, professor da UFRN, em exposição sobre os cortes orçamentários na educação e ciência na reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), além da invasão, por policiais da Polícia Rodoviária Federal, de uma reunião no Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Amazonas (Sinteam) para inquirir os presentes sobre um ato que organizavam durante visita de Bolsonaro a Manaus.
Esse clima repressivo deixa os setores mafiosos da extrema-direira à vontade para atacar com armas em punho. Milicianos da cidade e do campo atuam para assassinar e amedrontar lideranças populares. O caso mais grave ocorreu neste fim de semana no Amapá. Estimulados pelas declarações de Bolsonaro de que permitirá atividades de mineração e garimpo em terras indígenas, capangas armados invadiram a terra indígena Waiãpi, assassinaram um cacique, ocuparam a aldeia e expulsaram os moradores.
É preciso parar já essa escalada. O autoritarismo, as ameaças e os casos de violências assistidos no país desde a campanha eleitoral tem uma fonte: Jair Bolsonaro. Suas declarações imundas, racistas e autoritárias são uma ofensa ao povo brasileiro. As ações de seu governo atacam diariamente direitos e liberdades democráticas.
Este é um governo autoritário, antinacional e antipopular que pretende realizar uma guerra contra os mais pobres para ampliar os ganhos dos bilionários, dos bancos, do agronegócio e do capital transnacional. Não por acaso, a canalhice presidencial chegou ao ponto de ofender, com declarações preconceituosas, os mais de 50 milhões de brasileiros que vivem no Nordeste, a origem primeira de nossa identidade nacional e local de nascimento de dezenas de milhões de trabalhadores de todo o país. Ao humilhar os nordestinos, Bolsonaro deixa claro seu ódio e desprezo pela classe trabalhadora brasileira, que certamente jamais se esquecerá da ofensa.
Unidade de ação ampla para impedir as ameaças autoritárias
Diante das ameaças à liberdade de expressão e de imprensa, é preciso cerrar fileiras em defesa de Glenn Greenwald. É preciso iniciar uma campanha ampla com todos que estejam dispostos a defender os direitos democráticos. Um passo importante foi tomado pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), que convocou um ato politico no Rio de Janeiro nesta terça-feira 30 de julho, para o qual já confirmaram presença dezenas de artistas e jornalistas. É preciso também ocupar as ruas, construindo um grande dia de lutas em defesa da educação e contra Bolsonaro em 13 de agosto, que se somará à marchas das mulheres indígenas e à marcha das mulheres negras. Basta dos ataques de Bolsonaro e de seu governo imundo!