Clipping semanal da Fundação Lauro Campos 07/08 – 14/08
Reproduzimos material organizado pelo Observatório Internacional da Fundação Lauro Campos sobre as principais notícias do mundo da segunda semana de agosto.
Na presente edição do Clipping Semanal, o destaque fica por conta da saída às ruas da extrema-direita estadunidense, no último sábado, que vitimou fatalmente uma militante antirracista. A absurda manifestação dos supremacistas brancos fez reacender o debate racial no país de Donald Trump, o qual demorou para condenar os grupos neo-nazistas por trás dos incidentes de Charlottesvile, na Virgínia.
Outro ponto de tensão durante a semana que passou foi a troca de ameaças de ataques nuclerares entre o ocupante da Casa Branca e o líder norte-coreano Kim Jong-un que se somaram à preocupante declaração de Trump de que não descarta invadir militarmente a Venezuela de Nicolás Maduro – a intimidação ianque foi rechaçada pela maioria dos países sul-americanos.
O Clipping Semanal traz, além disso, as coberturas das crises políticas na África do Sul e em Israel, as primárias PASO na Argentina, a reforma da previdência no Chile, o envolvimento de Keiko Fujimori com o esquema da Odebrecht, as turbulentas eleições no Quênia e em Ruanda, a resposta do Irã aos EUA e a trágica situação dos refugiados na Europa.
Na segunda metade deste trabalho, realçamos a Convenção dos Democratics Socialists of America (DSA) em Chicago, onde o PSOL esteve representado ao lado do Podemos da Espanha, o Bloco de Esquerda de Portugal, o Momentum britânico e La France Insoumise. Trata-se da maior congregação de socialistas estadunidenses desde a II Guerra Mundial, na esteira do processo aberto pela candidatura de Bernie Sanders nas primárias democratas. Mais uma vez, selecionamos também diferentes posições sobre a situação venezuelana.
O Observatório Internacional da Fundação Lauro Campos deseja a todos os seus leitores uma semana de intensos avanços na luta revolucionária mundial
Artigos e notícias da imprensa internacional
Supremacistas brancos saem às ruas de pequena cidade da Virgínia; Trump demora para condenar extrema-direita
NY Times (13/08): “Um guia para a cobertura da violência em Charlottesville” (inglês)
“Se você está apenas se aproximando dos eventos do fim de semana em Charlottesville, Virginia, ou está sobrecarregado com o volume de notícias, aqui está uma visão geral da cobertura do New York Times. (…) Os nacionalistas brancos reuniram-se no sábado para uma marcha “Unir a Direita” em Charlottesville, onde encontraram manifestantes contrários. Provocações viraram empurrões, que se intensificaram em brigas. Então, por volta das 13:45, um carro foi jogado contra um grupo de manifestantes antirracistas. Uma pessoa morreu: Heather D. Heyer, de 32 anos, uma funcionária da Justiça de Charlottesville que “foi uma defensor apaixonada dos desprotegidos e foi muitas vezes abatida pelas injustiças do mundo”. Dois soldados estaduais também morreram no sábado. O tenente H. Jay Cullen e o soldado Berke M. M. Bates estiveram em um helicóptero que circulava por Charlottesville, monitorando as manifestações, quando o helicóptero caiu e explodiu em chamas.”
link em inglês: http://goo.gl/PvqhFR
NY Times (13/08): “Um encontro da extrema-direita explode em confrontos”, por Hawes Spencer
“Uma manifestação nacionalista branca em Charlottesville, Virgínia, tornou-se uma cena de constante fluxo de projéteis enquanto os participantes brigavam com manifestantes de uma marcha contrária. Inicialmente, o ambiente estava calmo. Cornel West, professor de Harvard, estava de braços dados com cerca de 20 clérigos, que haviam caminhado para o parque a partir do nascer do sol em uma igreja em grande parte afro-americana para contra-protestar a manifestação por neo-nazistas e supremacistas brancos. Tom Perriello, ex-congressista e pré-candidato a governador, também estava para se opor à manifestação. Mas então as brigas estouraram. Os manifestantes começaram a golpear uns aos outros, jogando garrafas de água e balões cheios de urina – alguns dos quais atingiram repórteres – e batendo uns com os outros com mastros, paus e armas improvisadas. Em pouco tempo, o centro da cidade era um ataque corpo a corpo. As pessoas estavam curvando-se e cobrindo com um constante fluxo de projéteis passando pelos nossos rostos, e o ar estava cheio de sons de punhos e paus contra a carne.”
LINK (em inglês): goo.gl/ozRQq3
Editorial do NY Times (13/08): “O ódio do qual ele ousa não falar”
“Após o ataque, e antes de falar, o Sr. Trump teria consultado conselheiros. Eles disseram a ele para condenar os nacionalistas brancos que fomentaram a violência. Ele não fez. Em vez disso, ele falou de uma “exibição flagrante de ódio, fanatismo e violência que está em muitos lados”. O Sr. Trump está sozinho na história presidencial moderna em sua disposição de convocar demônios de intolerância e intolerância em serviço para si mesmo. Ele começou sua carreira política em uma mentira sobre a cidadania do presidente Barack Obama e não conseguiu condenar firmemente as palavras e os atos dos supremacistas brancos, dos neonazistas, dos líderes do Ku Klux Klan e de outros fanáticos que se reuniram atrás dele. Algumas dessas pessoas, incluindo David Duke, o antigo mago imperial de Klan, e Richard Spencer, autodidata teórico da extrema-direita, faziam parte das referências exaltadas pelos fanáticos em Charlottesville.”
LINK (em inglês): goo.gl/zs1Asv
Editorial do The Guardian (13/08): “Trump e racismo: uma falha moral que envergonha a América”
“Nenhum presidente anterior dos EUA, nos tempos modernos, teria deixado de condenar os nacionalistas brancos do país. Trump falhou. É difícil acreditar que a omissão foi um descuido e difícil tratá-lo apenas como uma lembrança do despreparo do Sr. Trump para a presidência. A apreensão é de que a falha do Sr. Trump tenha sido deliberada tanto que até a Casa Branca ficou inquieta com a reação. A preocupação é que ele reconhece que sua eleição empodera brancos irritados, incluindo aqueles que se descrevem como “alt-right”, mas que devem ser chamados de “supremacistas brancos”. A esperança é que este momento desonesto e moralmente vergonhoso irá definir o Sr. Trump para americanos suficientemente dignos, fazendo com que ele não receba confiança novamente. Infelizmente, a evidência da América moderna dá poucas razões para otimismo.”
LINK (em inglês): goo.gl/zYJaKE
NY TIMES (14/08): “Trump condena a violência em Charlottesville e chama o racismo de ‘mal’”
“O presidente Trump se curvou à pressão esmagadora para que ele condenasse supremacistas brancos que incitaram manifestações em Charlottesville, Virgínia, durante o fim de semana. Discursando na Casa Branca, nesta segunda-feira, Trump afirmou que ‘a KKK, os neo-nazis, os supremacistas brancos e outros grupos de ódio são repugnantes para todos nós que amamos ser americanos’. As tensões chegaram a um ponto de ebulição no início da segunda-feira, depois que o presidente atacou o chefe dos produtos farmacêuticos da Merck, que é negro, por ter deixado um conselho consultivo.”
LINK (em inglês): goo.gl/uU2bHX
El País (13/08): “O ápice da extrema-direita caminha lado a lado com Trump”
“A marcha dos supremacistas de Charlottesville na sexta-feira tinha por objetivo protestar contra a decisão da Prefeitura — impedida pela justiça — de retirar uma estátua de Robert E. Lee (1807-1870), general do Exército Confederado durante a Guerra Civil. Alguns consideram a peça uma homenagem ao passado escravista a ser apagado, e outros, uma peça de história a ser respeitada. O conflito em si mostra as feridas ainda abertas de um país em que negros e brancos continuam separados por enormes barreiras socioeconômicas. (…) A declaração de Trump depois do ocorrido deixou silêncios tão eloquentes que um porta-voz da Casa Branca teve de se apresentar para esclarecer que sua rejeição à violência também incluía os neonazistas, os membros da KKK e os demais extremistas representados na manifestação. O prefeito de Charlottesville, o democrata Mike Signer, não só criticou a mornidão do presidente — “foi um ato de terrorismo no qual se usou um carro como arma”, disse à rede NBC; “cabe ao presidente Trump dizer que basta”, acrescentou — como também lhe apontou o dedo. O prefeito acusou o republicano de estimular os grupos racistas. “Olhem a campanha eleitoral que fez”, disse.”
LINK (em português): goo.gl/yxmE4a
Trump e a Coreia do Norte trocam ameaças
Público.pt (10/08): “Coreia do Norte colocou Guam na mira. Por quê?”
“Nos últimos dias assistiu-se a uma escalada de tensão como há muito não se via nas já complicadas e conflituosas relações entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos. Depois da reação de Pyongyang às sanções da ONU, o Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que se a Coreia do Norte voltar a ameaçar os EUA será brindada com “fogo e fúria como o mundo nunca viu”. Horas depois, o regime de Kim Jong-un respondeu, garantindo estar a preparar um plano para atacar Guam, a pequena ilha no Pacífico sob jurisdição norte-americana. A importância estratégica deste território, que serviu de base para uma história sangrenta, pode explicar o interesse e a razão pela qual é utilizada como ameaça por parte dos norte-coreanos.”
LINK (em português): goo.gl/qx8ZLg
Washington Post (13/08): “Funcionários minimizam a ideia de que a guerra nuclear com a Coreia do Norte é iminente”
“Depois de uma semana de linguagem incendiária do presidente Trump e do líder norte-coreano Kim Jong Un, os funcionários do governo no domingo tentaram diminuir os temores de que as duas nações estejam à beira de uma guerra nuclear. Os funcionários proclamaram a calma, numa mensagem dirigida tanto para a Coréia do Norte quanto para os americanos, em um esforço concertado para ser mais cauteloso na linguagem que eles usam sobre a nação nuclear e não escalar uma situação já perigosa. “Um ataque da Coréia do Norte não é algo que seja iminente”, disse o diretor da CIA, Mike Pompeo, no “Face the Nation” da CBS.”
LINK (em inglês): goo.gl/9ASV2F
Editorial do The Observer (13/08): “Coreia do Norte e o papel da ONU”
“A retórica de Trump é um perigo para o mundo. As autoridades superiores devem agir. Trump precisa atender ao conselho de Xi e a da alemã Angela Merkel, falando pela Europa, de interromper os xingamentos e ameaças tolas e oferecer um gesto de boa vontade – cancelando os exercícios militares desnecessariamente provocativos deste mês. Se Trump não faz, os adultos em Washington devem chamar sua atenção. Para o bem de todos os coreanos e do mundo em geral, é hora de terminar a conversa sobre a guerra e relançar um processo de negociação diplomática sob os auspícios da ONU.”
LINK (em inglês): goo.gl/xMjvSS
G1 (14/08): “China cumpre sanções impostas pela ONU e suspende importações da Coreia do Norte”
“A China, principal apoio econômico de Pyongyang, anunciou nesta segunda-feira (14) a suspensão das importações de ferro, chumbo, minérios dos dois metais e produtos marítimos procedentes da Coreia do Norte, em aplicação às sanções decididas pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidos (ONU). (…) O anúncio acontece após o presidente da China, Xi Jinping, ter conversado por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no fim de semana. Trump criticou em várias ocasiões a China, o principal aliado da Coreia do Norte, por “não fazer nada” para resolver o problema provocado pelos testes balísticos norte-coreanos. Pyongyang, que já manifestou seu descontentamento com Pequim por apoiar as sanções, não comentou a decisão.”
LINK (em português): goo.gl/jnyJez
Trump ameaça invadir Venezuela
NY Times (11/08): “Trump alarma a Venezuela ao falar de opção militar”
“O comentário do presidente Trump na sexta-feira de que ele não descarta uma “opção militar” para reprimir o caos na Venezuela desencadeou um duelo diplomático de fim de noite, com o ministro da Defesa acusando o Sr. Trump de “um ato de loucura” e da Casa Branca, dizendo que desligou uma ligação do presidente da Venezuela. “É um ato de extremismo supremo”, disse o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, na sexta-feira, em Caracas, a capital. “Como nosso ministro da defesa e um cidadão venezuelano”, ele acrescentou, “eu digo que é um ato de loucura”.”
LINK (em inglês): goo.gl/QuuJCc
DW (13/08): “América Latina rechaça em peso ameaça de Trump à Venezuela”
“As declarações em tom de ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que uma ação militar seria uma opção para a crise na Venezuela foi recebida com rechaço por países latino-americanos – ainda que sem citar diretamente Washington. Na sexta-feira, de férias em seu campo de golfe em Nova Jersey, Trump disse que os EUA têm várias opções para a Venezuela, incluindo a militar. “Temos tropas em todo o mundo, em lugares muito distantes. A Venezuela não é muito distante, e as pessoas estão sofrendo e morrendo.” Em nota divulgada pelo Itamaraty e assinada pelos demais países do Mercosul (Paraguai, Uruguai e Argentina), o Brasil reafirmou que os únicos instrumentos aceitáveis para a promoção da democracia são o diálogo e a diplomacia.”
LINK (em português): goo.gl/MYrrAU
El País (14/08): “Vice-presidente dos EUA baixa tom usado por Trump sobre intervenção militar na Venezuela”
“Na América Latina, Mike Pence faz discurso conciliador, mas não se afasta da doutrina de seu chefe. O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, iniciou seu giro pela América Latina neste domingo na Colômbia rebaixando o tom belicista com que Donald Trump se referiu à crise da Venezuela. “O presidente me enviou aqui para continuar buscando o apoio da América Latina e alcançar a restauração pacífica da democracia na Venezuela”, declarou após uma reunião com o presidente Juan Manuel Santos. “Os amigos têm que dizer as verdades, expressei ao vice-presidente Pence que a possibilidade de uma intervenção militar não deve ser contemplada”, respondeu o líder colombiano. “Nem a Colômbia nem a América Latina, do Rio Grande à Patagônia, poderiam estar de acordo. A América é um continente de paz. Vamos mantê-lo assim.”
LINK (em português): goo.gl/7Z4zPG
El Mundo (09/08): “Nicolás Maduro faz negócios petroleiros com um envolvido no caso ‘Gurtel’”
“O governo venezuelano aprova a constituição de uma empresa mista com Ramón Blanco Balín, suposto lavador de dinheiro de Francisco Correa Sanchez, para explorar uma bacia de petróleo cru. A autorização foi feita pelo Tribunal Supremo, controlado pelo presidente, ante a situação da Assembleia Nacional”
LINK (em espanhol): goo.gl/YfRXMn
BBC (12/08): “A Assembleia Constituinte decreta adiantar as eleições regionais na Venezuela para “consolidar a paz” “
“A Assembleia Constituinte da Venezuela deu uma nova mostra de seu poder absoluto ao decretar neste sábado o adiantamento das eleições regionais, que estavam previstas para 10 de dezembro. O suprapoder eleito em 30 de julho e instalado há uma semana aprovou por unanimidade que as eleições de gobernadores sejam celebradas em outubro ao invés de 10 de dezembro, como havia anunciado o Conselho Nacional Eleitoral, que agora deverá fixar a data concreta. Os governadores têm seu mandato constitucional vencido desde dezembro do ano passado, quando deveriam ter celebrado as eleições.”
LINK (em português): goo.gl/tQrFyC
Realização das primárias na Argentina
El País (14/08): “Macri domina as primárias, porém Kirchner empata em Buenos Aires”, por Carlos Cué
“O Governo consegue um grande resultado nas Eleições PASO 2017 em todo o país, porém não ganha em Buenos Aires, ponto-chave. (…) A eleição real é 22 de outubro. Mas a chave era a guerra psicológica. E a ganhou claramente Macri antes da meia-noite. Os kirchneristas trataram de empatá-la de madrugada, mas já não era fácil. A realidade é que olhados os resultados globais, os candidatos de Macri obtiveram importantes triunfos sobre o peronismo em distritos-chave como a cidade de Buenos Aires, onde alcança quase 50% dos votos, Córdoba, Mendoza e inclusive em Santa Cruz, bastião histórico do kirchnerismo, o que consolida seu poder. Sem a cereja da província de Buenos Aires, a vitória não era total, mas sim importante. Terá que esperar outubro para ver o resultado definitivo.”
LINK (em espanhol): goo.gl/CqYhyB
Terra (14/08): “Governista e Kirchner empatam em polêmica primária argentina”
“A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner estava empatada com o candidato do governo do atual presidente Mauricio Macri com quase 100% dos votos apurados, em uma eleição primária para o Senado vista como um teste para um possível retorno da esquerda e o fim da agenda reformista de Macri. Com 95,58% dos votos da província de Buenos Aires –que abriga quase 40% do eleitorado argentino– apurados, a coalizão liderada pelo ex-ministro da Educação de Macri Esteban Bullrich tinha 34,19%, enquanto Cristina tinha 34,11%, na madrugada desta segunda-feira. Nunca houve dúvidas de que Cristina –que concorreu sem oposições dentro de seu próprio partido– se candidataria ao Senado na eleição do dia 22 de outubro, mas muitos investidores temiam que um resultado forte da ex-presidente poderia enfraquecer Macri e preparar o caminho para o retorno de Cristina à Presidência em 2019. O peso argentino havia caído cerca de 9% desde que Cristina formou um novo partido político e declarou sua candidatura no dia 24 de junho. Cristina Kirchner foi presidente de 2007 a 2015 e foi indiciada por corrupção no último ano.”
LINK (em português): goo.gl/ssA8bx
Reforma da previdência no Chile
Pagina 12 (12/08): “Bachelet apresenta reforma para mudar o sistema privado de aposentadoria por um misto”
“A presidenta do Chile, Michelle Bachelet, apresentou ao Congresso três projetos de lei de reforma do sistema de aposentadorias imposto durante a ditadura de Augusto Pinochet. Sua finalidade é aumentar gradualmente em seis anos o aporte patronal de 10 a 15 por cento e deixa esses fundos nas mãos do Estado e não das Administradoras de Fundos de Pensão (AFP) privadas, com a ideia de aumentar em 20% o montante que receberão os aposentados”.
LINK (em espanhol): goo.gl/1gjkkQ
Vínculos da Odebrecht com Keiko Fujimori
ABC.es (12/08): “A procuradoria do Peru confirma que a Odebrecht realizou doações para a campanha de Keiko Fujimori”
“O procurador peruano, Alonso Peña Cabrera confirmou que Marcelo Odebrecht realizou doações à campanha de Keiko Fujimori em 2011 e que como prova disso, figura a anotação nos cadernos do próprio Odebrecht:«aumentar 500 para Keiko e fazer uma visita». Até o momento, o caso Lava Jato no Peru causou a investigação e a ordem de detenção dos ex-presidentes Alejandro Toledo (2001-06) e Ollanta Humala (2011-16), que está preso desde julho passado”.
LINK (em espanhol): goo.gl/u2CLDz
Campanha eleitoral na Alemanha
Telegraph.co (13/08): “Eleição alemã: pesquisas e probabilidade de Merkel conseguir seu quarto mandato como chanceler”
“As eleições alemãs entraram em um último mês de campanha antes que o país elege um novo Bundestag em 24 de setembro, com a chanceler Angela Merkel defendendo sua posição contra Martin Schulz por um quarto mandato no poder. Atualmente, as pesquisas mostram que o partido da União Democrata Cristã (CDU) de Merkel – com sua partido irmão bávaro, a União Social Cristã (CSU) – será o maior partido depois das eleições, mas não terá a maioria. Isso é comum na Alemanha e, portanto, o parlamento resultante é em parte determinado pela forma como os partidos menores se aliam e pelas possibilidades da coalizão que nascerá.”
LINK (em inglês): goo.gl/iD3TjB
Refugiados na União Europeia
El País (10/08): “UE retoma devolução de refugiados à Grécia”
“A União Europeia, com a Alemanha à frente, se dispõe a reativar na Grécia uma das normas mais questionadas do Tratado de Dublin, o qual estabelece os critérios e mecanismos de asilo na UE: a devolulação de solicitantes de asilo ao país de chegada. A pouco mais de um mês das eleições gerais nas quais a crise imigratória tem se revelado o tema primordial em campanha, Berlim pretende devolver à Grécia os que chegaram nos últimos cinco meses, para que tramitem o asilo no país pelo qual entraram na União Europeia, como estipula o Tratado de Dublin. A decisão não compete somente à Alemanha; outros membros da UE começaram também a solicitar o retorno, em virtude de uma recomendação da Comissão Europeia, que em dezembro propôs aos países-membros a devolução gradual dos imigrantes irregulares chegados desde 15 de março deste ano”.
LINK (em espanhol): goo.gl/mGy8ff
Repercussões do Brexit
Independent.co (13/08): “Primeira deputada conservadora ameaça deixar partido se Theresa May levar adiante um Brexit duro”
“Anna Soubry tornou-se a primeira deputada conservadora a ameaçar abandonar o partido se Theresa May avança com um duro Brexit. A ex-ministra advertiu que o partido Tory se separaria se a primeira-ministra não estivesse “preparada para enfrentar os ideólogos” em seu gabinete cujas políticas trariam a ruína econômica. Se isso acontecesse, disse Soubry, era possível que ela passasse a trabalhar com “pessoas de mentalidade semelhante que querem salvar nosso país de um destino tão assustador”.”
LINK (em inglês): goo.gl/CxF7kP
The Guardian (11/08): “Dois ministros estariam interessados na ideia de um novo partido anti-Brexit”
“Um ex-assessor de David Davis e George Osborne afirma que dois ministros do gabinete têm manifestado interesse em sua idéia de formar um partido centrista destinado a bloquear Brexit. James Chapman intensificou sua campanha on-line para um grupo proposto de “democratas” que ele montou durante as férias na Grécia, dizendo que Brexit sinalizou o desaparecimento dos conservadores. Alguns ministros atuais e antigos entraram em contato com Chapman depois que ele publicou uma série de tweets provocativos nesta semana, Chapman disse ao programa Today da BBC Radio 4.”
LINK (em inglês): goo.gl/PLBguW
Investigações contra Netanyahu
Folha de S.Paulo (12/08): “Justiça aperta o cerco contra premiê de Israel, que é alvo de delação de aliado”
“Um obscuro confidente de Binyamin Netanyahu —que enfrenta investigações em casos de corrupção, fraude e quebra de confiança— pode ser o pivô da queda do primeiro-ministro israelense, no poder desde 2009. O consultor político Ari Harow, ex-chefe de gabinete do premiê, assinou um acordo de delação premiada com a promotoria pública israelense pelo qual promete revelar os detalhes que Netanyahu gostaria que permanecessem às escuras e que podem levá-lo até mesmo para a cadeia. Se, até 4 de agosto —dia da assinatura do acordo—, Netanyahu parecia confiante de que as investigações não dariam em nada “porque não há nada” (palavras dele), o envolvimento de Ari Harow é um divisor de águas. Um indiciamento parece ser apenas questão de tempo. Por lei, Netanyahu não precisa renunciar caso seja indiciado. Mas a pressão pública e precedentes talvez o levem a isso. Segundo pesquisa divulgada na quinta-feira (10), 69% dos entrevistados afirmaram que o premiê deve deixar o cargo se for indiciado. E mais: 67% não acreditam em sua inocência.”
LINK (em português): goo.gl/LMWTLf
Atritos dos EUA com Irão
G1 (13/08): “Irã aprova sanções contra os EUA e mais dinheiro para progama de defesa militar”
“Parlamento do Irã aprovou neste domingo (13) por unanimidade um projeto de lei que contém um plano de contramedidas para se opor às sanções dos Estados Unidos, incluindo um reforço de US$ 500 milhões para o programa defensivo militar do país. Em uma esperada sessão, os deputados ratificaram o projeto com 240 votos a favor e uma abstenção, segundo a página oficial do Parlamento iraniano. Metade dos citados US$ 500 milhões ser destinada às Forças Armadas para expandir o programa de mísseis, o motivo pelo qual Washington sancionou Teerã.”
LINK (em português): goo.gl/rGyARW
Editorial do New York Times (14/08): “Antes que você anule o acordo com o Irã”
“O Irã é muito grande para ser ignorado. E se Washington persegue a mudança de regime, como alguns funcionários parecem se inclinar, os riscos serão enormes. Este é um momento crucial para o Irã, à medida que os líderes revolucionários morrem e a competição se afunila entre os ‘linha-dura’ com uma ideologia islâmica anti-ocidental estrita e pragmatistas que apoiam o acordo nuclear e o envolvimento internacional. No balanço há uma população de 80 milhões, principalmente jovens, iranianos que, nos últimos anos, elegeram líderes relativamente moderados inclinados a uma reforma evolutiva. Como aconteceu com adversários como os russos e os chineses, os Estados Unidos podem fazer progressos envolvendo os iranianos e evitando o tipo de escalada que habilita os ‘linha-dura’.”
LINK (em inglês): goo.gl/w6ZrFK
Crise política na Áfriac do Sul
Editorial do The Guardian (08/08): “África do Sul: Zuma continua – mas a que custo?”
“O presidente sobreviveu a mais uma votação de confiança. Mas ele danificou seu partido, bem como seu país. O candidato oficialista a sucessão terá que responder pelo Sr. Zuma e a decisão do ANC de acompanhá-lo, por mais infeliz que seja, quando o eleitorado se pronunciar em 2019. Apesar do domínio continuado do partido, já está começando a ser atingido na urna . A oposição fará o seu melhor para garantir que ninguém se esqueça do voto de terça-feira. O resultado foi uma espécie de vitória para o Sr. Zuma. Mas ninguém poderia chamá-lo de uma vitória para o ANC.”
LINK (em inglês): goo.gl/gHvzye
Eleições no Quênia
Editorial do New York Times (13/08): “O real suspense no Quênia”
“A presidência foi uma das 1.880 posições que os 19 milhões de eleitores do Quênia preenchiam. Foi a corrida mais rigorosamente monitorada por causa da violência após as eleições presidenciais passadas, principalmente em 2007, quando mais de 1.300 pessoas morreram e centenas de milhares foram deslocadas. Desde então, o governo queniano fez mudanças admiráveis na Constituição, devolvendo poderes consideráveis a 47 municípios recém-criados, para que a corrida presidencial não fosse uma corrida de só um vencedor. Mas a identidade étnica ainda desempenha um papel importante na política do Quênia, com todos os presidentes, exceto um, desde a independência, incluindo Jomo Kenyatta, o primeiro presidente e pai do atual, vindo da tribo Kikuyu, a maior do país. (…) Tudo o que pode e deve ser verificado. Mas, entretanto, é imperativo que o Sr. Odinga inste fortemente seus seguidores a permanecerem calmos. Aos 72 anos, ele poderia pensar a idéia de que uma exibição de respeito pela nova Constituição seria um legado muito melhor do que outro espasmo sangrento de violência.”
LINK (em inglês): goo.gl/XfKEdw
Suspeitas de fraude nas eleições de Ruanda
Editorial do New York Times (11/08): “A democracia é o candidato perdedor de Rwanda”
“No mês passado, a Human Rights Watch publicou um relatório alarmante sobre as execuções sumárias de suspeitos de pequenos ladrões pelos militares, a polícia, as unidades de segurança e até mesmo civis ruandeses encorajados pelas autoridades locais. Ruanda sabe muito bem o que pode acontecer quando o Estado de Direito derruba e os cidadãos tomam a justiça em suas próprias mãos. Enquanto isso, os líderes mundiais também foram adulterados em amnésia voluntária sobre os assassinatos em massa de Hutus no Congo, em que as forças do Sr. Kagame foram implicadas depois que ele tomou o poder. Seus partidários para o exterior não fazem nada para o povo de Ruanda mantendo silêncio sobre o comportamento autoritário do Sr. Kagame, com os cidadãos temerosos de falar suas mentes, concorrerem a cargos políticos ou a negócios. Além do que o país está fazendo, o lado sombrio da história de sucesso do Sr. Kagame torna Rwanda um anti-modelo para o mundo em desenvolvimento.”
LINK (em inglês): goo.gl/6Vg59n
Artigos e debates da esquerda mundial
Convenção do DSA nos Estados Unidos
Portal de la Izquierda (12/08): “Os punhos se levantaram na maior reunião socialista desde a Segunda Guerra Mundial”, por Pedro Fuentes e Mari Riscali
“O DSA é o partido anticapitalista e socialista que mais cresceu em seis meses. Passou de 8000 para 25000 militantes. Tivemos a responsabilidade de participar como militantes do PSOL na convenção do DSA que durou quatro dias. Fomos junto com Momentum de Jeremy Corbyn, Bloco de Esquerda de Portugal, Insoumise de Mélenchon e Podemos da Espanha, as organizações internacionalistas convidadas.”
LINK (em português): goo.gl/b8y6tF
Violência em Charlottesville
DSA (13/08): “Declaração do DSA sobre a violência nazista em Charlottesville”
“Os eventos de ontem em Charlottesville, Virgínia, são um lembrete de que devemos lutar pelo socialismo ou sucumbir à barbárie da supremacia branca. Condenamos, nos termos mais fortes possíveis, o ataque terrorista da supremacia branca, racista e antisemita a nossos companheiros no DSA, o ISO, IWW, Antifa e todos os outros que juntaram forças nas ruas de Charlottesville, Virgínia, ontem. O número final permanece desconhecido. No entanto, os últimos relatórios sugerem que pelo menos uma pessoa perdeu a vida e pelo menos 19 feridos. Dois membros da DSA foram hospitalizados e desde então foram de alta. Há relatos de que um camarada do ISO também foi ferido. Um camarada da Industrial Workers of the World perdeu a vida na linha de frente da batalha contra o fascismo.”
LINK (em inglês): goo.gl/WhqNW2
Sin Permiso (13/08): “Abaixo os monumentos dos confederados”, Derrick Morrison
“A longa luta para eliminar os monumentos pró-confederados reafirma as palavras da Constituição dos Estados Unidos, amplia os limites da democracia e em última instância é uma luta por uma democracia e uma república onde a discriminação por razões de raça, gênero, orientação sexual, crenças religiosas ou origem nacional não existem”.
LINK (em espanhol): goo.gl/n2byqW
Tensões entre EUA e Coreia do Norte
Sin Permiso (13/08): “Dossier da crise nuclear entre Donald Trump e Kim Jong-un”, textos de Mel Gurtov, Thomas Knapp, Richard Falk, David Krieger
“Até que esta estrutura nuclear não seja superada, é quase seguro que se seguirão produzindo crises no futuro. É temerário supor que as catástrofes nucleares podem ser evitadas indefinidamente sem abordar estes desafios mais profundos, que existem desde o ataque atômico original contra Hiroshima.”
LINK (em espanhol): goo.gl/G1QiW2
Crise política na África do Sul
Sin Permiso (13/08): “Jacob Zuma sobrevive à moção de censura, mas a custo da unidade da ANC”, por Stephen Grootes
“Em 8 de agosto Jacob Zuma sobreviveu a uma moção de censura no Parlamento. Apesar da confluência das forças de oposição a seu governo, tanto fora como dentro do Congresso Nacional Africano (ANC), Zuma segue sendo o Presidente da República da África do Sul. Tem razões para estar contente. Houve uma votação secreta e sobreviveu. Mas por debaixo, a história é muito mais complicada. Um grupo de deputados da ANC, que devem sua lealdade política, seus salários e suas carreiras ao Congreso Nacional Africano, se rebelaram contra a disciplina do partido. De certo modo, a votação de 8 de agosto parece só no começo de uma fase muito mais turbulenta do cenário político sul-africano.”
LINL (em espanhol): goo.gl/BLLTgd
Grande recessão mundial
Sin Permiso (13/08): “Dez anos do começo da Grande Recessão”, por Michael Roberts
“Depois de dez anos e uma fase de recuperação econômica longa mas decididamente muito débil do ‘ciclo econômico’, teremos outra crise logo? Assim parece sugerir a história. Não será provocada pela crise imobiliária, em minha opinião. Na maioria dos países os preços imobiliários ainda não recuperaram os níveis de 2007, apesar das baixas taxas de juros e os volumes das transações de moradias são modestos. A nova faísca é provável que seja o próprio setor industrial. A dívida corporativa segue aumentando em todo o mundo, especialmente nas chamadas economias emergentes”.
LINK (em espanhol): goo.gl/7c5qNZ
Venezuela
Aporrea.org (11/08): Gonzalo Gómez: “abriu-se uma discussão no chamado chavismo crítico” e “Marea não avaliza nenhum acordo com a MUD”
“Marea Socialista não aceitou o convite de conversar com a MUD, por discordar de qualquer intenção de “unidade política” ou “frente ampla” com a MUD, e destacou sua diferenciação com a oposição tradicional de direita como com o governo do PSUV e sua Constituinte, a qual considera ilegítima. Distanciou-se taxativamente dos propósitos e dos métodos da MUD e denunciou o aprofundamento da “viragem autoritária” do governo. Assinalou a necessidade de construir uma nova referência política alternativa, que canalize a expressão de setores sociais majoritários que não se identificam com nenhum dos fatores da polarização.”
LINK (em espanhol): goo.gl/mb6FGo
BBC Mundial (14/08): “Boaventura de Souza Santos: ‘por quê sigo defendendo a revolução bolivariana’ na Venezuela”
“O que está claro é que a Venezuela não é uma ditadura, porque se fosse uma ditadura não poderia se fazer o que a oposição está fazendo: queimando centros de saúde, queimando escolas, um helicóptero que bombardeia o Tribunal Supremo, a oposição na rua provocando todo tipo de problemas, de provocações”.
LINK (em espanhol): goo.gl/RvaxCd
Reforma da previdência no Chile
El Dínamo (11/08): “O governo perdeu uma oportunidade histórica, disse Luis Mesina (No+AFP)”
“A Presidenta, por clara intervenção do ministro da Fazenda, desperdiçou uma oportunidade histórica: pela primeira vez depois de 36 años o país, não um grupo de dirigentes, o país em sua grande maioria tem questionamento a esta indústria. O que se fez com esta proposta de reforma é deixar intacto o sistem, pois se lhe permite seguir mantendo um gigantesco fluxo ara as AFP, administrando-a com discrição”, acrescentou o dirigente”.
LINK (em espanhol): goo.gl/VsBmyK
(Material originalmente publicado pelo Observatório Internacional da Fundação Lauro Campos)