Os punhos se levantaram na maior reunião socialista desde a Segunda Guerra

Na convenção do DSA (Democratic Socialists of America) os norte-americanos cerraram seus punhos na maior reunião socialista desde a Segunda Guerra Mundial.

Mariana Riscali e Pedro Fuentes 12 ago 2017, 20:56

O DSA é o partido anticapitalista e socialista que mais cresceu em seis meses. Passou de 8000 para 25000 militantes. Tivemos a responsabilidade de participar como militantes do PSOL na convenção do DSA que durou quatro dias. Fomos junto com Momentum de Jeremy Corbyn, Bloco de Esquerda de Portugal, Insoumise de Mélenchon e Podemos da Espanha, as organizações internacionalistas convidadas.

Nossa participação não foi casual. O PSOL é um partido conhecido e reconhecido pela nova militância socialista que está surgindo nos EUA. Algumas viagens de militantes e a presença de Luciana Genro e Mariana Riscali no “Peoples Summit”, (Cúpula do Povo), que reuniu há dois meses cerca de 4000 participantes que votaram a candidatura de Sanders para 2020, a presença de oito representantes dos EUA, a presença de oito representantes dos EUA no acampamento internacional da juventude organizado pelo Juntos. Tudo isso contribuiu para abrir relações com o DSA.

Mas, para sentir e reconhecer a importância desta Convenção, mais importante que começar por nossas impressões é mostrar o impacto na imprensa do país da qual reproduzimos alguns parágrafos de alguns meios importantes.

The Nation

A América tem uma longa tradição socialista. DSA está revivendo essa tradição.

A militância da organização triplicou e uma nova pesquisa sugere que 37% dos adultos estadunidenses preferem agora o socialismo ao capitalismo.

Mil socialistas de todos os Estados Unidos se reuniram em Chicago no fim de semana para a convenção bianual dos Socialists Democratics of America. Um diretora nacional do DSA, Mary Svart, declarou: “O que estamos vendo hoje é histórico: a maior reunião dos socialistas democráticos numa era”.

Desde as eleições de 2016, Svart se compraz em informar que “dezenas de milhares de socialistas democráticos uniram-se para construir um futuro para este país no qual todos têm direito a um trabalho digno, um bom lar, uma educação universitária gratuita para seus filhos e a assistência de saúde para sua família. Durante anos, tivemos que consumir a esperança e a mudança prometida pelos políticos de Wall Street – agora estamos tomando o assunto com nossas próprias mãos”.

CNN

A política reacionária de Trump levantará os socialistas estadunidenses?

“Relegado durante décadas às fileiras de trás da vida política estadunidense, um socialismo ressurgente, defendido por figuras como o senador de Vermont, Bernie Sanders, está encorajando uma nova geração de ativistas e organizadores progressistas.

Ao longo de oito meses, começando com a vitória eleitoral do presidente Donald Trump e durante o começo caótico de sua administração, os socialistas democratas dos Estados Unidos viram um aumento massivo em sua base, de 8 000 em novembro para mais de 25 000 neste período em que o ocorre a convenção nacional em Chicago.

Os membros do DSA estavam na linha de frente da luta contra os planos republicanos para revisar o Obamacare, marchando amiúde junto aos manifestantes mais moderados em defesa da lei. E são uma parte importante da coalizão emergente em apoio de um sistema de saúde com um só pagador, o “Medicare para todos”. Porém, suas ambições são mais amplas, com planos para voltar a traçar os limites da influência do socialismo num país tradicionalmente hostil a movimentos similares”.

In These Times

O movimento socialista está se tornando mais jovem, graças a um homem de 75 anos de idade

Depois que os socialistas democráticos da América se converteram na maior organização socialista desde a Segunda Guerra Mundial, seus membros irromperam a cantar. Quando Marcus Barnett, organizador da plataforma da esquerda britânica Momentum, colocou-se de pé para se dirigir à maior atividade do DSA no sábado, a maioria dos quase 700 delegados levantaram-se e entoaram o nome do líder esquerdista do Labour Party.:

“-Oh, Jeremy Corbyn! Oh, Jeremy Corbyn! “. Cantaram, sob a melodia do “Seven Nations Army “do White Stripes. Bennett levantou o punho para o ar e cantou, deslumbrado que um canto de futebol britânico houvesse viajado todo o caminho até Chicago.

“Temos o nosso Bernie”, disse, referindo-se a Corbyn e ao senador Bernie Sanders. “Não percam a esperança.O tempo de vocês está próximo”.

DSA, fundada em 1982 para criar um ponto de apoio político para os marxistas, transformou-se numa ambiciosa força de esquerda. O número de membros cresceu durante a campanha presidencial de Sanders, e depois começou a ascender ainda mais no dia seguinte à eleição de Donald Trump naquilo que alguns membros do DSA chamaram de maneira jocosa de “baby boom socialista”.

Reddit

Os socialistas democráticos da América têm poder político real. O que farão com ele?

Os membros mais velhos da organização socialista foram surpreendidos ao ver a audiência massiva na convenção deste ano. Agora, precisam averiguar como aproveitaram tudo isso.

Em 1973, Jack Clark reuniu-se com cerca de 20 socialistas de ideias afins num hotel do Upper West Side de Nova York para decidir o que queriam fazer a respeito do quadro existente dos partidos socialistas na política americana.

Quarenta e quatro anos depois, ele estava sentado nas vigas da Universidade de Illinois, no fórum de Chicago, olhando para um piso de convenções cheio de mais de mil socialistas democráticos da América.

A organização sofreu um crescimento massivo desde a eleição presidencial de 2016, chegando a 25 000 membros nacionais, incluindo a afluência de jovens que se dedicam à organização e à política, em alguns casos, pela primeira vez em suas vidas.

Com esse crescimento, veio um desafio que muitos membros do DSA nunca haviam enfrentado anteriormente: o que fazer com a efetiva relevância e proeminência política.

“Há uma imensa energia positiva aqui, as pessoas se sentem bem em estar numa área com tantas outras pessoas”, disse Jack Clark, de 68 anos, o primeiro secretário nacional de imprensa do Comitê Organizador Socialista Democrático, disse ao Daily Beast. “Nenhum de nós esteve em um recinto com 700 socialistas democráticos ativos que representam milhares de pessoas que estão em suas casas. Creio que isso é simplesmente uma nova experiência para todos.”

O DSA tem raízes políticas na América, percorrendo todo o caminho de volta ao crescimento do movimento operário. Mas, no mundo pós-eleição de Trump, encontra-se mais envolvido e influente de que qualquer outro momento de sua história recente. O grupo está se organizando praticamente do zero, aplicando pressão nos políticos nacionais e locais, fazendo incursões políticas nos estados, tudo isso enquanto providencia uma saída separada e distante do tradicional sistema bipartidário.

Percorreu um longo caminho desde a sua fundação na década de 1970, quando Michael Harrington, ativista socialista e professor de ciência política em Nova York, serviu como presidente.

The Intercept

Democratic Socialists of America celebram recorde de membros em Chicago. E agora?

Traduzir o crescente sentimento anticapitalista no poder significa, pelo menos em parte, concorrer e ganhar o cargo eleito. Junto com o crescimento da DSA, muitos comitês locais tornaram a eleição de membros para os assentos locais uma prioridade.

Em South Fulton, Georgia, o membro do DSA Khalid Kamau foi eleito para vereador em Abril, tornando-se em um dos primeiros ativistas do Black Lives Matter a ser eleito para um cargo em todo país. Em Seattle, Jon Grant, respaldado pelo DSA, avançará para um segundo turno em novembro; ele construiu uma campanha impulsionada pelo povo ao organizar os sem-tetos de Seattle para desbloquear dezenas de milhares de dólares do fundo de campanha do programa de financiamento público da cidade. Os 2000 membros do DSA de New York City estão organizando uma guerra terrestre para eleger diversos candidatos no conselho local. Em Minneapolis, o DSA está apoiando para o conselho da cidade Ginger Jentzen, um organizador comunitário que foi fundamental para o crescimento do salário mínimo da cidade para 15 dólares a hora.”

In These Times

A primeira prioridade para o ressurgente movimento socialista dos EUA? Um sistema único de saúde

Na transbordante convenção nacional do DSA, a medicina socializada esteve à frente e no centro das discussões.

À medida que cresce a popularidade de uma saúde universal por todo o país, muitos no DSA veem o potencial de usar essa questão para recrutar multidões de novos membros para a organização socialista.

“Vocês estão todos prontos para esmagar o setor privado de seguros de saúde? Vocês estão prontos para fazer da saúde um direito humano na América?” Estas perguntas de Ari Marcantonio, um organizador de um sistema de saúde para todos da ala de East Bay dos Socialistas Democráticos de América (DSA), foram recebidas com enérgico entusiasmo na convenção nacional da organização em Chicago neste fim de semana.

Os membros do DSA afirmaram seu compromisso de fazer da organização do “Medicare for all” uma prioridade nacional com uma maioria de votos dos mais de 700 delegados da convenção. Considerada a maior reunião de socialistas dos Estados Unidos desde a Segunda Guerra Mundial, a convenção teve lugar depois de que o DSA chegou a mais de 25000 membros que pagam suas mensalidades, um recorde histórico.

O crescimento da organização foi muito grande: em maio de 2016, o DSA tinha apenas 6.500 membros, o que significa que o grupo quase quadruplicou em pouco mais de um ano.

Os delegados da convenção também votaram a favor das resoluções que respaldam a luta pelo salário mínimo de 15 dólares, o apoio à campanha do BDS contra Israel e o respaldo à Agenda do Projeto dos Jovens Negros para Construir Futuros Negros, entre muitos outros.

Nos últimos anos, as convenções do DSA tinham sido muito menores, às vezes com a audiência de menos de 200 membros. Este ano, reuniram-se mais de 1000 socialistas, exercendo um processo às vezes desordenado de autogestão e capturando a atenção da mídia nacional. Muitos dos presentes eram jovens e novos na organização, inspirados em grande parte pela candidatura de Bernie Sanders à presidência em 2016 como um socialista democrático aberto.

As pesquisas mostram que mais e mais estadunidenses estão se voltando para a ideia do sistema único de saúde, com 53% agora apoiando um seguro de saúde de um só plano do governo. Os democratas proeminentes estão começando a discursar a favor de um programa deste tipo (…). Este novo apelo a um sistema único de saúde criou uma oportunidade que os membros do DSA esperam aproveitar. Ao longo da convenção, a energia em torno da organização do ‘Medicare for all’ estava palpável”.


A convenção mostrou um partido socialista, anticapitalista e internacionalista

Estas crônicas com opiniões de meios de comunicação dos EUA são suficientes para explicar a importância do DSA e também a situação que vive esse país, condições que propiciam o crescimento do socialismo. O que nós temos que pensar também é a importância que isso tem para nossa corrente internacional, em particular, e para os internacionalistas em geral. Em poucas palavras, significa que no coração do capitalismo está se construindo uma organização que pode ajudar a que se forme um novo polo internacionalista no mundo.

Moreno dizia que tudo iria mudar no mundo quando se movessem os pesos pesados do movimento operário (especialmente os EUA) e isso tem começado a ocorrer!

Para todas as organizações que se reivindicam internacionalistas é um passo muito importante o que está sucedendo nos EUA e, em particular, com a construção do DSA. Nesse país estão as condições objetivas e subjetivas que explicam o geométrico crescimento do DSA.

Os latino-americanos lutamos isolados contra o imperialismo por muitíssimas décadas.

Agora temos aliados no coração do imperialismo e isso não é pouca coisa. Temos muitos pontos comuns com os pobres e trabalhadores dos EUA que deixaram de acreditar “que Wall Street ia solucionar seus problemas” e decidiram tomar em suas mão a solução dos mesmos. São os companheiros do DSA, Black Lives Matter, as muitas organizações que estão lutando pelo “Plano de Saúde para todos”. Os trabalhadores dos EUA, com os imigrantes latinos, que são a maioria dos trabalhadores, e estas organizações junto que as que vão surgir tornarão possível barrar o muro que Trump pretende fazer na fronteira sul que é também é nossa.

Os EUA são agora também um centro da luta de classes mundial

Em síntese, podemos dizer que o grande país do Norte se transformou no centro político do mundo, de importância fundamental para a luta de classes. Como prognosticava León Trotsky, ali iriam se concentrar todas as contradições do capitalismo e é isso o que está se sucedendo: : a crise econômica, a desigualdade social, os elementos fortes de crise política, processos que estão se agudizando com o governo Trump. Este parece ser o traço novo deste período mundial que vivemos no qual se instalaram a quebra da estabilidade no interior do país e a decadência da hegemonia americana no mundo.

Trump e Sanders representaram e representam as duas caras políticas desta nova situação

Trump é um governo direitista, que polarizou ainda mais o país com sua política, levando o mundo a uma maior incerteza, com suas reações intempestivas ‘tweetianas’. Está levando adiante as políticas da direita republicana, tomando medidas para consolidar o apoio de um setor reacionário da sociedade de uma classe média de direita e um setor atrasado da classe operária. A política frente à imigração, o Muro com o México, as ações com resultado incerto na Coreia do Norte, a ruptura do acordo de Obama com Cuba são medidas nesta direção. (No caso de Cuba é essencialmente para responder ao setor da classe média de direita e à imigração ‘gusana’ – termo usado durante décadas pelos castristas para designar os que partiam da Ilha para os EUA).

Como mostram as crônicas que reproduzimos, o mais importante da atual conjuntura é o fracasso para impor a Reforma do Obamacare no Senado. A derrota que sofreu seu projeto, deu-se em meio a uma ampla resistência no movimento de massas com mobilizações locais importantes na qual o DSA teve uma intervenção destacada. A queda do projeto foi um triunfo do movimento de massas que agora tem tomada a bandeira do “Medicare para todos” (o plano público de saúde para aposentados). Ou seja, o movimento passou da resistência em defesa do Obamacare para uma política ofensiva, levantando agora o “Medicare para todos”, superando dessa maneira o Obamacare, e transformando-se na principal palavra-de-ordem do movimento. Trata-se da necessidade mais sofrida pelo povo americano que mira como objetivo um plano nacional de saúde como o que possuem a Inglaterra ou os países escandinavos. Uma consigna que significa a socialização da medicina enfrentando as seguradoras e as grandes corporações da saúde. É de fato uma consigna de transição para os EUA. Esta luta pelo Medicare para todos é o exemplo que mostra o nível de consciência e mobilização no país.

A convenção do DSA mostra que o movimento que se criou ao redor de Sanders não parou

O fato de que a “Peoples Summit” tenha lançado novamente a candidatura a presidente do senador socialista independente é um sintoma que o movimento segue vivo. E como parte importante desta situação está o crescimento geométrico do DSA de alguns milhares a 25 000 membros em um ano. Aqui está se nucleando a nova vanguarda surgida com Sanders, que o supera em ideologia e militância, uma vez que Sanders não conta com uma organização.

O DSA teve o grande mérito de ser a única organização socialista consequente no apoio a Sanders, sem mediar o mesmo em nenhum momento, à diferença das correntes troskas (Socialist Alternative terminou apoiando o Partido Verde desconectando-se do processo e o ISO que desde o início recusou-se em apoiá-lo porque ele ‘capitularia à Clinton’.) O DSA não apoiou Clinton mais do que em alguns estados e teve a habilidade de não fazer deste um ponto fundamental da política para não ir contra os setores que apoiaram Hillary contra Trump: o movimento de mulheres, os negros incluindo grande parte de Black Lives Matter e os setores democráticos mais radicais. Sem dúvida, a convenção do DSA impactou a este setor de militância que é muito importante como é o caso do ISO ((Internationalist Socialist Organization), o maior partido trotskista e da esquerda marxista antes da irrupção do DSA.

A convenção (congresso) do DSA foi uma expressão deste novo processo aberto no DSA

Não se explica somente pela situação política, mas também pelas características que tem o partido. Nele convergem velhos dirigentes socialistas, herdeiros de Satchman o qual, por sua vez, teve sua continuidade nos anos 70 com Harrington. Este retomou a tradição socialista dos EUA e expressou em seus escritos uma política de reivindicação do socialismo, mantendo esta bandeira ao contrário do que fez toda a social-democracia, reivindicando o processo da revolução russa, por exemplo.

A diferença substancial com a social-democracia e o PT é que a velha direção nunca se burocratizou. A burguesia e a situação política não lhes deu espaço para isso. Assim que foi uma geração de defesa de um socialismo que desempenhou um papel de resistência ideológica. A convenção mostrou o vazio (progressivo) que há no partido entre esta velha direção socialista generosa disposta a se empalmar com o novo processo e do outro lado a irrupção no partido dos milhares ganhos no processo de Sanders e que vão além da sua política.

Trata-se de um processo juvenil, cheio de entusiasmo, que tem uma aproximação genuína às ideias marxistas e anticapitalistas. Fazia muito tempo que não se via uma militância tão ativa, entusiasta que abraça a ideia do socialismo. Fazendo uma comparação, parecia por seu entusiasmo a vanguarda sessentista, ainda que muito mais virgem. Fazia muito tempo que não víamos uma vanguarda tão aberta, entusiasta, que não tem referência em velhas direções (nem stalinistas nem maoístas) com uma consciência aberta para escutar e aprender.

Talvez dois processos tenham ajudado para que esta vanguarda esteja muito aberta para a formação marxista. Por um lado, nas universidades ianques existe certa liberdade e o marxismo está instalado como corrente de pensamento. Por outro lado, a revista Jacobin, uma publicação que tem 15 000 assinantes, jogou um papel na formação mediante seus grupos de leitura e debate que abarcam milhares em vários estados. A equipe de militantes que produzem esta revista transformou-se no mais importante do pensamento marxista nos EUA. Uma grande maioria de seus membros são do DSA.

O DSA é um exemplo de democracia interna

No congresso, estavam representadas três tendências além de muitos independentes. Momentum, Praxis, Unity. Nosso contato mais direto foi com Momentum e os dirigentes do Diretório Nacional anterior. Nos pareceu que Momentum foi a tendência de maior destaque no Congresso. Postulou oito membros à direção nacional de 16, elegendo seis cadeiras e um simpatizante; sua proposta de sair da II Internacional foi aprovada quase por unanimidade. A convenção votou por uma esmagadora maioria o boicote a Israel e um texto político apresentado pela direção anterior muito concreto e correto, coincidindo bastante com o texto político de Momentum. Uma moção de Momentum no qual se caracterizava de modo taxativo o Partido Democrata como um “parasita que é preciso matar” obteve ao redor de 270 votos contra 330.

Notamos também como a velha geração foi um exemplo de democracia de abertura para os novos militantes, atuando com uma grande paciência para ordenar os debates de uma militância ainda imatura para distinguir o essencial do secundário, o político do tático. Como parte do crescimento do DSA é preciso apontar também a participação no DSA de militantes de Solidarity, que são simpatizantes do atual Comitê Executivo da IV internacional.

A direção formada pelos mais destacados velhos dirigentes, Momentum e a outra tendência Praxis mostrou este desenvolvimento que tem o partido com uma grande presença juvenil, visto que a Praxis também apresenta essa característica.

O internacionalismo avança

O PSOL era conhecido por uma grande parte dos delegados, o que mostra o nível de informação desta nova vanguarda, muito interessada em aprender com os processos internacionais, e o peso internacional que está ganhando nosso partido. Temos orgulho de dizer que foi o MES a corrente do PSOL que mais esforço fez para estabelecer este contato e para que nossa país tenha o orgulho de ser reconhecido pelo DSA no mesmo nível que o Momentum da Inglaterra, o Partido de Mélenchon, Podemos e o Bloco de Esquerda. É preciso destacar também que Marea Socialista é conhecida e, ao que nos parece, há um setor do DSA coincidente com a sua política.

Mas não é um triunfo do MES, mas do PSOL em seu conjunto. Seguramente, esta relação privilegiada com o DSA vai permitir ver de um ângulo mais internacionalista a visão do PSOL sobre a situação internacional e sobre o surgimento de novos processos políticos independentes da velha social-democracia ou os falsos progressismos latino-americanos como o PT. DSA é a melhor expressão do “novo ciclo”. O link mais direto da militância é certamente com Momentum de Corbyn, que é um dos processos intermediários mais importantes deste novo período que vive o mundo pela dimensão que alcançou. Ele não existe por uma revitalização da social-democracia, mas pelo pelos da classe operária inglesa e a nova vanguarda juvenil que é em quem se apoia. Não por casualidade as intervenções mais aplaudidas foram do representante de Corbyn e a do PSOL que foi talvez a mais escutada.

Temos que pensar significa este salto nos EUA para toda a militância marxista e internacionalista. Nos EUA, coração do imperialismo, é onde melhor está se expressando o novo ciclo. Apoiar e compartilhar este processo é fundamental. Os latino-americanos e, em particular, os brasileiros nos unimos com “Abaixo Trump e seu muro”, “Fora Temer”, “Pela Livre Circulação de pessoas”, “Abaixo as ameaças militares de Trump”, “Tirem as mãos da América Latina, nenhuma ingerência na Venezuela”; estas palavras de ordem passam ter um conteúdo mais concreto para todos os que nos reivindicamos internacionalistas.

(Artigo originalmente publicado no Portal de la Izquierda)


TV Movimento

Balanço e perspectivas da esquerda após as eleições de 2024

A Fundação Lauro Campos e Marielle Franco debate o balanço e as perspectivas da esquerda após as eleições municipais, com a presidente da FLCMF, Luciana Genro, o professor de Filosofia da USP, Vladimir Safatle, e o professor de Relações Internacionais da UFABC, Gilberto Maringoni

O Impasse Venezuelano

Debate realizado pela Revista Movimento sobre a situação política atual da Venezuela e os desafios enfrentados para a esquerda socialista, com o Luís Bonilla-Molina, militante da IV Internacional, e Pedro Eusse, dirigente do Partido Comunista da Venezuela

Emergência Climática e as lições do Rio Grande do Sul

Assista à nova aula do canal "Crítica Marxista", uma iniciativa de formação política da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, do PSOL, em parceria com a Revista Movimento, com Michael Löwy, sociólogo e um dos formuladores do conceito de "ecossocialismo", e Roberto Robaina, vereador de Porto Alegre e fundador do PSOL.
Editorial
Israel Dutra | 21 dez 2024

Braga Netto na prisão. Está chegando a hora de Bolsonaro

A luta pela prisão de Bolsonaro está na ordem do dia em um movimento que pode se ampliar
Braga Netto na prisão. Está chegando a hora de Bolsonaro
Edição Mensal
Capa da última edição da Revista Movimento
Revista Movimento nº 54
Nova edição da Revista Movimento debate as Vértices da Política Internacional
Ler mais

Podcast Em Movimento

Colunistas

Ver todos

Parlamentares do Movimento Esquerda Socialista (PSOL)

Ver todos

Podcast Em Movimento

Capa da última edição da Revista Movimento
Nova edição da Revista Movimento debate as Vértices da Política Internacional

Autores

Pedro Micussi