Manifesto: Semear a Esperança para colher Primavera

O Movimento Esquerda Socialista e a Liberdade e Revolução Popular lançam manifesto a favor do PSOL como alternativa de esquerda no Paraná.

Vários Autores 17 abr 2018, 14:26

Manifesto – Semear a Esperança para colher Primavera: Por um PSOL Socialista e Necessário.

Em 2018, consolidar o PSOL como alternativa de esquerda no Paraná. 

O PSOL vem se construindo como uma alternativa de esquerda no Paraná.

Apesar do crescente descrédito na política com os intermináveis escândalos de corrupção, a militância do PSOL conseguiu projetar um partido novo e diferente, não apenas no discurso, mas sobretudo na prática, participando das mobilizações e lutas no estado.

Os políticos tradicionais se articulam para manter seus privilégios e disputar o Palácio do Iguaçu. A direita mais extremada, provavelmente, se apresentará em duas Candidaturas: a do Ratinho Junior (PSD) e a da Cida Borghetti (PP), antes vice-governadora, que se tornou atual governadora do Paraná com o afastamento de Beto Richa (PSDB) no dia 07 de abril para disputar uma vaga ao senado.

Seja com Ratinho Junior (PSD) ou com Cida Borghetti (PP), a política de apontar os servidores e os serviços públicos, vide ataques sistemáticos às Universidades Estaduais, como inimigos das finanças do Estado irá continuar. Cida, por exemplo, até o momento não se comprometeu com o descongelamento dos salários dos servidores.

De outro lado, temos Osmar Dias (PDT), que pode ser um abrigo para os Requianistas e, quem sabe, até mesmo para o Lulopetismo. Requião (MDB) certamente estará nesse palanque, preocupado apenas em garantir mais 8 anos de mordomias como senador. Osmar Dias tem uma história absolutamente comprometida com os ruralistas, tanto que contribuiu para com a organização da União Democrática Ruralista (UDR) em nosso estado, entidade criada para armar fazendeiros e atacar, violentamente, os Sem Terra.

Com isso, a elite política, representada nessas candidaturas de Osmar Dias (PDT), Cida Borghetti (PP) e Ratinho Junior (PSD), irá disputar em outubro quem continuará aplicando o ajuste fiscal do Mercado nas finanças do Estado, enquanto milhões escorrem pelo ralo da corrupção (Vide Operação Quadro Negro e Operação Publicano). De outro lado, constitui-se um imenso desafio a toda a esquerda socialista e movimentos sociais apresentar uma alternativa que seja uma esperança a todxs aquelas e aqueles que lutam.

A conjuntura nacional se mostra bastante complexa, com forte influência no nosso processo eleitoral regional e tem como palco a cidade de Curitiba, capital do nosso estado. Acampados em frente à Polícia Federal, militantes do PT, do MST, da CUT e outros movimentos de esquerda, incluindo o próprio PSOL, pedem a liberdade de Lula.

No entanto, é importante prestar atenção na linha tênue que separa o posicionamento pela liberdade de Lula, a defesa de sua participação nas eleições e as denúncias das manobras da elite, de um endosso à política do PT e adesão ao Lulismo. A defesa pela Democracia e contra o fascismo é pauta permanente da esquerda, e continuaremos enfrentando a direita reacionária lado a lado. O fascismo é real, mas não iminente, a burguesia está dividida. Não podemos perder a independência política e os objetivos do PSOL de criar uma verdadeira alternativa para a classe trabalhadora. Uma Frente Única precisa ser mais do que apenas pela defesa do direito político de Lula ser candidato, pois ela só servirá aos trabalhadores se for pela defesa de um programa para a juventude e o povo trabalhador. Defender a liberdade de Lula não pode significar segui-lo politicamente. Nossa tarefa é construir a unidade a partir da luta cotidiana e pelas pautas da classe, como fizemos ao nos unificarmos com a CUT e o PT contra a Reforma Trabalhista e Previdenciária.

O PSOL e as eleições de 2018

Em 2018 o PSOL poderá participar de todos os debates, com isso devemos ser porta-vozes das lutas do nosso povo, das esperanças da juventude indignada que ocupou milhares de escolas em 2016 e dos professores e servidores que enfrentaram o tenebroso 29 de abril de 2015.

Só o PSOL e os movimentos sociais podem ter como princípio a soberania alimentar e, com isso, priorizar a agricultura familiar, combatendo a corrupção, exigindo que as operações Quadro Negro e Publicano não acabem em pizza e que todos aqueles que saquearam verbas da educação ou de outras pastas sejam punidos.

Apresentar um programa socialista nessas eleições, que dialogue com os anseios do nosso povo, deve, necessariamente, passar por eixos como os da educação, servidores públicos, serviços públicos, mulheres trabalhadoras, negras e negros, juventude indignada, a luta dos LGBTQI+ por dignidade… É preciso, ainda, debater e apresentar soluções para a questão da corrupção que assola o governo estadual e, também, para a questão agrária, que é algo mal resolvido no nosso Estado, onde, infelizmente, é comum vermos morte e violência causadas pelo latifúndio.

A par desses desafios, o partido precisa encarar como tarefa contribuir para o PSOL Nacional superar a clausula de barreira, sendo nosso objetivo atingir 1% dos votos válidos para deputado federal em 9 estados e eleger 9 deputados federais. Toda a militância deve estar engajada nessa tarefa para garantir a representação da bancada do PSOL na Câmara dos Deputados que está ameaçada.

Temos uma aguerrida militância sindical, uma qualificada militância ecossocialista, atuação junto à luta pelos Direitos Humanos, a luta classista feminista e LGBTQI+, militância na luta pela Reforma Agrária, uma linda e qualificada militância junto à temática da Saúde do Trabalhador. Cerramos fileiras em conjunto com os povos originários, e mesmo com todos os autos e baixos (inerentes ao próprio movimento) uma atuação combativa no movimento estudantil, sempre acolhendo jovens em nossas fileiras, de forma predominante. Tudo isso para mencionar (independentemente de tendência interna do partido) apenas algumas das áreas onde a militância do PSOL atua em nosso estado. Isso não seria possível sem o comprometimento militante e a disposição de luta de inúmeros companheiros e companheiras, inseridos nos mais diversos movimentos no solo paranaense.

Por isso, nas próximas eleições está nas mãos do PSOL a tarefa de apresentar para o povo trabalhador uma alternativa real de poder. Uma alternativa que, ao mesmo tempo que tenha a cara desse partido plural que é o PSOL Paraná, combata os graves problemas que o nosso estado enfrenta. Problemas herdados dos dois últimos mandatos de desgovernos tucanos, onde Beto Richa (PSDB) se notabilizou pelo massacre promovido aos servidores no trágico dia 29 de abril de 2015, onde mais que bombardear e ferir centenas de seres humanos, o objetivo maior era a destruição dos serviços públicos e, em especial, atacar a educação.

Fora isso, Beto Richa (PSDB) conseguiu a proeza de encerrar seu mandato envolvido em inúmeros casos de corrupção, conforme demonstrado em investigações como a Operação Quadro Negro, a Operação Publicano, lista da Odebrecht e a mala de 1 milhão de reais da Friboi. Além da roubalheira, nosso estado ganhou notoriedade por ter várias cidades entre as 20 mais violentas do Brasil e dentre as 50 mais violentas do mundo, onde negros e negras, mulheres e LGBTQI+ estão entre os que mais morrem.

O PSOL pode contribuir para mudar essa realidade, com um programa que comece com uma auditoria da dívida pública estadual, coloque a centralidade do ecossocialismo na luta contra o capital, que defenda os serviços públicos e que valorize as carreiras dos servidores cumprindo com os avanços, progressões e as reposições inflacionárias. Um programa que coloque na agricultura familiar toda a prioridade das políticas para o campo, sem oferecer nada a grandes fazendeiros e que acabe com a farra de nomeações políticas, que servem apenas para agradar cabos eleitorais em detrimento de pessoas devidamente qualificadas.

O PSOL tem um dever a cumprir nessa conjuntura tão dramática, onde enfrentamos ataques aos direitos mais básicos, onde vemos a própria Democracia ser atacada dia após dia e uma extrema-direita ganhando cada vez mais força com um falso discurso antissistema. O dever do PSOL é semear esperança para que possamos colher primavera! Nesta época, onde uma tempestade parece se levantar no horizonte, temos o dever de despontar o Sol, que é o nosso símbolo!

Para cumprir essa tarefa, precisamos de nomes que possam representar o programa construído pelo partido, que possam representar aquilo que defendemos, dialogando com todas as camadas da população, desde o mais humilde trabalhador do campo ou urbano, até o intelectual da academia.

Desta forma, apresentamos o nome do Professor Piva como pré-candidato ao governo e do Professor André Melão como pré-candidato ao Senado.

Piva iniciou sua militância no final dos anos 70 nas Pastorais Sociais da Igreja, quando era trabalhador rural no noroeste do estado. No começo dos anos 80 atuou no Movimento Estudantil em Curitiba. Em 1985 foi trabalhar no Programa Compras Comunitárias, idealizado e comandado por Claus Germer, e nessa ocasião acabou se envolvendo com o Movimento de Moradores da Região Metropolitana. Ajudou a fundar o sindicato de trabalhadores da Ceasa, onde liderou uma greve histórica em 1988, tendo sido demitido em função disso. Posteriormente começou a atuar como professor em Almirante Tamandaré, atividade que exerce até hoje. Sempre nos Movimentos Populares, esteve junto em várias ocupações urbanas, algumas vitoriosas e hoje legalizadas. Foi eleito vereador em 2000 e seu mandato se notabilizou pela ajuda na luta do Movimento de Familiares de Mulheres Mortas, o que, na ocasião, mereceu uma menção honrosa da ONU, como Amigo dos Direitos Humanos.

André Melão, militante do PSOL em Araucária, iniciou sua atuação política na militância estudantil no Diretório Central Estudantil da Universidade Federal do Paraná (DCE UFPR) e na União Paranaense dos Estudantes, ainda na década de 90, combatendo as políticas privatizantes da era FHC. No Paraná juntou-se aos enfrentamentos populares contra Lerner no processo de privatização da SANEPAR. Em 2002 rompeu com o PT quando percebeu que o partido, que havia sido criado para ser uma ferramenta de luta dos trabalhadores e trabalhadoras, havia se alinhado à ordem neoliberal e feito sua opção, suicida, pelo presidencialismo de coalizão. Rompendo com o PT, juntou-se ao PSOL logo nos primeiros anos de nossa entidade e militou no campo Sindical e Ecossocialista, por enxergar o Ecossocialismo como uma alternativa socialmente justa e ecologicamente sustentável. Foi Secretário do Sindicato dos Químicos no Paraná e Candidato (pelo PSOL) à Prefeitura de Araucária nas eleições de 2012. Atualmente é Professor da Rede Estadual de Ensino e Técnico da COPEL.

Chegou a hora de avançarmos ainda mais na construção de um partido novo contra a velha política. Vamos, juntos, plantar esperança para que possamos colher primavera!

E é nesta certeza que a chapa “Semear a Esperança para colher Primavera” apresenta ao PSOL/PR os nomes destes dois companheiros como candidatos ao Governo do Estado e ao Senado. Temos a certeza absoluta de que eles irão representar, com louvor, toda a nossa plural militância no Estado.

Vamos levantar o Sol contra a tempestade! Com Piva Governador e Melão Senador, em conjunto com toda a nossa militância, independentemente de correntes, vamos semear esperança!

Em 2018, o PSOL pode mais.

MOVIMENTO ESQUERDA SOCIALISTA – MES

LIBERDADE E REVOLUÇÃO POPULAR – LRP

INDEPENDENTES

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Pedro Micussi