Nossa arma é a educação: à luta imediata contra os cortes, a censura, em defesa da universidade!
É hora de nos colocarmos em pé para defender um dos nossos maiores patrimônios: as universidades públicas!
É hora de nos colocarmos em pé para defender um dos nossos maiores patrimônios: as universidades públicas! Os estudantes foram a linha de frente da resistência na história de nosso país! Foram aço nos anos de chumbo! E agora tem de tomar em suas mãos à luta contra a ameaça real do fim da universidade como a conhecemos hoje. Um projeto obscurantista e privatista tem desferido ataques sistemáticos contra a pesquisa nacional, os cursos de ciências humanas, a liberdade de cátedra, a autonomia universitária, a extensão acadêmica e as entidades de representação estudantil.
Bolsonaro quer asfixiar as universidades, liquidar os direitos do povo com a aprovação da reforma da previdência e seguir sua cruzada contra o suposto “marxismo cultural”. Seu governo aplica cortes orçamentários para avançar numa “guerra de aniquilação” da ciência e do caráter público e gratuito da educação. O Ministério de Ciência e Tecnologia foi atingido com um corte de 42% do previsto na lei orçamentária. O CNPq no ano passado já havia visto seu orçamento cair 11%, e agora teve uma nova perda de 33%. O MEC que vinha sofrendo cortes nos anos anteriores está com um corte atual na casa dos 32%. Como dizia Darcy Ribeiro, a crise da educação no Brasil, não é uma crise, é um projeto.
Numa cortina de fumaça que acusa “baixo desempenho”, o MEC anunciou hoje o corte de 30% da verba da UFF, UFBA e UNB. Mas elas estão entre as 16 melhores universidades do país dentre as quase 200 Instituições listadas no ranking universitário da Folha. A verdade é que quem faz balburdia é esse governo que desrespeita as universidades e promove perseguição política e censura.
É preciso responder imediatamente! Para tanto, o movimento estudantil precisa destravar a via das ações de massas, oferecendo um plano concreto de lutas, para defender a educação. Não seremos a geração que vai permitir o fim da universidade pública, afirmava um cartaz de uma das passeatas estudantis na Colômbia. Lá o governo da ultra direita tentou ataques contra a educação e foi surpreendido por um processo intenso de lutas onde os estudantes estiveram na linha de frente, dobrando a espinha do autoritário Ivan Duque.
Várias entidades de base já responderam ao ataque nessa semana, defendendo a Sociologia e a Filosofia. Mas precisamos avançar e conectar as lutas. Queremos construir com todos setores um plano de lutas unitário e um calendário que una toda a comunidade universitária, com servidores, professores, departamentos, cursinhos populares. A ideia é construir um plano que desemboque no ato do dia 15 de maio, num verdadeiro “Levante dos Livros” para confrontar Bolsonaro. Assim podemos conectar as lutas e somar forças com a oposição popular que luta contra a reforma da previdência. A UNE, a ANPG, a UBES, a FENET devem estimular imediatamente o plano de lutas. E cabe ao polo combativo e democrático do Movimento Estudantil, construir as condições para uma maior unificação das bases dos Centros Acadêmicos, coletivos, com democracia e mobilização, em cada unidade e campus. De hoje até o dia 15 de maio vamos organizar atos locais, assembleias, debates, bandejaços para com força fazer um grande dia nacional no dia 15 unificando todas as universidades do país.
Contra esse projeto obscurantista de desmonte e censura vamos unir os calendários gerais com a força de uma verdadeira maré em um Levante dos Livros em defesa da educação, do direito a estudar e do nosso futuro, vamos juntar todos a caminho de uma grande mobilização que defenda a universidade, o direito a aposentadoria e pare o plano de destruição de Bolsonaro, Guedes e seu governo. Nossa coragem é o medo deles! Vamos às ruas carregando e erguendo nossos livros como nossa arma para derrotar esse governo.
Grupo de Trabalho Nacional do JUNTOS!
Brasil, 30 de Abril, 2019