Toda a solidariedade às mobilizações em Hong Kong e à Secretaria de Relações Internacionais do PSOL
Aos 70 anos da Revolução Chinesa, toda a solidariedade as mobilizações democráticas de Hong Kong!
Por conta das atividades com o dirigente sindical socialista Nathan Leung de Hong Kong, demitido do HSBC, sobre a recente onda de mobilizações na ilha que repercutiram na China continental e em todo o mundo a Secretaria de Relações Internacionais do PSOL, tendências internas do partido e organizações como o PSTU vem sendo duramente atacadas na “esquerda”.
Com a alcunha de “vergonha” e toda a sorte de simplificações as contradições do processo político que ocorre em Hong Kong são exageradas ao extremo e setores internos do PSOL e militantes do PCB, por exemplo, tentam de toda a forma a interdição do debate quando não requentam preconceitos e perseguições contra as organizações trotskistas que datam da década de 1930.
A partir da distorção dos fatos, da aparência, como a existência de bandeiras dos EUA e do Reino Unido estariam definidos que as mobilizações seriam pró-imperialistas ou capturadas politicamente pelo imperialismo. É um fato inegável a histórica ligação da Hong Kong com imperialismo Inglês, bem como as contradições de um processo de integração a China continental que se inicia em 1997 e que pode provocar, ainda hoje, choques e fissuras entre frações das elites econômicas e políticas. Contudo, parece-nos claro que a grande concentração de capital na ilha, a crescente desigualdade são motores sociais de um processo de mobilização, que em última instância se explica pela velha e boa luta de classes.
Isso não quer dizer que setores do imperialismo tradicional, como Trump, não possam se aproveitar conjunturalmente do processo para beneficiar alguns setores da burguesia norte-americana na guerra comercial com a China.
A pergunta que fica: existem revindicações democráticas e pela melhoria das condições de vida e trabalho do povo e de importantes setores da juventude? Os meses de mobilizações evidenciam que sim, existem revindicações democráticas que se chocam com os interesses políticos e de classe de uma plutocracia internacionalizada associada ao Partido-Estado de Pequim.
Os malabarismos teóricos para negar a natureza de classe burguesa do Estado Chinês, nos levam a concepções revisionistas tais como Socialismo com caracteristicas chinesas e Socialismo de mercado. O debate é interditado de todas as formas possíveis por toda a espécie de new stalinismo que segue uma lógica Bipolar e etapista da guerra fria. O troskismo não se furta em caracterizar as contradições dos processos, mas aposta na luta de classes para elevar o nível de consciência e se filia ao melhor da intelectualidade e das correntes revolucionárias e progressistas para alem de suas filheiras. O geógrafo marxista David Harvey, aponta uma luz, quando qualifica a China como neoliberalismo com caracterisiticas chinesas.
Aos 70 anos da Revolução Chinesa, toda a solidariedade as mobilizações democráticas de Hong Kong!!!