Luto e luta pelos 9 de Paraisópolis no massacre da PM de Doria
A população periférica da zona sul de São Paulo foi surpreendida pela inaceitável ação da PM no baile da DZ7 na comunidade de Paraisópolis.
Na madrugada de hoje (01 de dezembro), a população periférica da zona sul de São Paulo foi surpreendida pela inaceitável ação da PM no baile da DZ7 na comunidade de Paraisópolis. A ação contou com a morte de nove pessoas, mais alguns feridos e que, que de acordo com a versão dita pela polícia e pelos meios de comunicação, diante da violência policial ao interditar o baile, com troca de tiros e bombas de gás lacrimogêneo, foram pisoteadas num espaço que contava com cerca de 5 mil pessoas. Está versão é questionada por familiares e amigos das vítimas. Tal ação, demonstra ser muito mais do que uma perseguição a supostos criminosos que teriam entrado no espaço cultural, mas uma demonstração de guerra social ao povo pobre, negro e periférico.
Esse episódio é uma concretização do incentivo ao discurso de criminalização à pobreza e ao povo negro do nosso país. Jair Bolsonaro e João Doria são responsáveis por incentivar uma perseguição aos negros e pobres diante de uma narrativa de combate à violência, a qual se traduz em episódios no qual o racismo e o massacre ao povo pobre do nosso país são as grandes motivações. Exigimos a imediata responsabilização do Estado diante dessa política de genocídio que é responsável por fazer de São Paulo o estado que mais mata negros e pobres no Brasil.
O Juntos! vem por meio desta nota denunciar e repudiar o ocorrido e prestar solidariedade à todos os familiares e amigos das vítimas desse episódio e dizer que nós estamos em luta e luto pelos 9 de Paraisópolis. Em especial, à família de nosso companheiro do Juntos! Danylo, que perdeu seu irmão Denys Henrique Quirino, jovem trabalhador de apenas 16 anos que havia ido ao baile pela primeira vez.
Esse domingo, dia seguinte a ação policial absurda feita na favela, foi de manifestação dos moradores. Assim como o Complexo do Alemão foi pra rua com o assassinato de Ágatha Félix, Paraisópolis também está se unindo contra o assassinato de sua juventude. A periferia está se levantando em memória dos seus, e seguiremos a luta por justiça aos 9 de Paraisópolis e contra a criminalização da cultura negra e periférica do nosso país. Basta de mortes à juventude!