Impeachment do Bolsonaro é uma questão de vida ou morte!
A inépcia do governo é um ato criminoso e genocida que ameaça o futuro do país.
A crise política brasileira desce mais alguns degraus revelando, especialmente, os efeitos concretos da pandemia sob o sistema público de saúde brasileiro somados com a falta de investimento. E, como ainda não fosse o bastante, Jair Bolsonaro – ainda presidente da república – contraria as medidas introduzidas no país para frear o avanço do Coronavírus.
Com antecedência, é extraordinário salutar que a lei de teto dos gastos acelera a esteira da crise mais dramática da nossa história, efetivamente porque expõe a contradição catastrófica da Emenda Constitucional nº 95, aprovada pelo Congresso Nacional em 2016. O impacto deste rígido regime fiscal (o qual congelou os recursos com despesas primárias por vinte anos) diante dessa crise realçou a fragilidade e a insuficiência do sistema de seguridade social, sobretudo por ter inviabilizado o aumento da destinação de recursos para saúde, previdência social e educação.
Realizado a ressalva, damos prosseguimento. A maioria dos países adotou o isolamento horizontal, cujo objetivo é reduzir ao máximo o fluxo de pessoas. Essa medida impõe fechamento de parte do comércio, bares, casas noturnas como forma de evitar aglomerações. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), medidas drásticas, como o isolamento social de toda a comunidade, tem sido a forma mais eficaz para conter a transmissão do vírus.
Em contrapartida, a defesa do Bolsonaro é que o isolamento social seja recomendado apenas para as pessoas do grupo de risco e pessoas que estão comprovadamente infectadas. No raciocínio do presidente, o isolamento vertical (que determina grupos específicos) é a medida mais factível para evitar um colapso econômico. Esta estratégia além de inepta, é diametralmente oposta às recomendações de especialista e das entidades de saúde.
Diante desse inusitado interesse do governo em garantir a rentabilidade do capital financeiro e total incapacidade do governo frente ao caos suscitado pelo Coronavírus, a situação brasileira acende outro sinal de alerta: o impeachment. Não é de hoje que Bolsonaro dá motivos para sua queda, mas sim desde o início do governo. Todavia, a inépcia do governo sobre a crise humanitária provocada pela COVID 19 não pode ser apenas interpretada como falta de inteligência, estupidez e imbecilidade, mas como um ato criminoso e genocida que ameaça o futuro do país.
É impossível projetar o impacto da doença causada pela Coronavírus em relação ao número de vítimas, menos ainda prever o abalo real sob como a educação, transporte, economia, entre outros. A única certeza, alerta especialista, se o Brasil não tomar as urgentes medidas de controle epidemiológico e aumentar o montante de recursos públicos destinados à assegurar os direitos sociais e individuais da população, sobretudo pobre, o futuro não se apresentará como favorável. E, conforme vemos, Bolsonaro não está disposto a fazer isso!
Portanto, o impeachment, neste momento, não é contraproducente, tampouco inoportuno e oportunista, justamente porque se trata de uma resposta política “para salvar o país”, como aponta Luciana Genro, deputada estadual do PSOL (RS). A epidemia do Coronavírus evidenciou uma fissura muito grave no governo Bolsonaro. E isso pode vir a se tornar a soma incendiária que se acumula cada vez mais com os “janelaços” contra o Bolsonaro.
Certamente, com esta política vem muitas dúvidas e incertezas, mas, em ocasiões de crise aguda, não se pode dourar a pílula e, muito menos, aguardar o curso natural das coisas sabendo que se avizinha o precipício. Dito isso, não é exagero e nem muito cedo para afirmar que, se não impedido, o Bolsonaro conduzirá o país ao colapso. O impeachment do Bolsonaro é uma questão de vida ou morte! Fora Bolsonaro!