As carreatas tomam as ruas do Brasil para exigir “Fora, Bolsonaro!”

É hora de somar forças nas carreatas por todo o país, com adesivos, cartazes e bandeiras, no próximo domingo (31). Fora, Bolsonaro!

Israel Dutra e Thiago Aguiar 26 jan 2021, 20:09

No último sábado (23), milhares de pessoas participaram, em todo o Brasil, da jornada de luta pelo impeachment de Bolsonaro e por uma campanha de vacinação massiva, já. As carreatas ocorreram em dezenas de cidades, nas cinco regiões do país, com destaque para as grandes mobilizações ocorridas em Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre.

A iniciativa de tomar as ruas para enfrentar o golpismo de Bolsonaro e a sabotagem criminosa do governo à vacinação e ao combate à pandemia foi construída amplamente, com participação de grupos organizados e de ativistas com suas convocações pelas redes sociais. No Sudeste, o movimento “Acredito” teve força na convocatória. Em Porto Alegre, o PSOL e entidades combativas do movimento social e da sociedade civil tiveram papel determinante na organização.

Além do PSOL, cumpriram seu papel os partidos de oposição, como o PT e o PCdoB, que, junto com MST, PSTU, UP, PCB, Frentes, centrais sindicais e movimentos sociais, deram corpo nacional ao chamado. As carreatas chegaram a 88 cidades, entre capitais e cidades do interior de grande e médio porte. As carreatas – que, em geral, estão associadas às atividades de campanha eleitoral – foram uma maneira de contornar as restrições da pandemia, empolgando um setor da sociedade que quer colocar-se em movimento contra Bolsonaro, tendo sucesso e sinalizando a possibilidade de seguir essa jornada de luta social por vacinação e impeachment, já!

Bolsonaro, pressionado pela forte queda de sua aprovação nas pesquisas de opinião e pelo aumento da pressão pela sua destituição, teve de responder à mobilização, ironizando-a, mas demonstrando que sentiu seu impacto justo num momento em que se combinam crises, como a calamidade sanitária em Manaus, a confusão e a falta de um plano de vacinação, o que resulta em novas crises políticas e ampliação da perda de popularidade.

Ao mesmo tempo, o recrudescimento do contágio e das mortes, que requer a retomada de medidas de restrição à circulação, e o fim dos pagamentos do auxílio emergencial – que tem levado desespero a milhões de desempregados que dependiam do benefício – tornam nebulosa qualquer perspectiva de recuperação econômica. Os aumentos nos preços de alimentos, combustíveis e aluguéis lançam ainda mais pressão sobre o nível de vida das famílias trabalhadoras, já pressionadas pelos riscos de uma doença que se propaga incontrolavelmente. A raiva social contra o governo cresce e deve aumentar com a sucessão diária de escândalos, como o mais recente dos inacreditáveis gastos milionários do governo em itens como leite condensado, bebidas alcoólicas e até gomas de mascar. Trata-se de um verdadeiro tapa na cara do povo brasileiro.

A luta pelo impeachment ganha força

O êxito da primeira jornada de carreatas é um novo impulso para a luta contra o governo. Isso deve ser multiplicado por meio do calendário de lutas, que está sendo articulado. Uma plenária virtual, que juntou frentes e partidos de oposição, votou um plano de ação que passa pela convocação de uma nova carreata no dia 31 de janeiro, pelo apoio à mobilização dos bancários do Banco do Brasil e por uma nova ação nacional unificada em 21 de fevereiro.

A luta pelo “Fora, Bolsonaro” deve combinar-se com as imediatas lutas em curso, como a dos bancários contra o desmonte do BB, a dos operários da Ford, as lutas sociais que acontecem nesse momento contra o agravamento da miséria, além da luta de um setor dos caminhoneiros que cogita ir à greve em 1º de fevereiro.

É fundamental articular-se na superestrutura para ganhar terreno e pressionar para que a Câmara abra o processo de impeachment, além da luta pelo imediato retorno do auxilio-emergencial e por uma ampla campanha de vacinação pública, combatendo as tentativas de empresários e poderosos de furarem as filas de prioridades ou de comprarem, por fora do SUS, doses para si enquanto sequer a totalidade dos profissionais da saúde e idosos foi imunizada.

Orientamos toda a nossa militância a somar forças nas carreatas por todo o país, com adesivos, cartazes e bandeiras, no próximo domingo (31). Vacinação massiva, gratuita e distribuída pelo SUS, já! Retomada do auxílio emergencial e crédito para pequenas e médias empresas! Garantia do distanciamento social e medidas de proteção para conter o contágio! Fora, Bolsonaro e seu governo de militares! Impeachment, já!


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